Tenho acompanhado alguns blogs da região para aferir o ‘debate’
político. É claro que o canal de mídia escolhido para a pesquisa não é
completamente isento, aliás, não é nada isento.
E nem podemos exigir que blogs pessoais e claramente comprometidos com
a defesa de determinados candidatos sejam isentos, embora alguns queiram
emprestar as páginas editadas certo ‘rigor jornalístico’.
Não há isenção. É tolice querer passar uma imagem de independência,
pois os leitores dos blogs reconhecem imediatamente os laços políticos. As mensagens
são nítidas e explicitamente vinculadas as candidaturas defendidas pelos
blogueiros.
Diga-se, isso não representa nenhum problema (ressalvados aqueles
casos que os blogueiros fingem isenções), pois cada município tem os blogueiros
da situação e da oposição. O jogo na rede é equilibrado.
E o debate?
Predominam as acusações mútuas, o processômetro (discute-se quem tem
mais processos), quem tem a ficha mais suja (aqui parece que temos uma regra matemática:
quanto mais tempo o candidato atua na política mais processos tem), debate-se o
que o candidato já fez e não fez (os partidários mostram as realizações; os
opositores carregam nas tintas dos problemas não resolvidos e creditam tudo que
o outro fez a esfera federal e/ou estadual).
Alguma chance dos candidatos nos diversos municípios apontarem
propostas (viáveis) para a solução dos diversos problemas existentes? Alguma proposta
(realizável) realmente inovadora?
O que os candidatos tem a dizer sobre os
vexaminosos indicadores da educação que imperam em nossa região? Os que estão na situação tergiversam e os da oposição se limitam a
dizer que a culpa é dos ‘outros que estão aí’, mas o que pretendem de inovação?
O que os futuros gestores tem a dizer sobre a ‘falência’ anunciada de vários
municípios? O que pretendem fazer para equacionarem os diversos problemas
fiscais? O que pensam sobre modernização da gestão? Como pretendem pagar em dia
os servidores municipais?
O que pensam sobre a ‘praga’ dos contratos temporários de trabalho
(vínculos precários) que infestam as prefeituras da região?
O que pretendem fazer para a atenção básica de saúde realmente
funcionar?
O marketing eleitoral até consegue apontar os problemas, mas as
soluções que oferecem soam falsas como notas de sete reais. Tentam ‘vender’ ilusões
que não convencem ninguém, mas...
As campanhas seguem acirradas e a militância aguerrida.
Na maioria dos casos ‘os militantes’ lutam somente por benefícios
pessoais. As figuras são rasas e deixam transparecer os reais interesses que os
movem.
Antes que alguém fique nervoso: existem exceções.
Mas, fica a indagação: cadê as propostas?
E os discursos nos comícios? Esse é um tema para uma próxima postagem.
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