quarta-feira, 22 de julho de 2015

Governo Potiguar vai gastar R$ 5 milhões em Marketing do Turismo com vistas à interiorização do setor

O governo lançou ontem (21-07), o Plano Estratégico e Marketing Turístico do Rio Grande do Norte. O lançamento ocorreu num seminário e foi informado que o governo disponibilizará R$ 1,4 milhões para a estruturação do Plano e R$ 3,5 milhões para divulgação dos atrativos existentes nos diversos destinos turísticos do estado. Informa-se que o foco é a divulgação das belezas dos destinos turísticos do interior.

Os gastos para a elaboração do Plano e com a divulgação serão bancados com recursos do RN Sustentável.

Em 1998, a secretaria de Turismo elaborou o "Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico", com apoio da EMBRATUR e tinha, dentre outros objetivos, a interiorização da atividade. Em 2002 foram elaborados os PDITS (Plano de Desenvolvimento Integrado de Turismo Sustentável) para as diversas regiões do estado com vocação e potencial turístico, denominados Pólos Prioritários.

Os recursos aplicados também tiveram como fonte o BID. É o mesmo agente financeiro responsável pela concessão do empréstimo do RN Sustentável. A sistemática adotada é a mesma. 

Os resultados planejados com os aportes provenientes do PRODETUR II foram: 1.700.000 turistas, com receita estimada em US$ 230 milhões para 2005 e 2.000.000 de turistas, com receita estimada em US$ 305 milhões para 2010.

Em 2007, o RN recebeu 2.096.322 turistas. Em 2005 ocorreu a criação de dois importantes polos turísticos: o Polo Turístico Costa Branca e o Polo Turístico do Seridó. O Polo Turístico Costa das Dunas, do qual faz parte Natal, Pipa e Touros, foi institucionalizado em 2005.

Em 2006, o RN foi o segundo destino turístico mais procurado no Nordeste e em 2010 caiu para a quarta posição. Em 2005 o estado recebeu 350 mil turistas estrangeiros e em 2010 recebeu 46 mil. (AQUI)

A relação é direta: gastos com divulgação e marketing resultam em atração de turistas. A concorrência entre os diversos destinos é evidente e o marketing é fundamental, mas tais ações têm que ser permanentes e por aqui, infelizmente, constituem-se em ações episódicas.

A interiorização é preocupação constante, ao menos na confecção de planos e relatórios, mas os resultados ainda são muito modestos. Creio que já se gastou mais com a elaboração de tais estratégias do que com investimentos em infraestrutura.

Por exemplo, tem-se os diversos polos de turismo: costa branca, seridó serrano, costa das dunas e, creio que existem os diagnósticos, as carências, os potenciais, enfim, suponho que tais fóruns disponham das informações necessárias para estruturação do tal Plano que consumirá R$ 1,4 milhões. É muito dinheiro.

O chefe do Executivo explicou que o Plano Estratégico e Marketing Turístico do RN representa um investimento de R$ 1,4 milhão e que R$ 3,5 milhões serão investidos em campanhas de divulgação com foco nos municípios. “Temos potencial, temos atrativos adormecidos, que não são explorados ou são mal aproveitados. Com planejamento e motivação, vontade e dedicação, podemos mudar a realidade e gerar trabalho e renda para o nosso povo. Hoje, o discurso vira realidade”, afirmou.

Os "atrativos adormecidos" não serão "acordados" apenas com "motivação, vontade e dedicação". A realidade de inúmeros municípios que têm potencial para exploração do turismo requer intervenções mais concretas. Os investimentos em infraestrutura turística são imprescindíveis para assegurar a consolidação de alguns municípios.

Por exemplo, em Portalegre nenhum investimento do poder público foi realizado para ampliar a estrutura turística existente. Os últimos, e até hoje os únicos, investimentos realizados ocorreram no início dos anos 2000, através da atuação política do deputado Elias Fernandes e do prefeito Neto da EMATER junto ao presidente da EMBRATUR (Edson Fernandes Faustino, creio que filho do ex-deputado João Faustino).

Na época foram construídos o "Mirante da Serra" e o "Terminal Turístico da Bica". Com o apoio da prefeitura um empresário do ramo da hotelaria construiu o Hotel Portal da Serra. A estagnação só não foi total pela iniciativa de alguns empresários que construíram duas pousadas e um novo mirante.

O potencial turístico existe, mas continua adormecido e não tem como o setor privado se animar para realizar investimentos mais significativos quando se observa a "prostração" do poder público.

Haja plano e motivação!!!

com informações sobre o seminário: ASSECOM/RN

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