SAÚDE RN: ENXURRADA DE PROBLEMAS...
A Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do Hospital Giselda Trigueiro (HGT) está desativada há 16 dias. Uma
sobrecarga no sistema elétrico, no dia 18 de maio, foi a responsável pela
inutilização do espaço que possui sete leitos. Os pacientes foram transferidos
às pressas para uma sala do Hospital Ruy Pereira onde estão acomodados de forma
improvisada e precária.
O problema não tem data para ser resolvido. Na UTI do
Giselda, a energia foi restabelecida graças à uma gambiarra. Porém, o espaço
continua fechado porque há risco de novos problemas acontecerem.
Com a sobrecarga, alguns
aparelhos foram danificados. De acordo com funcionários do Giselda, o acidente
era previsto e poderia ter sido evitado caso tivessem feito reparos no sistema
de condicionadores de ar e tubulação de gases.
De acordo com a médica Nancy
Baumgartner, dois leitos estavam desativados antes mesmo da pane elétrica por
causa de vazamentos no aparelho de ar condicionado. "Estávamos trabalhando
com cinco leitos justamente porque já havia esse problema. O ar condicionado
ficava pingando água e acabou danificando outros aparelhos", disse.
Segundo Antônio Marinho, chefe da divisão dos Serviços Gerais do Giselda
Trigueiro, tanto a direção do hospital como a secretaria de Estado da Saúde
Pública (Sesap) sabiam do risco de pane elétrica na UTI. "A instalação dos
aparelhos de ar condicionado foi feita de forma errada. Eles ficam em cima da
tubulação dos gases usados nos pacientes. Tínhamos certeza que iria acontecer
alguma coisa de errado mais cedo ou mais tarde", relatou.
Na tarde do dia 18 de maio, os funcionários que estavam trabalhando na UTI
foram surpreendidos com a pane elétrica. Naquela dia, cinco pacientes
estavam internados. Todos foram removidos para o hospital Ruy Pereira. Um deles
teve alta na tarde da última quinta-feira. Os demais continuam internados no
local. "Estão lá de forma precária. Além dos pacientes, os funcionários
também sofrem com a situação. Nossa UTI era exemplar. Dava orgulho de nossas
instalações. Agora, estamos nessa situação", disse Nancy.
Nesses 16 dias de interdição, pouco foi feito para reabrir a UTI. De acordo com
Carlos Mosca, diretor técnico do HGT, uma equipe de técnicos da
secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN) visitou a unidade dias após à pane
elétrica. Um relatório foi expedido constatando a sobrecarga no local. Para
solucionar o problema, segundo o diretor, foi feita "a instalação de um
novo cabo de alimentação". O serviço foi encerrado na última quinta-feira.
"Mas nós não ficamos satisfeitos com o relatório. É preciso fazer uma
reforma para solucionar outros problemas. Só vamos liberar a UTI quando essas
questões forem sanadas", completou o diretor.
"Na verdade fizeram uma gambiarra. Religaram a energia puxando um cabo lá
do nosso quadro de energia central", afirmou Antônio Marinho. O
funcionário acredita que a gambiarra não vai suportar a corrente de energia
necessária para ligar os equipamentos que existem na UTI. "Nem fizemos o
teste porque não há condições para tanto. E também não adianta fazer isso sem
antes não resolverem o problema dos condicionares de ar e da tubulação dos
gases", ponderou.
O diretor técnico do HGT disse que a Sesap tem um estudo técnico sobre as
reformas necessárias no setor e aguarda um posicionamento do Governo. "A
Justiça já nos deu um prazo de 120 dias para que terminássemos outras obras no
hospital. No entanto, não arrisco dizer um prazo para que tudo esteja
solucionado e a UTI seja reativada", colocou Carlos Mosca.
Tribuna do Norte
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