O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aparece em diálogos
captados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Em um deles, é
ele mesmo quem fala. Em outros, ele é mencionado pelos interlocutores.
No grampo em que aparece a voz de Sarney, ele atua em favor da promoção
de um servidor da Empresa de Infra-Estrutura Aeoroportuária (Infraero),
que estava cedido à Presidência da República quando o presidente era
Sarney, para trabalhar na portaria.
Ocorre que o servidor, Raimundo
Costa Ferreira Neto, conhecido como Ferreirinha, segundo a investigação
da Polícia Federal, facilitaria a entrada de produtos contrabandeados
nos aeroportos para a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Nas demais conversas em que Sarney é mencionado, outros membros da
quadrilha de Cachoeira conversam sobre um método de incineração de lixo
de tecnologia da Alemanha. E dizem que “o pessoal do Sarney” teria
interesse em comprar a parte deles no negócio.
Em nota ao Congresso em Foco, o presidente do Senado
disse que o pedido de promoção de Ferreirinha “não foi atendido” pela
Infraero. Mesmo questionado especificamente sobre isso, a assessoria de
Sarney não responde na nota se ele sabia das ligações de Ferreirinha com
o grupo de Cachoeira, embora, em conversas com a reportagem, seus
assessores neguem essa possibilidade.
Além do próprio Sarney, são
citados nos grampos o deputado federal Sarney Filho (PV-MA) e Adriano
Sarney, neto do presidente do Senado. Eles aparecem nos grampos sobre
sobre lixo. Sarney nega que sua família tenha negócios no setor de
resíduos sólidos. Também negam qualquer envolvimento com as pessoas do
grupo de Cachoeira que são flagradas nas conversas.
Ex-porteiro da Presidência pedia, segundo a PF, interferência de Sarney para se tornar superintentende da Infraero
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