terça-feira, 4 de setembro de 2012

Breve histórico da criação do município de Pau dos Ferros


A formação do município de Pau dos Ferros / RN é idêntica a de tantos outros municípios potiguares. Remonta ao desbravamento dos sertões que ocorreram preponderantemente as margens dos principais cursos de água. Os caminhos do gado, em especial, os locais escolhidos como pousos deram origem a boa parte dos municípios da região oeste do estado.
Obviamente, os primeiros habitantes da região foram os índios:
Foram indígenas da tribo dos Cariris ou Panatis, emigrados da Paraíba, os primitivos habitantes de Pau dos Ferros. (IBGE – Pau dos Ferros/RN)
A seguir reproduzimos o histórico da formação do município de Pau dos Ferros existente no trabalho realizado pelo IDEMA: “Perfil do Seu Município”, pontuando, sempre que pertinente, com os dados disponíveis no IBGE.
De acordo com o trabalho realizado pelo IDEMA:
Em 1733, por ocasião da morte do Coronel Antônio da Rocha Pita, foi doada a sesmaria de Pau dos Ferros a seus filhos e herdeiros, Francisco da Rocha Pita, Luiz da Rocha Pita Deusdará, Simão da Fonseca e Maria Joana.
         Para o IBGE:
As incursões iniciais de civilizados, através do território onde atualmente se localiza o Município, teriam ocorrido em fins do século XVII, no rumo sul-norte, pelas ribeiras dos rios Piranhas e Apodi. Esta suposição se deve ao fato de terem sido feitas em princípios do século seguinte as primeiras concessões de datas. Em 1733, foram concedidas sesmarias na região a Luís da Rocha Pita Deusdará Simão de Fonseca e Dona Maria Joana, herdeiros do coronel Antônio da Rocha Pita, radicado na Bahia e senhor de grandes áreas no Ceará e Rio Grande do Norte.
        Verifica-se que as concessões foram dadas a Luís da Rocha Pita Deusdará Simão de Fonseca e Dona Maria Joana, ou seja, dois e não quatro filhos do Coronel Antônio da Rocha Pita conforme provável equívoco do texto do IDEMA.
        Acompanhando os leitos dos principais rios da região os colonizadores se empenharam em estabelecer os primeiros núcleos populacionais, conforme o IBGE:
Naquele mesmo ano [1733], Francisco Marçal foi incumbido de fundar uma fazenda de criação de gado. E tão bem se houve na empreitada que em pouco tempo, com o crescimento da propriedade também se desenvolveu o núcleo populacional (já em 1738 contava com uma capela).
Também para o IDEMA:
[...] foi Francisco Marçal, o grande pioneiro da história de Pau dos Ferros, com seu esforço e com sua capacidade de mobilização que, em 1738, no núcleo populacional já existente ergueu a capela que mais tarde, no ano de 1756, veio a ser matriz de uma grande freguesia.

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

Cada vez mais os pauferrenses se sentiam orgulhosos pelo seu pequeno povoado, mas com todo esse crescimento a freguesia sentia-se prejudicada por estar subordinada político-administrativamente ao pequeno povoado de Portalegre, distante 33 km à leste do povoado. O problema maior era que Portalegre ficava localizado em uma serra e isto dificultava o acesso das pessoas, que sentiam-se prejudicadas em seu comércio.

Com muito sacrifício e luta o povoado ganha a sua primeira escola pública; que foi criada em maio de 1835 pela lei provincial nº 11, tendo como seu primeiro professor João Gualberto Soares. Em toda zona serrana só existiam três povoados, eram eles: Apodi, Portalegre e Pau dos Ferros. Sendo que ainda existiam, mais dois que começavam a ter pequeno destaque, que eram São Miguel e Luis Gomes, ambos localizados em serra, o que dificultava seu crescimento. De todos estes, apenas Pau dos Ferros tinha um crescimento regular pela sua localização privilegiada pelo fácil acesso.

Já haviam passado 100 anos da criação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição e conseqüentemente doze longos anos de luta pela criação da vila, todos terminados em fracasso. Finalmente, em 23 de agosto de 1856, na sessão da Assembléia Legislativa Provincial em Natal, o deputado provincial o Sr. Benvenuto Fialho, apresentou um projeto que criava a Vila de Pau dos Ferros. A lei nº 344 foi sancionada e elevou à categoria de vila a povoação de Pau dos Ferros e fixou um limite de 1.700 km2, com o nome de Pau dos Ferros. Nascia assim a Vila de Pau dos Ferros, no dia 04 de setembro de 1856.

OS PRIMEIROS ACONTECIMENTOS

Os limites da vila eram muito grande e como havia ganho sua emancipação era necessário que se escolhesse seus novos administradores, pois tinha algo em torno de 1.700 km2. No mês de janeiro, no dia 19 do ano de 1857, a vila ganhou seu primeiro presidente, a saber: o Sr. Manoel Silvestre Ferreira. No ano de 1859, foi criada uma feira semanal, na vila, para assim ativar o comércio local. Em 1861, no dia 03 de julho, foi instalada uma agência dos correios. Agora, os pauferrenses não se sentiam mais isolados do resto do país; agora que o Brasil era uma nação livre de Portugal.

Em 1868, foi construído o mercado público municipal e o açougue. Uma grande seca, assola devastadoramente toda a região com conseqüências trágicas para a pequena vila, prejudicando a criação de gado e ovelhas, e a agricultura, que na época era a principal fonte de recurso da região. Por volta de 1875, pedia-se a construção de um açude e o lugar indicado era a oeste da vila, um local chamado Riacho do Meio. Aprovado; logo começou as obras do açude que tantos benefícios trouxe a população da vila de Pau dos Ferros. As obras foram concluídas no ano de 1897, tendo o reservatório a capacidade 9.740.704 m3 de água. A vila perde cada vez mais áreas, devido aos seus constantes desmembramentos.

Agora, no alto-oeste já existiam cinco vilas distintas: Pau dos Ferros, Apodi, Portalegre, São Miguel e Luiz Gomes. Nos primeiros anos do século vinte a vila ganhou o telégrafo nacional, que foi instalado em 08 de janeiro de 1908, ficando a cargo como chefe da estação o seu primeiro telegrafista, o Sr. Elias Fernandes. A primeira escola da vila: Escola Joaquim Correia, em homenagem ao idealista que lutou por esta idéia, e que finalmente, conseguiu no dia 25 de janeiro de 1911, data de sua fundação.

ENFIM UMA CIDADE

Tendo a vila crescido e com rotativo movimento comercial e importante entroncamento para a região. Na gestão do Governador do Rio Grande do Norte; o Sr. José Augusto Bezerra de Medeiros, no dia 02 de dezembro de 1924, a lei nº 593, eleva a vila de Pau dos Ferros à categoria de cidade. Mais uma vitória para este recém-construído município que começou a se destacar sobre as demais vilas de todo Alto-Oeste-Potiguar. Depois de cinco anos de emancipação da vila para cidade, foi escolhido como primeiro prefeito em 1929 até 1930, o Sr. Francisco Dantas de Araújo. Sua primeira obra foi a construção do prédio da Prefeitura Municipal, onde hoje está localizada, na avenida Getúlio Vargas, no centro desta cidade. Ainda em 1930, a cidade cede parte do seu território para ser criado a vila de João Pessoa, que mais tarde passa a se chamar de Alexandria-RN, em 1936. O prefeito Manoel Quintino do Rêgo (1931-34), mandou construir assim o cemitério da cidade, onde ainda hoje está localizado na rua Joaquim Torquato.

No início dos anos 50, a população era de 17.517 hab. na zona rural, 13.909 pessoas moravam no campo e apenas 3.608 hab. na zona urbana. A cidade ganha mais um colégio, era o curso normal regional, inaugurado no dia 06 de baril de 1952, que ficava no antigo 31 de Março. Neste ano também foi fundado outro colégio: o Círculo Operário. No ano seguinte, o Patronato Alfredo Fernandes, começa as suas atividades, uma obra que teve o apoio do Padre Cônego Manoel Caminha(natural de Ereré-CE, nascido em 05 de julho de 1908, ordenado sacerdote em Fortaleza-CE). Em 1952, tivemos a instalação do acampamento do DNOCS, um órgão da SUDENE que trabalhava no combate as secas do Nordeste. Em 1940, foi construído o matadouro público de Pau dos Ferros, na administração do Sr. Francisco Fernandes Sena.

Em 1948, começam as obras de mais uma igreja em nossa cidade, desta vez localizada no bairro São Benedito. Em 1953, chega à Prefeitura o Sr. José Fernandes de Melo(1953-1958). Começa a construção do pavilhão municipal na Praça da Matriz, ponto de encontro durante décadas. Em 1955, chega a Pau dos Ferros a agência do Banco do Nordeste do Brasil, incentivando a pecuária, a agricultura e o pequeno produtor.

O CENTENÁRIO

Chegou o ano mais significativo de toda a história da cidade que foi sem dúvida, o ano de 1956; ano que a cidade completou 100 anos de emanciapação política desde a sua fundação no dia 04 de setembro de 1856. Neste ano aconteceu uma série de inaugurações para se comemorar o centenário da cidade. O prefeito José Fernandes de Melo encomendou ao arquiteto baiano Oscar de Sousa Lelis, em maio de 1955, que molde o obelisco como monumento de comemoração, para ser entregue à população na data exata.

No dia 04 de setembro de 1956, a cidade completou 100 anos de emancipação política, enfim o obelisco estaria sendo entregue à população; a placa de bronze tem os seguintes dizeres: "1856-1956 - NO TRONCO DA FRONDOSA OITICICA OS VAQUEIROS GRAVAVAM OS FERROS DAS FAZENDAS DA REGIÃO HERÁLDICA DOS SENHORES DE GADO. EM TORNO DA ÁRVORE VULGARIZADA POR "PAU DOS FERROS" DESENVOLVEU-SE O POVOADO ELEVADO À SOB SEDE MUNICIPAL PELA LEI Nº 344, DE 04 DE SETEMBRO DE 1856." "ADMINISTRAÇÃO DO PREFEITO DR. JOSÉ FERNANDES DE MELO."

Disponível em: http://wikimapia.org/5071466/pt/Pau-dos-Ferros-Rio-Grande-do-Norte-Brasil

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