sábado, 26 de julho de 2014

diferença de preço no atacarejo supera 100%

O consumidor que opta por comprar alimentos e outros produtos em lojas que vendem “no atacado” se depara com diferenças de preços superiores a 100% entre estabelecimentos localizados em Natal. A diferença é percebida na seção de frutas e verduras. Em itens que pesam mais no bolso, como as carnes, a variação chega a 20%. 

A diferença de preços foi constatada pela TRIBUNA DO NORTE, após percorrer seis lojas de atacados de Natal, de cinco redes diferentes, na última terça-feira (22). Entre as 15h e as 20h, a reportagem observou os preços de produtos básicos do consumo das famílias e comparou os valores encontrados, em itens de mesma marca, das lojas do Atacadão (zonas Norte e Sul), Assaí Atacadista, Makro, Sam’s Club e Superfácil.

Frutas e verduras registraram a maior variação de preços. Depois da laranja, o tomate foi o produto que teve a variação mais alta, com 125%. Enquanto o quilo do tomate custava R$ 1,89 no Assaí, por exemplo, no Sam’s Club, o valor atingiu a casa dos R$ 4,27.

A banana prata foi a terceira da lista dos produtos com maior variação, de 40,9%. Enquanto no Sam’s Club o produto estava em promoção, custando R$ 1,98, no Atacadão Zona Sul, esse preço era de R$ 2,79. Valor diferente inclusive da outra unidade da rede, na Zona Norte, que vendia o mesmo produto por R$ 2,69.

Carne e frango
Entre os cinco produtos que registraram as variações mais altas nos preços também estão a carne de contra-filé da marca Friboi, com 20,06%, e o filé de peito de frango Sadia, com 20,04%.

No caso do contra-filé, na última terça-feira, era possível encontrar o quilo do produto por R$ 15,40 no Assaí Atacadista, enquanto no Superfácil e nas duas unidades do Atacadão o mesmo produto estava custando R$ 18,49 o quilo.

Já o quilo do filé de peito de frango Sadia podia ser encontrado por R$ 9,58 no Superfácil e por R$ 11,50 nas lojas do Assaí e do Atacadão da Zona Norte.

Análise
Na avaliação de Janduir Nóbrega, economista, consultor financeiro e coordenador do curso de Gestão Financeira da Universidade Potiguar (UnP), as variações estão relacionadas a questões de custo, de margem de lucro e até do poder de compra do cliente. “Se eu tenho uma empresa e o cliente paga o meu preço, seja ele caro ou não, é uma questão de mercado. A clientela de cada rede é diferente”, analisa. 

Questões como qualidade do produto, a conveniência para o cliente e o fato dele se sentir bem em determinada loja também influenciam para que os preços tenham variação e são pontos que devem ser colocadas na balança, diz Janduir Nóbrega.

“Quando o consumidor vê que uma empresa respeita a legislação, os prazos de validade, esse cliente acaba comprando dela mesmo que os preços estejam mais altos”, avalia o economista.

Bate-papo - Janduir Nóbrega
Economista

“A tendência é de acomodação de preços”

Qual a sua análise sobre o momento atual dos preços?
A situação atual é de aumento da inflação, inadimplência e dificuldade de se arranjar emprego em alguns setores. Isso acarreta na diminuição da capacidade de compra. No processo produtivo, temos mercados precisando cobrir custos. E fatores climáticos têm contribuído para a alta dos preços.

Como o senhor analisa os preços da carne e do frango?
O determinante maior é ligado a fatores climáticos, que não tem favorecido a produção. No Rio Grande do Sul, o problema das chuvas está acarretando na diminuição da produção do frango e da carne. E onde há menor oferta, há maior preço.

E os preços das frutas?
As altas são reflexo da sazonalidade da produção e do clima. Temos seca no Nordeste e no Sudeste e chuvas no Sul, o que desfavorece a safra. A laranja está passando por esse problema, o que propicia alta nos preços.

Qual a tendência para o resto do ano?
A tendência é de acomodação de preços, até porque se você praticar um preço muito alto, as pessoas não vão poder consumir.



TN

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