A seca que assola o interior do Rio Grande do Norte também está prejudicando a apicultura.
O criador de abelhas Raimundo Torres da Silva ainda não conseguiu produzir mel
neste ano. Boa parte da renda com a qual ele sobrevive é retirada da
apicultura, mas a atividade foi inviabilizada por causa da seca.
Neste final de semana, uma
equipe da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern)
realizou uma expedição a cinco municípios das regiões Central, Oeste e Seridó
do estado para constatar a gravidade da situação. O G1 acompanhou
o trabalho.
A seca matou todos os
cajueiros da propriedade de Raimundo, onde ele também cria vacas. “Eram vinte e
um animais. Hoje, tenho só nove. O resto morreu sem água”, relatou. A estiagem
também está causando prejuízo à produção de mel. Os cajueiros eram utilizados
no processo produtivo, mas com a falta de chuvas, as árvores secaram e as
abelhas foram embora da região.
Raimundo Torres contou que a
produção do mel que desenvolve em Apodi vem caindo nos últimos anos. Segundo
ele, em 2011 conseguiu extrair 3 mil litros de mel. Em 2012 a produção caiu
para pouco mais de mil litros. Já este ano, ainda não houve produção.O
apicultor contou que procurou o Banco do Nordeste para tentar um empréstimo e
aplicar o dinheiro na produção para tentar escapar da seca. Porém, disse que
foi informado pelos agentes do banco que, caso optasse pelo financiamento,
perderia o benefício do Bolsa Família. A mulher do agricultor recebe R$102 do
Governo Federal por mês.
O superintendente do Banco do Nordeste no Rio Grande do Norte, José Nilton
Castro Martins, alertou que o apicultor deve ter sido mal informado na agência
que procurou, porque o financiamento não poderia te sido negado a ele. De
acordo com o superintendente, o programa Bolsa Família é ligado à renda e o
empréstimo não é considerado renda, pois o beneficiado devolve o dinheiro ao
banco através das parcelas.
Entre os produtores
visitados pela expedição, também foi unânime a reclamação de demora na
aprovação dos créditos financiados pelo Banco do Nordeste. João Nilton disse
que a burocracia é inevitável, pois o dinheiro disponibilizado é público.
O superintendente afirmou
que houve um aumento nas solicitações que crédito devido ao agravamento dos
problemas provocados pela estiagem. João Nilton também confirmou que o BNB
realizou mais de 20 mil operações de crédito no Rio Grande do Norte,
totalizando mais de R$ 160 milhões.
Do G1-RN
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