segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A globalização e o Nordeste


 Por Carlos Magno Lopes

Satanizada por muitos sob a alegação de que só beneficiaria os países desenvolvidos, a globalização mostrou, afinal, que ideologias que negam a relevância de critérios de eficiência econômica como essenciais para o progresso humano e material, não resistem a nenhum tipo de investigação factual. Com efeito, foi a globalização que possibilitou o surgimento de países “emergentes”, as novas locomotivas da economia mundial. Além disso, foi a globalização que criou as condições objetivas para que centenas de milhões de pessoas superassem a condição de pobreza extrema e ganhassem o passaporte para o mercado consumidor. Resta a lição: não se pode agredir os fatos!

No Brasil, a globalização produziu resultados além das expectativas mais otimistas como, por exemplo, o volume crescente de investimentos estrangeiros diretos, que chegaram a USD 66,7 bilhões em 2011, o que representa um atestado do status de potência emergente que o país desfruta. É verdade que nem tudo são flores: segmentos menos competitivos da indústria cambaleiam e defendem o protecionismo comercial ou a depreciação do câmbio como saída. Ambas alternativas, contudo, já foram testadas por décadas e, finalmente, reprovadas.

Do ponto de vista regional, a globalização também trouxe suas consequências. Pernambuco e Ceará talvez sejam os estados nordestinos que mais intensamente se beneficiaram com a interdependência da economia mundial, graças aos portos de Suape e Pecém.

Os portos de Suape e Pecém têm atuado como imãs de atividades econômicas organizadas a partir da intensa movimentação de cargas, oriundas de importações ou destinadas a exportações. Isto é, atividades para as quais a competitividade internacional só pode ser alcançada com a ajuda de modernos complexos portuários e de logística. Por reunir esses atributos, Suape e, em menor escala, Pecém, concentraram volume inédito de investimentos nos anos recentes. É importante observar que todos esses investimentos obedecem a critérios rigorosamente baseados em parâmetros ditados pela competitividade global, ou seja, pela globalização.

Evidentemente, não basta a globalização. Tampouco outros fatores, além de portos e logística, são necessários para um país ou região atingir níveis elevados de competitividade global. No mundo global, não basta ter potencial, o que não falta ao Nordeste que, por sinal, o possui para um número quase infinito de atividades econômicas. É preciso, também, produzir com eficiência para que comprar e vender no mercado global aumente o bem-estar.

Um comentário:

  1. Excelente texto e muito informativo, fiquei com um gostinho de querer mais informações sobre a globalização no nordeste. Pois acredito que graças a globalização o nordeste brasileiro veio como um grande potência e não graças a incentivos sociais!

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