quinta-feira, 26 de julho de 2012

A dívida externa do Brasil


Deve-se considerar, comparando-se o século XIX com o XX, que houve um substancial aumento no fosso de renda per capita que divide os países industrializados dos países em desenvolvimento. Alguns autores advogam a tese de que a dívida externa trava o crescimento dos países em desenvolvimento, contribuindo para aumentar essa desigual distribuição de renda.

 

O crescimento da dívida exerna desses países foi grande nos últimos anos. Os países em desenvolvimento tinham uma dívida global de $70 bilhões em 1970, $167 bilhões em 1975, $751 bilhões em 1981, $1.518 bilhões em 1990 e $1.662 bilhões em 1992. A América Latina era responsável por 30% dessa dívida. A dívida é séria nessa região porque os indicadores de dívida/exportações e serviços de dívida/exportações são comparativamente elevados.

 

Segundo Aldcroft, no século XIX, os fluxos externos de capital, em relação ao PIB, eram muito maiores do que nos anos 80 do século XX.

O Brasil foi um dos países mais atingidos pela crise da dívida externa, que muito nos últimos anos. Em 1975, ela estava em US$21 bilhões; em 1999, US$229 bilhões, cerca de 30% do PIB. Em termos de dívida líquida, esse percentual cai para cerca de 24%.

As principais causas da dívida externa brasileira foram os choques do petróleo, o aumento das taxas de juros internacionais, erros administrativos do governo brasileiro e a instabilidade criada pelos credores estrangeiros.

Em 1987, o Governo Brasileiro declarou moratória, suspendendo nesse mesmo ano. No ano seguinte, declarou de novo, suspendendo novamente em 1990. O Brasil adotou um complexo sistema de pagamento dessa dívida, chamado Plano Brady, e voltou ao mercado internacional, mas com um alto risco Brasil. O problema do endividamento externo continua sério no Brasil.

Fonte

MELLO, Pedro Carvalho de. A dívida externa do Brasil. Rio de Janeiro: FGV Online, 2006.

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