terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

dívida pública inicia o ano em queda

Dívida pública inicia 2014 em queda após sucessivos recordes

Redução de 3,85% foi provocada pelo elevado resgate líquido de títulos públicos federais e apropriação de juros; participação de estrangeiros aumenta

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Influenciada pelo elevado resgate líquido de títulos públicos federais em janeiro, a dívida pública mobiliária federal interna caiu 3,85% no mês passado frente a dezembro, atingindo 1,950 trilhão de reais, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira. No ano passado, a dívida pública federal registrou recorde, alcançando 2,12 trilhões de reais.
O Tesouro anunciou ainda que o estoque da dívida pública federal, incluindo também a dívida externa, recuou 3,60% em janeiro, para 2,046 trilhões de reais. Em janeiro, houve resgate líquido de papéis da dívida brasileira no montante de 97,62 bilhões de reais. Isso significa que muitos investidores fizeram o resgate de seus títulos no mercado interno entre dezembro e janeiro. 
Ainda que a saída de investidores estrangeiros de investimentos em títulos seja argumento recorrente para explicar o pessimismo em relação ao Brasil ao longo dos últimos meses, a verdade é que houve aumento da participação internacional na dívida pública. A dívida externa passou de 4% em dezembro para 4,7% do total da dívida em janeiro. Segundo o Tesouro, a dívida externa cresceu 1,67% no mês passado, avançando de 94,68 bilhões em dezembro para 96,27 bilhões de dólares. A participação de investidores estrangeiros no total da dívida mobiliária também subiu: passou de 16,10% em dezembro para 17,20% em janeiro.
A participação estrangeira no total da dívida aumentou mesmo com o Tesouro travando queda de braço com o mercado em alguns de seus leilões com o objetivo de diminuir as taxas dos títulos praticadas no mercado secundário de títulos públicos. Devido à deterioração dos fundamentos econômicos do Brasil, com destaque para o déficit em conta corrente e a política fiscal, o prêmio de risco pago a investidores de títulos brasileiros avançou. Ou seja, ficou mais caro para o Brasil financiar os juros de sua dívida.
Enquanto a presença estrangeira aumentou para títulos emitidos em dólar e euro, houve queda na dívida interna. Segundo o Tesouro, a redução foi de 3,85% no mês passado, para 1,95 trilhão de dólares, contra 2,03 trilhões de dólares no fechamento do ano passado. Outro fator interno que pressionou a queda da dívida foi a apropriação de juros, que teve impacto positivo de 20,35 bilhões de reais.

O relatório mostra ainda que a falta de apetite por risco no mercado interno fez com que, em algumas das ofertas públicas realizadas no fim de janeiro, o Tesouro vendesse apenas parcialmente alguns lotes de títulos, o que acarretou no cancelamento da oferta de alguns títulos, como LTN e NTN-F.
Em janeiro, a participação de títulos prefixados ficou em 38,68% do total da dívida, em comparação com os 42,02% verificados em dezembro.
Os papéis corrigidos por indicadores de inflação representaram 36,36% da dívida em janeiro, ante os 34,53% registrados no mês anterior. Já os títulos atrelados à taxa Selic corresponderam a 20,32% do total, ante 19,11%.
(com agência Reuters)

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