quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A função de bem estar de Bergson e Samuelson


O mérito de Bergson foi criar uma função de bem-estar arbitrária com o intuito de se chegar ao bem-estar máximo. Bergson demonstra que a função de bem-estar depende de juízo de valor, pois um bem-estar máximo decorre do pensamento político mandatário, qual seja ditador, democrata ou comunista, desta maneira, um aumento no nível de satisfação de uma comunidade indica um aumento em seu bem-estar.

Depois de analisadas as teorias de Bergson, Henderson & Quandt colocaram que o bem-estar máximo só pode ser resolvido de duas maneiras:

1.    cada ponto sobre a função agregada de transformação define uma combinação de bens que pode ser atingida com os recursos disponíveis;

2.    determinam-se todos os contornos de Bergson, cada um destes contornos corresponde a um diferente nível de bem-estar.

Isto significa, no primeiro caso, alcançar o máximo nível de utilidade e no segundo, atingir o mais alto contorno de Bergson. Assim, sugere razoavelmente que, somente o modelo do problema é a formulação de um conjunto de julgamentos de valores explícitos que habilita o analista a avaliar a situação. Por exemplo: o economista pode ser uma pessoa do governo, um legislador ou uma pessoa não específica do grupo.

Para melhor explicar o nível de satisfação de uma comunidade, Bergson faz uso de um mapa de indiferença que foi denominado de funções de bem-estar social. Essas funções obedecem as regras das curvas de indiferença para proporcionar um melhoramento definitivo, isto é, são côncavas  à origem, não interceptam etc.

Sem dar a esta função de bem-estar social nenhuma forma especifica, ela poderia ser maximizada com a restrição das funções de produção. Da adversidade de expressões que se pode obter manipulando as condições de primeiro melhor máximo, Bergson selecionou quatro destas condições:

1.    o bem-estar social marginal por Unidade Monetária de cada mercadoria deve ser o mesmo para todos os indivíduos;

2.    o mal-estar marginal social por Unidade Monetária de cada tipo de trabalho deve ser o mesmo para os indivíduos;

3.    o valor marginal da produtividade de cada classe de trabalho deve ser igual ao salário dessa classe de trabalho e

4.    o aumento do valor obtido pelo deslocamento de uma unidade marginal de um fator não laboral da produção de um bem X a de um bem Y, deve ser igual aos custos originados por este deslocamento. Isto é, do produto marginal seja igual para todos os usos.

Concluindo, o método de Bergson tem a virtude de reconhecer que as condições últimas, que encerraram as regras da produção ideal, poderiam separar-se de qualquer predileção sobre a distribuição do bem-estar refletida nas duas primeiras condições, inferência que independeria da impressão transmitida por alguns escritores de Cambrigde, que só a aceitariam, munida de uma concreta distribuição de riqueza: a equidade.

CRITÉRIO DE SAMUELSON

Para Samuelson, o seu aparecimento veio a acontecer propriamente em 1950, com um artigo que versava sobre os famosos números índices, dizendo que os números índices serviriam como indicadores fundamentais para uma mudança potencial de renda real da comunidade, assim tendo estreita relação com a prova de compensação de Nicholas Kaldor.

Samuelson utilizou a curva de possibilidade de utilidade, para a aplicação em sua análise, na justificativa dos números índices como medida de renda da comunidade que seria um indicativo de bem-estar social de uma nação, da uma mudança na qualidade de vida da população.

O importante, é que, coloca Samuelson que, , isto é semelhante a dizer que , disto pode-se concluir que a renda real pode ser vista, como uma medida de bem-estar social de uma nação ou qualquer aumento da renda real da população, implica um incremento de bem-estar social e econômico.

A renda real é o poder de compra da população, tendo em vista o uso de seu trabalho no cotidiano, pois ao se ter ganho de renda real, consegue-se obviamente um nível de bem estar maior, ou uma qualidade de vida que melhore o nível de satisfação daqueles que percebem renda e se sentem bem diante o leque de consumo que deve usufruir no cotidiano da lida.

Com relação aos números-índices, eles são importantes instrumentos de medidas estatísticas, usados para comparar variáveis econômicas, que se relacionam entre si, para obtenção de análise, de variações no transcorrer do tempo, ou em distintos lugares, numa representação do dia-a-dia das pessoas e onde estão assentados.

O nível de vida de uma determinada população, tem se notado que conseguiu variado muito ao longo dos tempos, cujos números índices detectam essas variações, para que as autoridades locais adotem políticas, para que possa haver crescimento equilibrado e haja um bem-estar real.

O TEOREMA DE ARROW

O teorema de Arrow (1984) decorre de intensiva pesquisa que o autor fez, quando ele investigou a formulação de preferências sociais e descreveu as preferências individuais e sociais em termos da ordenação de estados alternativos formados pela relação “deseja-se pelo menos tanto quanto”. 

Arrow mostrou que seria impossível fazer uma escolha dentro de um conjunto de alternativas sem violar algumas delas.
  
Para fundamentar seu trabalho Arrow propôs quatro condições básicas que deveriam ser aceitas. Então, colocou Arrow, condições para serem atendidas pelas escolhas sociais, a fim de refletirem as preferências individuais representativas da sociedade. Estas são:
1.    as escolhas sociais devem ser transitivas;
2.    as mudanças sociais não devem responder em uma direção oposta às mudanças na escolha individual;
3.    as escolhas sociais não devem ser ditadas por qualquer um, dentro ou fora da sociedade;
4.    a preferência social entre duas alternativas deve desprender unicamente das opiniões das pessoas relativas às duas alternativas e não de suas opiniões a respeito de outras alternativas.

Dentro desta perspectiva, o teorema de Arrow não pode ser considerado um teorema democrático, visto que a consistência das escolhas sociais, não é compatível com os princípios democráticos.               

Uma democracia social, em qualquer instância, deve ser respeitada, dentro do princípio de liberdade de escolha, que se tem frente a um mercado, cuja sinergia social é quem delibera sobre o ajustamento da sociedade como um todo.

Fonte: Luiz Gonzaga de Sousa 

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