sexta-feira, 26 de abril de 2013

Base aliada: ou aprende a lidar com ela ou vira adubo...


Fala-se e escreve-se muito sobre as relações dos gestores de plantão com suas respectivas ‘bases aliadas’. Da presidente aos prefeitos de quase todos os municípios, tem-se uma única certeza sobre essa figura mitológica (e fisiológica) da política brasileira: sempre existirão descontentes, insatisfeitos, rebeldes...

A proporção de aliados, pero non muchos, satisfeitos é diretamente proporcional ao tamanho e a heterogeneidade da ‘base’. Quanto maior o número de lideranças ávidas por um quinhão no governo menor é possiblidade que o gestor tem de atendê-los e quanto mais heterogêneo for o grupo maiores são as possibilidades de embates internos pela ocupação de espaços.

Aliás, postulo a hipótese de que o maior erro que os gestores cometem é querer agradar todos a todo o momento, ou seja, crescer demais é um risco; ampliar e fatiar demais o governo idem.

Existe uma frase atribuída a John F. Kennedy que diz: “Não conheço nenhuma fórmula infalível para obter o sucesso, mas conheço uma forma infalível de fracassar: tentar agradar a todos.”

Quando os interesses de grupo e/ou indivíduos crescem muito acabam, inevitavelmente, por se chocar com os interesses do próprio governante e daí para os descontentes quererem não mais uma fatia, mas todo o bolo, é apenas uma questão de tempo.

A expressão ‘fogo amigo’, utilizada no meio político, para referir ataques desferidos por correligionários, refere-se, verdadeiramente, as disputas por ocupação de espaços cada vez maiores na estrutura governamental para viabilizar voos mais altos.

Conclusão: o grande líder é aquele que é capaz, usando uma metáfora da biologia, de identificar quando a relação deixa de ser mutualística (aquela em que as espécies não conseguem viver separadamente) e se torna cada vez mais parasitária (que pode levar a morte, neste caso, morte política).

Eis a grande tarefa do animal político: atrair o maior número possível de aliados, ‘alimentá-los’ e controlar os impulsos ‘parasitários’ que seguramente os acometerão em algum momento.

Não é fácil, mas quem não aprende rapidamente tal lição vira adubo. É o mecanismo implacável da seleção natural...

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