sexta-feira, 29 de março de 2013

Diretor do BC vê o óbvio: contra inflação, juros



Nelson Rodirgues dizia: “muitas vezes esbarramos, tropeçamos no óbvio. Pedimos desculpas e passamos adiante, sem desconfiar de que o óbvio é o óbvio. Só o profeta, com sua espantosa vidência, olha o óbvio e diz: ‘Ali está o óbvio’.”

Carlos Hamilton Araújo não é profeta. Economista, responde pela diretoria de Política Econômica do BC. Na quinta, véspera da Sexta Santa, ele esbarrou no óbvio. Não pediu desculpas. Deu bom dia. Reconciliou-se com o óbvio.
Deu-se numa entrevista em que foi divulgado o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central. O documento revela: mantida a taxa de juros atual (7,25% ao ano), a inflação será de 5,7% em 2013 e de 5,3 em 2014 –muito acima da meta de 4,5%.
Crivado de perguntas, Carlos Hamilton disse que, para 2013, “é irrealista” o cenário de uma inflação cadente, convergindo para a meta. Para 2014, porém, “muita coisa pode ser feita para garantir que a convergência ocorra ao final do ano”, disse ele.
Alguém perguntou: o que fazer? Carlos Hamilton sacou Winston Churchill: “…Consta que, em certa oportunidade, Churchill disse que a democracia é o pior dos regimes, excetuando todos os outros. Para combater a inflação, o juro é o pior remédio, à exclusão dos demais…”
Se pudesse falar, o óbvio diria: “Obrigado, Carlos Hamilton, por me reconhecer. Bom dia pra você também.”
BLOG DO JOSIAS

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