quinta-feira, 24 de maio de 2012

CPI do cachoeira e a oitiva dos 'mudos'...

do estadão.com.br

Principal personagem a depor na sessão desta quinta-feira, 24, na CPI do Cachoeira, o araponga Idalberto Matias Araújo, o Dadá, não respondeu a nenhuma pergunta. Antes mesmo de usar os dez minutos iniciais a que tinha direito, o araponga foi questionado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se estaria disposto a colaborar com as investigações. “Vou usar meu direito constitucional de permanecer em silêncio”, limitou-se a dizer, deixando a sessão em seguida. 

Como foi acordado entre os parlamentares, caso Dadá se negasse a responder, sua presença seria liberada. O mesmo foi feito com os outros dois depoentes, o ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez e o araponga Jairo Martins.

Mesmo sem avançar nas oitivas, a sessão durou quase quatro horas e foi marcada por discussões acaloradas entre os parlamentares da base e da oposição. Na maior parte do tempo, o debate entre deputados e senadores foi sobre a necessidade de rever os procedimentos da comissão, já que os próximos depoentes deveriam repetir a estratégia de permanecer em silêncio. 

Ao final da sessão, ficou decidido que no próximo encontro, na terça-feira, 29, os parlamentares votarão requerimentos para decidir sobre a quebra de sigilo da construtora Delta e a convocação de governadores mencionados pelas investigações da Polícia Federal.

Primeiro a entrar na sala, o ex-vereador Wladimir Garcez, que seria o elo da quadrilha com o governo de Goiás, usou os dez minutos iniciais para ler sua defesa. Em seu depoimento, o ex-vereador negou envolvimento com negócios ilícitos e afirmou que sua ligação com Cachoeira era apenas de consultor de suas empresas. Ao final de sua fala, informou que só responderia questões relacionadas às provas a que teve acesso. 

A comissão insistiu em fazer perguntas, mas após quase duas horas de sessão sem respostas, o ex-vereador foi liberado. Garcez comentou apenas o episódio da compra da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Dadá entrou em seguida e, ao responder que não falaria com a comissão, foi dispensado. O último depoente, o araponga Jairo Margins seguiu a postura dos dois primeiros.

PT x PSDB

Apesar do posicionamento de Wladimir Garcez de ficar em silêncio, ainda no início da sessão, os parlamentares concordaram que o relator da CPI, o deputado Odair Cunha (PT) poderia expor suas perguntas. 

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou duramente a atuação do relator e o acusou de direcionar a investigação com o objetivo de atingir o governador de Goiás, o também tucano Marconi Perillo. A declaração deu início a bate-boca na sessão. 

"O que está se vendo nessa CPI é a briga do PT e do PSDB. Essa CPI vai valer o quê? Externar essa disputa doentia entre o PSDB e o PT”, provocou o senador Silvio Costa (PTB).

Em meio à discussão, parlamentares alertaram que a comissão deveria abrir eleição para os cargos de 1º e 2º vice-presidente para evitar o suposto encaminhamento dos procedimentos da CPI. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) sugeriu que a eleição seja realizada na próxima sessão, prevista para terça-feira, 29. O presidente da CPI acatou o pedido.

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