segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Cortes e impostos? Se isso é tudo o que madame oferece, talvez não consiga deter a marcha do impeachment.

A pergunta crucial continua no ar: admitindo-se que Dilma queira permanecer na Presidência até 2018, o que ela tem a oferecer? Candidata, anunciou: “Governo novo, ideias novas.” Reeleita, preside há oito meses e meio o que Cazuza chamaria de um museu de grandes novidades. Considerando-se as vísceras expostas pela Lava Jato, sua piscina está cheia de ratos. Considerando-se o enredo vencido, suas ideias não correspondem aos fatos. E o tempo não pára.
Nesta segunda-feira, depois de um final de semana de intensas reuniões ministeriais, o governo respira uma atmosfera de reestreia. Numa tentativa de evitar que a retirem de cartaz, Dilma leva ao palco uma peça encenada em dois atos. Num, cortam-se gastos públicos. Noutro, a mão grande do Estado avança sobre o seu bolso.
Dilma vive a ilusão de que, manuseando a tesoura e sua carteira, conseguirá inaugurar um novo ciclo —uma espécie de pós-Dilma com ela mesma no comando. A presidente finge não notar o estilhaçamento de sua imagem e o ceticismo da plateia.
A pergunta continua pairando no ar: quais são as ideias novas de Dilma para corrigir o estrago produzido na economia pela própria Dilma? Cortes e impostos? Se isso é tudo o que madame oferece, talvez não consiga deter a marcha do impeachment. Pior: sem um complemento que adicione à mistura a perspectiva de prosperidade, o cortejo fúnebre pode ser acelerado.
O PT não se dispõe a pegar em lanças pelo ajuste fiscal. O PMDB aduba a vice-presidência de Michel Temer como um cipreste à beira do túmulo. E discursa contra o aumento de impostos.
Os movimentos sociais ameaçam desembarcar se Joaquim Levy for prestigiado. O empresariado cogita saltar do barco se Levy não for cacifado. E Levy dá expediente com um olho no cofre e outro nos colegas Aloizio Mercadante e Nelson Barbosa. Já esclareceu internamente que vai embora se continuarem puxando-lhe o tapete.
Entre as atribuições de um presidente da República está a de administrar as divergências em sua equipe. O problema de Dilma é que ela não consegue administrar nem suas próprias contradições. Move-se por pressão, não por convicção. Por isso é que as pessoas olham para o seu governo e percebem bem cedo que já é muito tarde. O tempo não pára. Já passou.
BLOG DO JOSIAS
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A política econômica do atual governo:
- Juros altos;
- Mais impostos (ou alíquotas maiores para os mesmos impostos);
- Cortes (investimentos e despesas).
= Recessão.

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