sexta-feira, 14 de agosto de 2015

EL NIÑO MAIS FORTE DA HISTÓRIA

O fenômeno meteorológico El Niño, que começou este ano, pode ser dos mais fortes dos últimos 65 anos, alertaram nesta quinta-feira (13) cientistas do governo americano.

A corrente do El Niño produz uma elevação nas temperaturas do Pacífico equatoriano e pode causar fortes chuvas em algumas partes do mundo e secas em outras.

Também é uma das razões pelas quais a atual temporada de furacões do Atlântico tem sido pouco ativa, pois inibe a formação de tempestades tropicais.

O El Niño começou em março e se espera que dure por um ano. Autoridades na Austrália já disseram que será "forte" e "substancial".

A tendência continuará, disse Mike Halpert, diretor adjunto do centro de previsões climáticas da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), em conferência com jornalistas por telefone.

"Prevemos que o El Niño atual pode ser dos mais fortes desde que começaram os registros em 1950", disse Halpert.

As temperaturas média da superfície do mar em uma zona chave do Pacífico equatorial "poderiam alcançar ou superar os 2 graus Celsius acima do normal, o que só foi registrado três vezes nos últimos 65 anos", destacou.

Estes níveis se observaram nas temporadas 1972-73, 1982-83 e 1997-98.

O sul dos Estados Unidos, da Califórnia até a Flórida, poderia experimentar níveis de precipitação acima do normal, assim como a costa leste americana, disse o especialista.

Enquanto a região dos Grandes Lagos, Havaí e Alasca registrarão maiores secas e temperaturas mais altas, destacou.

Embora as chuvas sejam bem-vindas na Califórnia, mergulhada em uma grave seca, Halpert disse que não serão suficientes para encher as represas do estado do oeste americano.

Há cinco anos o último El Niño trouxe vários desastres: provocou monções na Ásia, secas em Austrália, Filipinas e Equador, tempestades nos Estados Unidos, ondas de calor no Brasil e inundações no México.

G1


A influência do El Niño aumenta as chances de seca para o Nordeste...

Eita!!!

Efeitos do El Niño no Brasil. Fonte: CPTEC/Inpe (Foto: André Fagundes Souza e Giovana Tarakdjian/ÉPOCA)

Se o El Niño deste ano for mesmo tão intenso quanto o de 1997, nós começaremos a sentir seus efeitos a partir de outubro. Que efeitos são esses? Em 1997-98, o El Niño provocou:
Excesso de chuva durante a primavera e o verão na região Sul, com médias acima de 50mm de chuva por mês;
Seca severa no período de fevereiro a maio do ano seguinte no Nordeste, com forte queda na quantidade de chuva na região;
Seca no leste da Amazônia, provocando um boom de queimadas e incêndios florestais;
Verão quente no Sudeste, com temperaturas de 1ºC a 4ºC mais quente que a média.
É preciso levar em consideração que, até hoje, nunca houve um El Niño exatamente igual a outro. Então os efeitos de um fenômeno forte neste ano podem ser ligeiramente diferentes. Mas é pouco provável que o clima das regiões Sul e Nordeste e da Amazônia saiam impunes. Além disso, se a previsão para o Sudeste se comprovar, uma boa parte da população brasileira poderá sentir na pele o que é um aumento de até 4ºC na média da temperatura em pleno verão – o que, segundo a ONU, pode acontecer se nada for feito para impedir o aquecimento global, um aumento da temperatura que, diferentemente do El Niño, é causada pela ação humana.
Revista Época 

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