Finalmente, a empresa LATAM informará aos competidores (Natal/São Gonçalo do Amarante, Fortaleza e Recife) o resultados dos estudos técnicos das consultorias.
Muitos "palpiteiros" e alguns especialistas confirmam a superioridade técnica do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante em relação aos concorrentes.
As vantagens apontadas pelos especialistas podem ser sintetizadas: Aeroporto com administração privada (aspecto que facilitaria o contrato), estrutura nova e projetada com características para ser um HUB, espaço para ampliação e proximidade com mercados estratégicos.
Acaso os diferenciais técnicos sejam realmente tão favoráveis para o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, tem-se que a LATAM considerará outros aspectos (vantagens econômicas e influência política) para tomar a decisão, pois, do contrário, não faria sentido gastar com consultoria para se concluir pelo óbvio.
Aspecto econômico
- preço diferenciado para o QAV (querosene de aviação) produzido na Refinaria Clara Camarão (Guamaré): a tentativa de conseguir, junto a Petrobras, um preço mais baixo para o QAV foi inócua. Aliás, isso já era previsível e acredito que foi muito mais um factoide.
- falaram sobre VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ligando o Aeroporto a Natal e nem maquete existe. Apontaram uma ZPE (Zona de Processamento de Exportações) com um importante diferencial, mesmo sabendo que tal coisa tem viabilidade zero de sair do papel e, pasmem, indicaram a construção do acesso ao dito Aeroporto como algo fantástico (imaginem a credibilidade dos planejadores que ergueram um aeroporto e só depois "perceberam" que a obra precisa de acessos).
- o secretário de Planejamento já declarou que o governo tem "capacidade de investimento nula".
Creio que não é necessário discorrer muito mais sobre tal circunstância, pois quaisquer promessas do governo potiguar serão avaliadas frente à realidade descrita pelo próprio governo.
Ademais, a capacidade dos concorrentes para cobrir as eventuais promessas do RN é visível.
Aspecto político
A LATAM já exerce forte influência sobre o setor em que opera, mas poder nunca é demais. E a análise no quesito influência é amplamente desfavorável ao RN. Os políticos do Ceará e Pernambuco deram inúmeras demonstrações de força.
O governador cearense conseguiu mudar o Programa de privatizações da presidência e incluiu o Aeroporto de Fortaleza, o senador cearense Eunício Oliveira conseguiu indicar o genro para diretor da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), simplesmente, o órgão regulador do sistema aeroviário, o senador pernambucano, Humberto Costa, conseguiu, diretamente da presidente, a doação de um terreno da FAB para viabilizar a ampliação do Aeroporto de Recife...
Um massacre de prestígio político.
Escrevo sobre o assunto como "palpiteiro", mas buscando sempre um pouco de lógica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário