CPI: PT articula a convocação de Marconi Perillo
Por trás do adiamento
da análise dos requerimentos de convocação de governadores na CPI do
Cachoeira esconde-se um plano do PT. Uma estratégia que o relator
petista da comissão, deputado Odair Cunha, executa com método.
A votação foi postergada com o propósito de restringir a convocação
ao governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Deseja-se poupar apenas
os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Sérgio
Cabral (PMDB), do Rio.
O petismo ajusta sua tática em reuniões semanais. Conforme noticiado aqui,
os representantes do PT na CPI tramavam adiar o debate sobre os
governadores desde a semana passada. Em reunião ocorrida na terça (15),
bateu-se o martelo.
Nesse encontro, foram analisados os dados que o PT já colecionou
contra Perillo. Informações extraídas dos inquéritos da Polícia Federal
guardados na sala-cofre da CPI. A partir desses indícios, construiu-se a
pauta da reunião desta quinta (17).
A pretexto de concentrar a apuração na quadrilha de Carlinhos
Cachoeira, aprovaram-se na CPI as convocações de 51 suspeitos. Uma
dezena deles têm relação direta com a encrenca que engolfa Perillo.
Sem alarde, o PT incluiu na lista nomes como o de Jayme Rincon,
coletor de arcas eleitorais; e Leonardo Almeida Ramos, o sobrinho de
Cachoeira que assinou três cheques que pagaram uma casa vendida por
Perillo –onde o contraventor foi preso.
O PT espera compor um quadro capaz de tornar a convocação de Perillo
incontornável até meados do mês que vem. Simultaneamente, vai-se
martelar a tese segundo a qual faltam evidências capazes de justificar a
presença de Agnelo e Cabral na CPI. A estratégia é executada em
parceria com o PMDB.
Pouca
gente entendeu o sentido da primeira frase do torpeto enviado por
Cândido Vaccarezza (PT-SP) ao governador Sérgio Cabral. Digitada em
plena sessão, a mensagem foi filmada pelo SBT. Começou assim: “A relação com o PMDB vai azedar na CPI…”
Deve-se o comentário à irritação de Vaccarezza com o comportamento da
bancada do PMDB na CPI, avesso ao que fora combinado. Num instante em
que o PT pegava em lanças para circunscrever a investigação ao
Centro-Oeste, o PMDB dividia-se entre o silêncio e a defesa da
convocação de Fernando ‘Delta’ Cavendisch Cavendish, personagem que liga
Cabral ao escândalo.
Como que decidido a tranquilizar Cabral, Vaccarezza deixou claro que o
PT não o abandonaria: “Mas não se preocupe. Você é nosso e nós somos
teu (sic).”
blog do Josias
[o que fica disso tudo? não existe interesse em investigar os desvios do dinheiro público (que deixa em petição de miséria a saúde, educação, segurança)...o que interessa as 'excelências' da situação e também da oposição é apontar os ladrões do outro lado. A declaração indecorosa de 'vagarezza' apenas reforça essa percepção.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário