segunda-feira, 23 de junho de 2025

Breve análise comparativa entre pontos destacados no RDH 2013 sobre a “Ascensão do Sul” e os dados mais recentes do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2023/24 e de 2025

Progresso no desenvolvimento humano: continuidade ou reversão?

  • O RDH 2013 destacava que o Sul Global vinha liderando uma reversão histórica no crescimento humano, reduzindo drasticamente a pobreza e expandindo a classe média.

  • Já os Relatórios de 2023/24 e 2025 mostram uma tendência de não convergência: após ganhos durante os anos 2000, a pandemia causou uma reversão desses avanços. O IDH global atingiu novo recorde, mas o progresso foi incompleto e desigual – metade dos países mais pobres ainda não recuperou os níveis pré‑COVID de 2019 .

Impressão: embora o Sul global tenha conquistado avanços impressionantes na última década, a pandemia interrompeu esta trajetória, com os países mais vulneráveis sofrendo retrocessos.

Pobreza extrema e pobreza multidimensional

  • Em 2013, a pobreza extrema global caiu de 43% para 22% (até 2008), com mais de 500 milhões saindo da pobreza somente na China.

  • Já em 2024, cerca de 1 bilhão de pessoas vivem em pobreza aguda, especialmente na África subsaariana e Sul da Ásia, muitas delas em áreas afetadas por conflitos.

Impressão: o progresso foi significativo entre 1990 e 2010, mas os ganhos foram fortemente revertidos em algumas regiões vulneráveis, exigindo foco renovado na eliminação da pobreza extrema, especialmente pós‑pandemia.

Desigualdade e fragilização do Sul

  • O RDH 2013 ressaltava a redução global da desigualdade e expansão da classe média.

  • Em 2024/25, os índices ajustados pela desigualdade (IHDI) revelam grandes perdas. Por exemplo, a Índia perdeu ~30 % de seu HDI por causa de desigualdades. As crises de dívida também atingem os países mais pobres, desviando recursos da educação e da saúde .

Impressão: muitos países do Sul enfrentam hoje um cenário de maior desigualdade interna e fragilidade econômica, ameaçando consolidar os ganhos de desenvolvimento.

Relação comércio/interdependência: avanços versus estagnação

  • O RDH 2013 mostrava que o comércio entre países do Sul cresceu de <10 % para >25 % do total mundial.

  • O HDI regional 2023 confirma que a Ásia‑Pacífico continuou registrando avanços expressivos desde 1990 (+20 pontos no HDI), mas parece ter perdido ritmo em relação a projeções pré‑pandemia .

Impressão: apesar das conquistas estruturais, a pandemia interrompeu o ritmo de integração econômica e desenvolvimento, especialmente entre os países menos favorecidos.

Instituições globais e governança internacional

  • Em 2013, o relatório pedia uma reformulação das instituições globais, maior representatividade do Sul e criação de uma “Comissão do Sul”.

  • Em 2024/25, a crise de dívida dos países em desenvolvimento e a incapacidade de investimentos em saúde, educação e combate às mudanças climáticas evidenciam que tais reformas ainda são urgentes e pendentes.

Impressão: continua muito necessário expandir a voz e o peso político do Sul em instituições globais, harmonizando a interdependência econômica com uma governança equitativa.

Resumo da situação do Sul Global

  • Avanços históricos (1990–2019): forte redução da pobreza, subida da classe média, expansão do comércio e interconexão.

  • Impacto da pandemia: interrupção dos ganhos, principalmente em países mais frágeis, com desigualdade ascendente.

  • Desafios atuaisrecuperação desigual do IDH; inflação da dívida e limitações fiscais; desigualdades internas persistentes; lacunas institucionais globais; vulnerabilidade climática e socioeconômica.

  • Oportunidades futurasreforçar redes de cooperação Sul–Sul e Sul–Norte; promover reformas nas instituições globais; investir com firmeza em educação, saúde, clima e inclusão; fortalecer a resiliência econômica frente a crises.

A “Ascensão do Sul” permanece um motor de transformação global – mas seu potencial está condicionado a como o mundo responde aos novos choques. A união Sul–Sul, o redesenho institucional e o combate à desigualdade e pobreza continuam cruciais na agenda internacional.

Veja:

A “Ascensão do Sul” altera o equilíbrio de poderes no mundo, segundo o RDH 2013


Link: https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2013/03/a-ascensao-do-sul-altera-o-equilibrio.html#more

---------------------------------------------------

Melhorias desde o RDH 2013

  1. Crescimento do IDH global

    • O IDH global continuou crescendo ao longo da última década, superando o declínio causado pela pandemia e atingindo recorde em 2023.

    • Isso demonstra resiliência estrutural, com recuperação nas dimensões de renda, saúde e educação.

  2. Avanço de países específicos

    • A Índia subiu do 133.º para o 130.º lugar no ranking em 2023, acompanhada por melhora no Índice de Desigualdade de Gênero (IIG) de 108.º para 102º.

    • Muitos países de renda média continuam melhorando seu desenvolvimento humano.

    • Piores resultados e desafios emergentes

      1. Desaceleração alarmante do progresso

        • O progresso no IDH registrou o menor crescimento desde 1990 (excluindo os anos da COVID), sugerindo uma nova «normalidade» de estagnação.

        • Isto ameaça metas como alcançar "muito alto IDH" até 2030, empurrando esse marco para décadas futuras.

      2. Aumento da desigualdade

        • A desigualdade global cresceu pelo 4.º ano seguido, atingindo especialmente os países com menor desenvolvimento, que seguem ficando para trás.

        • Os índices ajustados pela desigualdade, como o IHDI, mostram perdas significativas — Índia perdeu cerca de 30 % de seu HDI devido à desigualdade.

      3. Recuperação desigual dos países mais pobres

        • Das 35 nações com queda em 2020–21, metade ainda não recuperou o IDH de 2019.

        • Países menos desenvolvidos (como Sudão do Sul e Somália) permanecem nas últimas posições e enfrentam múltiplas crises estruturais.

      4. Crise da dívida nos países em desenvolvimento

        • Hoje, 56 nações gastam mais de 10 % da receita em juros da dívida (17 ultrapassam 20 %) — limite crítico que compromete o investimento em educação, saúde e infraestrutura.

        • A continuidade dessa dinâmica ameaça transformar avanços em estagnação prolongada.

      5. Desafios com Inteligência Artificial e tecnologia

        • O RDH 2025 alerta que, sem investimento em capacidades humanas e acesso tecnológico, a IA pode aprofundar desigualdades, criando "um mundo de duas ou três velocidades".

        • Conexões básicas — eletricidade e internet — são essenciais para que populações menos favorecidas participem da revolução digital.

      Resumo comparativo por tema

      TemaSituação em 2013Situação em 2023/24‑2025
      Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)Forte crescimento global durante 1990‑2013Recorde em 2023, mas progresso desacelerado drasticamente 
      Desigualdade (IHDI, GII)Redução global de desigualdadeAumento contínuo (4 anos seguidos), perdas significativas em IHDI e IIG
      Recuperação pós‑COVIDNão aplicávelRecuperação parcial, com países pobres ainda longe de níveis pré‑2020
      Dívida externa e desenvolvimentoA crise ainda não era críticaDéficit crescente em 56 países, comprometendo investimentos essenciais
      Tecnologia e IAUso crescente de tecnologia mobile e digitalAvisos sobre exclusão digital e necessidade de IA como força inclusiva
      Conclusão

      • Melhorou: IDH global atingiu novo recorde em 2023; países como a Índia avançaram em ranking e gênero.

      • Piorou: o ritmo de progresso desacelerou severamente, desigualdades aumentaram, recuperação pós-pandemia foi desigual, crises de dívida ameaçam avanços e há risco real de exclusão digital na era da IA.

Visões do desenvolvimento: As perspectivas de Celso Furtado e Douglass North sobre o desenvolvimento econômico, de Daniel Pereira Barbosa (2009, UFPR)

Apresentação e objetivo da obra

A dissertação de Daniel Pereira Barbosa tem como ponto de partida uma questão recorrente nas ciências econômicas: por que certos países conseguem promover crescimento econômico sustentado enquanto outros permanecem em situações de estagnação ou subdesenvolvimento? Para investigar essa problemática, o autor propõe uma análise comparativa entre duas das mais influentes visões sobre o desenvolvimento econômico: o estruturalismo cepalino, representado por Celso Furtado, e o neoinstitucionalismo, representado por Douglass North.

A escolha desses autores não é arbitrária. Ambos formularam teorias de desenvolvimento com base em críticas às abordagens neoclássicas, porém partiram de fundamentos distintos quanto ao papel das instituições, da história e da estrutura econômica. A dissertação, portanto, não busca apenas contrapô-los, mas compreender em que medida suas visões podem se confrontar, dialogar ou se complementar.

Estrutura e conteúdo

A dissertação se divide em quatro capítulos:

Capítulo 1: Instituições e desenvolvimento

Neste capítulo introdutório, Barbosa apresenta o conceito de instituições como elemento fundamental do debate. Define instituições tanto sob o viés normativo quanto funcional, considerando as regras formais (leis, regulações) e informais (valores, costumes) que moldam os incentivos e comportamentos econômicos.

Capítulo 2: Douglass North e o neoinstitucionalismo

Barbosa expõe a concepção de North segundo a qual o subdesenvolvimento é explicado, em larga medida, pela ineficiência institucional. North argumenta que a ausência de instituições estáveis, que garantam direitos de propriedade e reduzam os custos de transação, inibe o desenvolvimento. O progresso econômico, nessa ótica, é fruto da evolução institucional que aumenta a previsibilidade e a cooperação. North também enfatiza o papel da ideologia, cultura e crenças como construtoras de trajetórias institucionais de longo prazo (path dependence).

Capítulo 3: Celso Furtado e o estruturalismo histórico

Neste capítulo, o autor apresenta o pensamento de Celso Furtado, que vê o subdesenvolvimento como um fenômeno histórico estrutural, resultante da forma como países periféricos foram inseridos no sistema capitalista mundial. Para Furtado, o desenvolvimento não ocorre automaticamente por meio do mercado, mas requer a ação do Estado, planejamento e transformação estrutural profunda (como reforma agrária e redistribuição de renda). Ele critica a concepção linear do desenvolvimento (pela qual países periféricos seguiriam o mesmo caminho dos centrais) e introduz a noção de heterogeneidade estrutural.

Capítulo 4: Convergências e complementariedades

O capítulo final é o mais analítico e inovador. Barbosa demonstra que, embora as abordagens sejam distintas — North mais universalista e formal, Furtado mais histórica e estrutural —, há possibilidades de complementaridade. O autor propõe uma síntese em que a perspectiva estruturalista de Furtado poderia enriquecer o arcabouço institucionalista de North, especialmente no que diz respeito à dimensão histórica concreta das instituições em contextos periféricos. Defende, assim, uma leitura “contextualizada” do neoinstitucionalismo, que reconheça as limitações históricas, políticas e sociais herdadas pelo subdesenvolvimento.

Principais contribuições

  1. Interlocução teórica rara: O confronto entre Furtado e North é original e metodologicamente frutífero. Barbosa evita uma oposição maniqueísta e mostra como uma teoria pode iluminar as lacunas da outra.

  2. Enfoque crítico-contextual: O autor questiona a pretensão universal do neoinstitucionalismo ao aplicar seus conceitos a países em desenvolvimento sem considerar os legados históricos e estruturas sociais locais.

  3. Resgate da centralidade do Estado: Barbosa, ao reler Furtado, reforça a importância do Estado como agente promotor do desenvolvimento em contextos de desigualdade estrutural, o que ainda é relevante nas discussões contemporâneas sobre políticas públicas.

Conclusão

A dissertação de Daniel Pereira Barbosa é uma leitura instigante para estudiosos da economia do desenvolvimento, da teoria institucional e da história econômica latino-americana. Seu mérito está em estabelecer uma ponte crítica entre dois paradigmas que, embora partam de premissas diferentes, podem ser colocados em diálogo produtivo. Ao fazer isso, o autor contribui para uma abordagem mais rica e plural do desenvolvimento econômico — uma que leve em conta não apenas regras e incentivos, mas também história, estrutura, poder e desigualdade.

Recomenda-se a leitura especialmente para estudantes e pesquisadores das áreas de economia, ciência política, planejamento e desenvolvimento regional, interessados em pensar alternativas ao dogmatismo liberal ou ao estruturalismo isolado. Trata-se de um trabalho conceitualmente sólido, intelectualmente honesto e metodologicamente relevante.

Veja:

Visões do desenvolvimento: as perspectivas de Celso Furtado e Douglass North sobre o desenvolvimento econômico

Autor: Daniel Pereira Barbosa

Link: https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/bitstream/handle/1884/24257/Dissertacao_DanielPBarbosa_Visoes%20do%20Desenvolvimento.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Reconstrução categorial de O Capital à luz de seus esboços: a instauração da crítica da economia política (1857-1863) de Leonardo Gomes de Deus

A tese de doutorado de Leonardo Gomes de Deus, defendida na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2010, constitui uma importante contribuição aos estudos marxistas ao abordar, com rigor filosófico e metodológico, o processo de constituição da crítica da economia política em Karl Marx. O autor propõe uma reconstrução categorial do pensamento de Marx com base em seus manuscritos preparatórios — especialmente os Grundrisse (1857-58) e o Manuscrito de 1861-1863 —, examinando como, nesse intervalo, Marx estrutura os fundamentos teóricos que culminariam na redação de O Capital.

Objetivo e abordagem metodológica

Leonardo de Deus propõe uma leitura sistemática do percurso teórico de Marx, buscando compreender como se dá a formação das categorias centrais de sua crítica. Ao invés de tratar O Capital como obra acabada ou produto isolado, o autor investiga os seus esboços, manuscritos e reorganizações, valorizando os momentos de inflexão, continuidade e ruptura no interior do processo intelectual marxiano. Essa abordagem coloca em relevo o caráter “processual” da teoria crítica, em oposição a leituras dogmáticas ou meramente historicistas.

A tese articula o método dialético com uma leitura filológica precisa dos textos marxianos. Dessa forma, a análise das categorias como “valor”, “trabalho”, “dinheiro” e “capital” é feita à luz de seu movimento interno e de seu lugar nos diferentes momentos da obra, sem perder de vista a totalidade do projeto teórico.

Principais contribuições

Um dos méritos centrais do trabalho está na distinção que o autor estabelece entre as “categorias fundantes” e a “estrutura expositiva” da crítica da economia política. Enquanto as primeiras dizem respeito ao núcleo lógico da análise de Marx — como valor, mais-valia, capital —, a segunda está relacionada à forma como essas categorias são apresentadas nos diferentes manuscritos e reorganizadas em O Capital. Essa distinção permite compreender as alterações nos planos de redação das obras e as variações na centralidade de certas categorias sem perder a coerência do projeto marxiano.

Outro ponto de destaque é a valorização do Manuscrito de 1861-63, muitas vezes negligenciado nos estudos marxistas em favor dos Grundrisse ou da edição final de O Capital. Leonardo demonstra como esse manuscrito representa um momento de amadurecimento da crítica marxiana, em que categorias como “subsunção formal e real do trabalho ao capital” e “produção e circulação” começam a ser articuladas com maior sistematicidade.

A tese também enfatiza que a crítica de Marx não é apenas uma crítica da economia enquanto ciência, mas uma crítica ontológica das formas sociais do capitalismo. Nesse sentido, a economia política clássica (como em Smith e Ricardo) é desvelada por Marx não por seus “erros” conceituais, mas por sua limitação histórica: a naturalização das formas sociais do capital.

Avaliação crítica

A escrita de Leonardo Gomes de Deus é densa, rigorosa e exigente, o que exige do leitor um certo domínio prévio das obras marxianas e da tradição hegeliana. No entanto, essa densidade é justificada pelo objetivo da tese: penetrar nas entranhas do processo lógico e histórico de formação da crítica da economia política. A obra se destaca tanto pelo domínio técnico da literatura quanto pela originalidade com que trata os manuscritos de Marx como textos vivos e em movimento.

Ao realizar uma “reconstrução categorial” e não meramente descritiva ou cronológica, Leonardo de Deus insere sua pesquisa em um campo crítico que se opõe às leituras economicistas ou mecanicistas do marxismo. Sua tese se alinha a uma tradição de interpretação que inclui autores como Roman Rosdolsky, Enrique Dussel e Roberto Schwarz, ainda que mantenha sua originalidade ao propor um percurso específico pelo interior da formação categorial marxiana.

Conclusão

A tese de Leonardo Gomes de Deus é uma contribuição valiosa para a teoria marxista, tanto no campo da economia política quanto no da filosofia crítica. Ao iluminar os caminhos tortuosos e complexos que Marx percorreu na construção de suas categorias, o autor nos permite entender O Capital não como um ponto de chegada absoluto, mas como um momento de condensação crítica em um processo aberto de investigação teórica.

Esta obra é leitura indispensável para pesquisadores das ciências sociais, da filosofia e da economia interessados em compreender, de forma rigorosa e profunda, a gênese e a estrutura da crítica da economia política. Mais do que um estudo sobre Marx, trata-se de um exercício exemplar de pensamento crítico em movimento.

Veja:

Reconstrução categorial de O CAPITAL à luz de seus esboços: a instauração da crítica da economia política (1857, 1863)

Autor: Leonardo Gomes de Deus

Link: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/AMSA-88EP6P

Políticas Públicas e o Desenvolvimento Local: Desafios, Estratégias e Perspectivas

O conceito de desenvolvimento local passou por importante reformulação nas últimas décadas, especialmente quando vinculado à noção de políticas públicas territorializadas. Em oposição aos modelos centralizados e homogêneos de promoção do desenvolvimento, o enfoque local defende um processo endógeno e participativo, capaz de mobilizar as energias e os recursos sociais, econômicos, culturais e ambientais de pequenas unidades territoriais. 

Nesse sentido, torna-se imprescindível compreender como as políticas públicas podem fomentar ou restringir os processos de transformação territorial, especialmente diante das exigências contemporâneas de sustentabilidade, inclusão e competitividade.

1. Fundamentos do Desenvolvimento Local: Autonomia e participação

O desenvolvimento local caracteriza-se, sobretudo, como um processo de base territorial que emerge a partir da mobilização de atores locais em torno de um projeto coletivo (BUARQUE; BEZERRA, 1994). Seu caráter endógeno está associado à valorização das potencialidades específicas do território, o que exige uma abordagem participativa e integrada das políticas públicas. Essa lógica rompe com a visão tradicional de planejamento top-down, deslocando o foco para o fortalecimento da capacidade institucional e política das comunidades locais.

Arto Haveri (1996) observa que as comunidades tendem a se especializar em áreas onde possuem vantagens comparativas, reforçando a importância de políticas públicas que identifiquem e incentivem essas vocações territoriais. Isso demanda, por parte do Estado, instrumentos de planejamento descentralizado, políticas de fomento à economia solidária, apoio à inovação e estratégias de desenvolvimento compatíveis com a realidade socioterritorial.

2. Políticas Públicas como vetores de Desenvolvimento Local

Para que o desenvolvimento local se materialize como processo sustentável, as políticas públicas precisam operar em múltiplas frentes. Ladislau Dowbor (2003; 2004) destaca a importância de políticas que articulem emprego, renda e infraestrutura local. Segundo o autor, frentes de trabalho, economia da família e estímulo à demanda interna são elementos-chave para dinamizar economias locais fragilizadas.

Nesse sentido, políticas públicas eficazes devem combinar:

  • Planejamento territorial participativo: conforme Oliveira (2001), a participação social no planejamento local é fundamental para garantir legitimidade, capilaridade e adequação das políticas às realidades vividas.

  • Apoio à organização produtiva local: como nas experiências relatadas por França et al. (2002; 2004), políticas de apoio à formação de cooperativas, arranjos produtivos locais (APLs) e redes de economia solidária geram inclusão e valorização dos saberes locais.

  • Capacitação e qualificação profissional: iniciativas que promovem formação técnica e educação continuada são indispensáveis para fortalecer a autonomia econômica das populações.

  • Integração multiescalar: como ressaltam Meyer-Stamer (2001; 2004) e Castells e Borja (1996), o desenvolvimento local exige articulação com políticas regionais, nacionais e internacionais, garantindo que as localidades estejam inseridas em redes de circulação de conhecimento, investimentos e inovações.

A análise das experiências bem-sucedidas de desenvolvimento local, conforme Caldas e Martins (2004), revela que sua efetividade está fortemente condicionada à existência de políticas públicas articuladas, estáveis e orientadas para resultados sociais.

3. Governança e construção de consensos locais

A governança participativa é uma dimensão estruturante do desenvolvimento local. Conforme destaca Boaventura de Sousa Santos (2002), a construção de alternativas não capitalistas passa pela reconfiguração do poder local, com maior protagonismo dos cidadãos e das redes de colaboração social. Essa abordagem amplia o papel das políticas públicas para além da provisão de bens e serviços, conferindo-lhes uma função pedagógica e emancipadora.

A experiência de Lages (SC), analisada por Márcio Moreira Alves (1988), ilustra como a democracia participativa pode ser incorporada às políticas públicas municipais. A institucionalização de conselhos, fóruns e instâncias deliberativas fortalece a capacidade de resposta das comunidades às suas próprias demandas, transformando o poder público em mediador de interesses e indutor do desenvolvimento.

4. Desafios e oportunidades para a formulação de Políticas Públicas

Apesar dos avanços conceituais e das experiências bem-sucedidas, o desenvolvimento local enfrenta desafios importantes para a consolidação de políticas públicas eficazes. A ausência de continuidade administrativa, a fragmentação institucional, a dependência de transferências intergovernamentais e a escassez de capacidade técnica e financeira local são entraves recorrentes (MEYER-STAMER, 2004).

Superar esses obstáculos requer:

  • Construção de capacidades institucionais locais;

  • Adoção de metodologias participativas de planejamento, como as sistematizadas pela EMBRAPA e por iniciativas como o Programa Gestão Pública e Cidadania da FGV;

  • Articulação de parcerias público-privadas e redes de cooperação intermunicipais;

  • Mensuração e monitoramento do desenvolvimento, com a criação de indicadores locais, como propõe o “Método de Construção do Índice de Desenvolvimento Sustentável Local”.

Considerações Finais

O desenvolvimento local, entendido como um processo endógeno, participativo e sustentável, depende da formulação e implementação de políticas públicas sensíveis às especificidades territoriais. O papel do Estado, nesse contexto, deve ser o de facilitador, articulador e garantidor dos meios necessários para a construção de capacidades locais. A experiência brasileira tem demonstrado que, quando adequadamente orientadas, as políticas públicas são capazes de criar as condições para que os territórios se tornem protagonistas de seus próprios processos de desenvolvimento.

A construção de um novo paradigma de política pública, centrado na governança democrática, na territorialização das ações e na valorização do capital social, constitui um caminho promissor para enfrentar as desigualdades regionais e promover um desenvolvimento mais justo, solidário e sustentável.


Referências

ALVES, Márcio Moreira. A Força do Povo: democracia participativa em Lages. São Paulo: Brasiliense, 1988.

BUARQUE, Sérgio; BEZERRA, Elimar. Desenvolvimento Local Sustentável. Brasília: Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, 1994.

CALDAS, Eduardo; MARTINS, Rafael. “Uma Análise Comparada de Experiências de Desenvolvimento Local”. UNESP/Rio Claro, 2004.

CASTELLS, Manuel; BORJA, Jordi. Local y global: la gestión de las ciudades en la era de la información. Madrid: Taurus, 1996.

DOWBOR, Ladislau. Frentes de trabalho: uma proposta que gera emprego, desenvolve infraestruturas, e dinamiza o crescimento. 2004. Disponível em: http://www.dowbor.org

FRANÇA, Cássio Luiz; CALDAS, Eduardo; VAZ, José Carlos. Aspectos econômicos de experiências em desenvolvimento local. São Paulo: Instituto Pólis, 2004.

HAVERI, Arto. Governance of Local Development: The Finnish Experience. 1996.

MEYER-STAMER, Jörg. Por que o desenvolvimento econômico local é tão difícil, e o que podemos fazer para torná-lo mais eficaz? FES-ILDES, 2004.

OLIVEIRA, Francisco de. Aproximações ao enigma: o que quer dizer desenvolvimento local? São Paulo: Instituto Pólis, 2001.

SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

IMPORTÂNCIA DA CEPAL PARA A ECONOMIA DA AMÉRICA LATINA

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) desempenha um papel fundamental na análise e compreensão da economia latino-americana, oferecendo diagnósticos aprofundados e propostas de políticas públicas para enfrentar os desafios estruturais da região. 

Confira o link:

https://repositorio.cepal.org/

Diagnóstico Econômico e Desafios Estruturais

 

A CEPAL destaca que a América Latina e o Caribe enfrentam uma "armadilha de baixo crescimento", caracterizada por taxas médias anuais de expansão econômica em torno de 1% entre 2015 e 2024. Essa estagnação do PIB per capita reflete limitações estruturais, como baixa produtividade, investimentos insuficientes e vulnerabilidades externas.

 

O "Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2023" analisa esse cenário complexo, projetando que o baixo crescimento econômico continuará em 2023 e 2024. O relatório aponta para uma inflação elevada, altos níveis de endividamento público, desaceleração no emprego, investimento e consumo, além de crescentes demandas sociais.

 

Propostas para um Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo

 

A CEPAL propõe estratégias para superar esses desafios, enfatizando a necessidade de aumentar os investimentos em proteção social não contributiva, sugerindo um padrão entre 1,5% e 2,5% do PIB. Essa medida visa reduzir a pobreza e a desigualdade, que permanecem elevadas na região.

 

Além disso, a Comissão destaca a importância de políticas industriais ativas, integração regional e transição energética como pilares para uma recuperação sustentável e inclusiva. Essas propostas visam não apenas retomar o crescimento econômico, mas também promover justiça social e sustentabilidade ambiental.

 

Produção de Conhecimento e Dados Estatísticos

 

Através de seu Repositório Digital, a CEPAL disponibiliza uma vasta gama de publicações e dados estatísticos que servem como referência para pesquisadores, formuladores de políticas e sociedade civil. Esses recursos abrangem temas como desenvolvimento econômico, social e ambiental, oferecendo uma base sólida para a análise e formulação de políticas públicas. 

As contribuições da CEPAL são essenciais para o entendimento e enfrentamento dos desafios econômicos da América Latina. Ao fornecer análises detalhadas e propostas de políticas públicas, a Comissão atua como uma aliada estratégica na busca por um desenvolvimento mais justo, sustentável e inclusivo para a região.

PETRÓLEO, ESTADO E REESTRUTURAÇÃO ECONÔMICA NO RIO GRANDE DO NORTE: DINÂMICA HISTÓRICA E DESAFIOS ATUAIS

 

1 Introdução

 

A trajetória econômica do Rio Grande do Norte (RN) no século XX e início do XXI esteve profundamente marcada pela presença da indústria petrolífera. A descoberta e exploração da Bacia Potiguar pela Petrobras transformaram o RN em um dos principais produtores terrestres de petróleo no Brasil, modificando sua estrutura produtiva, perfil urbano e relações interinstitucionais.

 

O presente texto busca compreender essas transformações por meio de uma leitura crítica da literatura especializada, destacando o papel do Estado, das universidades e os efeitos fiscais da atividade petrolífera, assim como os impactos do recente processo de desinvestimento da Petrobras no território potiguar.

 

2 A emergência de um Estado-produtor: transformações nos anos 1980

 

Rodrigues Neto (1994) aponta que a década de 1980 marcou uma inflexão significativa na economia potiguar com a consolidação do estado como produtor de petróleo. A atuação da Petrobras foi decisiva para o crescimento regional, especialmente na região Oeste, dinamizando cidades como Mossoró e Guamaré. A emergência do "estado-produtor" implicou uma reconfiguração da economia regional, promovendo uma crescente dependência da renda petrolífera, notadamente por meio dos royalties.

 

3 Universidade e indústria: cooperação em pesquisa e desenvolvimento

 

A relação entre a Petrobras e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tornou-se estratégica para a consolidação de uma infraestrutura de ciência e tecnologia no estado. Poletto (2011) destaca que a criação de programas de pós-graduação e centros como o Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (INPE) promoveu externalidades positivas, sobretudo na formação de capital humano qualificado. Essa relação evidencia que, além de extrativa, a indústria petrolífera teve potencial para estimular setores de maior valor agregado na economia local.

 

4 Reestruturação produtiva e a nova geografia econômica do RN

 

Segundo Azevedo (2013), o RN passou por um processo de reestruturação produtiva nas últimas décadas, marcado pela reorganização do espaço econômico. A indústria petrolífera teve papel central nesse processo, promovendo a interiorização do desenvolvimento e alterando a lógica de especialização regional. Contudo, a ausência de planejamento territorial articulado comprometeu a sustentabilidade dessas transformações.

 

5 Petróleo e finanças públicas: o desempenho dos municípios produtores

 

Teodósio (2024) analisa o desempenho fiscal dos municípios produtores de petróleo no RN, revelando que, embora os royalties tenham elevado a receita corrente, essa melhoria nem sempre se traduziu em aumento dos investimentos em infraestrutura ou melhoria da qualidade dos serviços públicos. Observa-se, assim, a presença de um ciclo rentista que limita a autonomia financeira e o planejamento de longo prazo dos entes subnacionais.

 

6 O século XXI e o desinvestimento da Petrobras

 

A saída progressiva da Petrobras do estado, intensificada na década de 2010, representa uma ruptura estrutural na economia potiguar. Para Fabrício e Locatel (2025), o desinvestimento trouxe impactos imediatos sobre emprego, arrecadação e capacidade de inovação tecnológica, revelando a fragilidade de um modelo fortemente ancorado em uma única empresa estatal. A transição para operadoras independentes trouxe incertezas quanto à manutenção da cadeia produtiva local e à sustentabilidade fiscal dos municípios.

 

7 Perspectivas e alternativas para o desenvolvimento

 

Aquino e Nunes (2021) indicam que, apesar da crise do setor petrolífero, o RN possui vantagens comparativas em outras áreas, como energias renováveis (eólica e solar), fruticultura irrigada e turismo. No entanto, a viabilidade dessas alternativas depende da articulação de políticas públicas regionais e da valorização dos ativos locais de ciência e tecnologia.

 

8 Considerações finais

 

A trajetória do Rio Grande do Norte como estado produtor de petróleo revelou tanto o potencial transformador quanto os riscos da dependência da indústria extrativa. O desafio atual é construir alternativas de desenvolvimento que aproveitem os recursos acumulados e as capacidades instaladas, promovendo uma transição econômica mais resiliente e menos dependente da volatilidade dos mercados internacionais de energia. Para isso, é fundamental fortalecer os arranjos institucionais locais e promover uma governança territorial integrada e estratégica.

 

Referências

 

AQUINO, Joacir Rufino de; NUNES, Emanoel Márcio. Desempenho recente e perspectivas da economia do Rio Grande do Norte no século XXI [em linha]. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/. Acesso em: 22 maio 2025.

 

AZEVEDO, Francisco Fransualdo de. Reestruturação produtiva no Rio Grande do Norte. Mercator: Revista de Geografia da UFC, Fortaleza, v. 12, n. 2, p. 113–132, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufc.br/mercator. Acesso em: 22 maio 2025.

 

FABRÍCIO, André Rodrigues; LOCATEL, Celso Donizete. Novos caminhos, velhas práticas e o presente: o desinvestimento da Petrobras no Rio Grande do Norte, uma primeira aproximação do evento. Revista Contemporânea, v. 5, n. 3, p. e7817, 2025. Disponível em: https://revistacontemporanea.com.br. Acesso em: 22 maio 2025.

 

POLETTO, Carlos Alberto. Gestão compartilhada de P&D em petróleo: a interação entre a Petrobras e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2011. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/. Acesso em: 22 maio 2025.

 

RODRIGUES NETO, João. O Estado-produtor de petróleo e as transformações na economia do Rio Grande do Norte, nos anos 80. 1994. Tese (Doutorado em Economia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1994.

 

TEODOSIO, Filipe Moises Santos. Petróleo e finanças públicas: uma análise do desempenho fiscal dos municípios produtores de petróleo no Rio Grande do Norte. 2024. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2024.

A ENERGIA EÓLICA E SEU IMPACTO NO RIO GRANDE DO NORTE: UMA ANÁLISE A PARTIR DO ACERVO EXISTENTE NO BLOG SERTÃO POTIGUAR

O Rio Grande do Norte (RN) destaca-se como um dos principais polos de geração de energia eólica no Brasil. O Blog Sertão Potiguar tem acompanhado essa trajetória, oferecendo informações sobre o desenvolvimento do setor no estado.

Potencial Natural e Expansão da Capacidade Instalada

As condições climáticas do RN, especialmente os ventos fortes e constantes, tornam o estado propício para a geração de energia eólica. Em 2016, o RN assumiu a liderança nacional em capacidade instalada, com 1.158 megawatts (MW), superando o Ceará. Empreendimentos como o complexo eólico em Jandaíra, com 60 aerogeradores de 2 MW cada, adicionaram 120 MW à capacidade instalada do estado.


Impactos Socioambientais e Desafios de Infraestrutura

A implantação de parques eólicos traz benefícios econômicos, mas também desafios socioambientais. Estudos apontam que comunidades, como a de Ponta do Mel em Areia Branca, enfrentam mudanças significativas em seu cotidiano devido à presença dessas estruturas. Além disso, a falta de infraestrutura adequada, como subestações e linhas de transmissão, já levou à ociosidade de 66% da capacidade de geração em determinados períodos.


Desenvolvimento Econômico e Geração de Empregos

O setor eólico tem impulsionado a economia potiguar, gerando empregos e atraindo investimentos. A instalação de fábricas, como a de torres de concreto pré-moldado em parceria com empresas internacionais, exemplifica o crescimento da cadeia produtiva local.

 

Perspectivas Futuras e Sustentabilidade

Com a contínua expansão dos parques eólicos e a superação dos desafios de infraestrutura, o RN tem potencial para consolidar-se ainda mais como líder na geração de energia limpa. A adoção de práticas sustentáveis e o engajamento das comunidades locais serão fundamentais para garantir que o desenvolvimento do setor beneficie a todos.


A energia eólica representa uma oportunidade significativa para o Rio Grande do Norte, promovendo desenvolvimento econômico e contribuindo para a matriz energética sustentável do Brasil.


----------------------

A energia eólica consolidou-se como um dos pilares do desenvolvimento sustentável no Rio Grande do Norte (RN), posicionando o estado como líder nacional e referência internacional na geração de energia limpa. Com um crescimento exponencial na última década, o RN transformou seu potencial natural em um ativo estratégico para a economia, o meio ambiente e a inclusão social.


Liderança nacional em geração eólica

O Rio Grande do Norte é responsável por aproximadamente 30% da capacidade de energia eólica do Brasil, com mais de 10,1 GW de potência instalada distribuídos em 304 parques eólicos. Esse avanço é resultado de investimentos significativos e políticas públicas eficazes que impulsionaram a expansão do setor no estado.


Impacto econômico e social

O setor de energias renováveis gerou 13.571 empregos diretos e indiretos no RN em 2024, sendo 10.462 no setor eólico. Além disso, o crescimento da geração de energia eólica tem favorecido o desenvolvimento econômico, com aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões que receberam parques eólicos.


Desafios e oportunidades

Apesar dos avanços, o RN enfrenta desafios relacionados à infraestrutura de transmissão de energia. Em 2013, 66% da capacidade de geração dos parques eólicos instalados estava ociosa devido à falta de subestações e linhas de transmissão adequadas. Superar essas limitações é essencial para aproveitar plenamente o potencial eólico do estado e atrair novos investimentos.


Inclusão e capacitação

Iniciativas de capacitação têm promovido a inclusão de comunidades locais no setor de energias renováveis. Um exemplo é o projeto de formação acadêmica voltado para capacitar indígenas no setor eólico, transformando a realidade de comunidades no RN. Essas ações fortalecem o desenvolvimento sustentável e a justiça social no estado.


Perspectivas futuras

O RN continua a liderar a produção de energia eólica no Brasil, com investimentos previstos em novos projetos eólicos e solares que somam R$ 55,3 bilhões até 2030. Além disso, o estado possui um potencial significativo para a geração de energia eólica offshore, com projetos em processo de licenciamento junto ao IBAMA.


A energia eólica é fundamental para o desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Norte, promovendo crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. Com políticas públicas eficazes e investimentos contínuos, o estado está bem posicionado para manter sua liderança no setor eólico e servir de modelo para outras regiões.


Fontes Utilizadas

1.           "Energia Eólica no RN"
Publicado em 21 de maio de 2016, este artigo destaca a entrada em operação dos parques eólicos Baixa do Feijão I, II, III e IV, no município de Jandaíra, adicionando 120 MW à capacidade instalada do estado.
https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2016/05/energia-eolica-no-rn.html


2.           "Rio Grande do Norte assume liderança em energia eólica"
Publicado em 20 de outubro de 2014, o texto informa que o RN superou o Ceará em capacidade instalada de energia eólica, alcançando 1.158 MW.

https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2014/10/rio-grande-do-norte-assume-lideranca-em.html


3.           "Energia Eólica: RN é o maior produtor do Brasil"

Publicado em 23 de junho de 2016, este artigo apresenta dados do IBGE que apontam o RN como responsável por mais de 30% da energia eólica produzida no país.

https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2016/06/energia-eolica-rn-e-o-maior-produtor-do.html


4.           "Percepção dos impactos socioambientais da energia eólica em Ponta do Mel, Areia Branca/RN"

Publicado em 28 de fevereiro de 2020, o texto aborda os impactos socioambientais percebidos pela comunidade de Ponta do Mel devido à implantação de parques eólicos.

https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2020/02/percepcao-dos-impactos-socioambientais.html


5.           "Parques eólicos instalados no Rio Grande do Norte estão com 66% da capacidade ociosa"

Publicado em 9 de janeiro de 2013, este artigo discute a ociosidade dos parques eólicos no RN devido à falta de infraestrutura de transmissão.

https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2013/01/parques-eolicos-instalados-no-rio.html


6.           "RN: Energia Eólica - Nova Fábrica"

Publicado em 16 de janeiro de 2014, o texto anuncia a instalação de uma fábrica de torres de concreto pré-moldado para parques eólicos no RN, fruto de parceria entre empresas holandesa e potiguar.
https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2014/01/rn-energia-eolica-nova-fabrica.html


7. Potência instalada e liderança nacional

"RN atinge 10,1 GW em potência instalada de energia eólica e detém 30% da capacidade do país"
Fonte: Canal Energia (via CNRN)
Link: https://cnrn.com.br/noticia/45392/rn-atinge-10-1-gw-em-potencia-instalada-de-energia-eolica-e-detem-30-da-capacidade-do-pais.html


8. Geração de empregos e investimentos previstos até 2030

"Instalação de usinas para geração de energia eólica e solar gera 13.571 empregos no RN"
Fonte: Potiguar Notícias
Link: https://www.potiguarnoticias.com.br/noticias/59742/instalacao-de-usinas-para-geracao-de-energia-eolica-e-solar-gera-13571-empregos-no-rn


9. Ociosidade dos parques eólicos por falta de infraestrutura

"Parques eólicos instalados no Rio Grande do Norte estão com 66% da capacidade ociosa"
Fonte: Blog Sertão Potiguar
Link: https://blogsertaopotiguar.blogspot.com/2013/01/parques-eolicos-instalados-no-rio.html


10. Inclusão social e capacitação de comunidades indígenas

"Curso inédito na área de energia eólica transforma comunidades indígenas"
Fonte: Tribuna do Norte
Link: https://tribunadonorte.com.br/economia/curso-inedito-na-area-de-energia-eolica-transforma-comunidades-indigenas/


11. Potencial para energia eólica offshore

Mencionado na mesma matéria acima (Tribuna do Norte), com informações sobre novos projetos em licenciamento pelo IBAMA.