terça-feira, 11 de agosto de 2015

(Des)Industrialização e (Sub)Desenvolvimento

Wilson Cano


Para se fazer uma reflexão mais rigorosa sobre a questão da desindustrialização é necessário preliminarmente advertir sobre três questões fundamentais: 
i) o significado e a composição do setor indústria, tal qual figura nos sistemas de contas nacionais; 
ii) lembrar os conceitos de processo de desenvolvimento e de subdesenvolvimento econômico; e 
iii) o sentido da industrialização em tais processos. 

O setor indústria é uma agregação de quatro segmentos: a mineração; a construção civil; o produtor de serviços de utilidade pública (gás, energia, água); e indústria manufatureira ou de transformação. 

É este último segmento que envolve maior complexidade tecnológica, que possibilita e promove a disseminação do maior conteúdo de progresso técnico aos demais setores da economia (agricultura, resto da indústria e serviços) e que, além disso, participa, hoje, com peso em torno de 40% do valor adicionado do setor indústria. 

Além de ser o principal vetor das políticas de desenvolvimento, em especial das industriais e de comércio exterior, é também o mais suscetível na concorrência internacional, quando se defronta com adversidades cruciais como as de dumping, financiamento de longo prazo, acesso a C&T, câmbio valorizado e outros. 

Dessa forma, pouco ou nenhum sentido tem usar o total do setor indústria, para indagar sobre eventuais problemas de desindustrialização, sendo o correto usar unicamente o segmento de transformação.

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