quarta-feira, 3 de julho de 2013

nas asas da alegria...

do Afinal de Contas


O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB/RN), resolveu devolver hoje o dinheiro que teria feito os cofres públicos gastarem para ele levar a noiva, o cunhado e a concunhada para ver o jogo do Brasil usando um voo da FAB. Ficou feio nas redes sociais depois que a Folha revelou as fotos da farra.


Como lembra a Vera Magalhães, os voos da alegria não são novidade na política brasileira e nem exclusividade deste ou daquele governo. A Folha revela farras aéreas com jatos da FAB desde 1989, no governo José Sarney. No governo Fernando Henrique Cardoso, seis ministros foram expostos tendo usado jatinhos da Força Aérea para curtir férias em Fernando de Noronha. No governo Lula, amigos de filhos do ex-presidente botaram no Orkut fotos da viagem.

O que há em comum em todos esses casos é que eles se alimentam da falta de transparência. Aerofarristas contam com a grande probabilidade de ninguém notar. O caso do Henrique Alves apareceu porque a concunhada postou nas redes sociais. E os que não apareceram, quantos são?

Se fosse possível verificar no Portal da Transparência do governo federal quem requisita os jatinhos da FAB, quando e para quê, e de preferência indicando o custo envolvido, seria mais fácil evitar abusos do gênero.

Em primeiro lugar porque quem usa não quer aparecer. Se for para aparecer, é mais fácil algum deles resolver que é melhor não. Não seriam todos, mas no momento em que os repórteres da Folha começassem a fuçar os dados certamente mais deles seriam revelados, o que pesaria na decisão de outros candidatos a farristas aéreos. Que tal?

Em segundo lugar porque o valor a devolver seria mais claro. Alves disse que vai devolver o dinheiro à FAB, mas que dinheiro exatamente? O equivalente a passagens em voos comerciais ou todo o custo que a FAB teve para levantar voo com ele e seus amigos para a festa no Maraca? Há uma diferença importante aí.

Na onda de responder ao clamor popular, que tal criar uma área do Portal da Transparência revelando quem usa e usou os jatinhos da FAB nos últimos anos, para quê e gastando quanto?

ANÁLISE: Voos da alegria são marcas do patrimonialismo

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