sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O TAMANHO DO DESASTRE ECONÔMICO

A crise econômica ainda não apresentou sua face mais cruel. Está em curso, mas ainda não é tão perceptível, em outros termos, a ficha ainda não caiu para muita gente.

Muitas pessoas que perderam os empregos ainda estão recebendo o seguro desemprego, consumindo as poupanças que acumularam na fase de bonança (parte dos saques recordes da Caderneta de Poupança é explicada por isso), desfazendo-se de algum patrimônio, usando perigosamente às margens de crédito obtidas na fase boa e/ou tem outro familiar que ainda não perdeu o emprego.

A taxa de desemprego continuará aumentando e alguns analistas consideram que chegará a 13% no começo de 2017. É um cenário aterrador, mas plausível.

Preste atenção às informações e dados:

- de 2006 a 2012 um total de 3,3 milhões de famílias superou a marca de R$ 2 mil por mês e passou a integrar a nova classe média brasileira;

- a previsão da mesma consultoria é que entre 2015 e 2017 um total de 3 milhões de famílias decaia da classe C para as classes D e E;

- de 2000 a 2013, a renda per capita cresceu 35% em termos reais e chegou a R$ 27.420,00 ao ano;

- em 2014, a renda per capita diminuiu 1%. Previsões apontam para uma queda de 4% em 2015 e 2,5% em 2016. Caso o cenário se confirme, somente em 2022 é que a renda voltará ao padrão de 2013, isso se entre 2017 e 2022 o PIB voltar a crescer numa média de 2%;

- em 2010, o PIB per capita brasileiro era 2,5 vezes maior do que o chinês e em 2020 poderá ser 26% menor;

- em dólares, o PIB per capita brasileiro foi de US$ 13,2 em 2011. Previsões indicam que será US$ 8,6 em 2015 e US$ 7,1 em 2016. Somente em 2031 retornará ao patamar de US$ 13,6;

- somente em 2015, cerca de 150 mil lojas já fecharam às portas. 691 concessionárias de veículos tiveram o mesmo destino;

- as venda do varejo já caíram 3% e as vendas de automóveis com queda de 20% retornaram ao patamar de 2007;

- estimativas apontam queda de 3,5% no PIB em 2015 e previsão de queda de 2% em 2016. Caso as quedas se confirmem, tem-se que buscar algo parecido na economia brasileira somente na longínqua década de 1930. O PIB brasileiro só caiu em dois anos seguidos em 1930 e 1931 e isso por causa da queda da bolsa de Nova York em 1929;

- a inadimplência fechará acima de 3% em 2015 e algo próximo a 4% em 2016;

- os juros do cheque especial ultrapassaram os 300% e os do rotativo do cartão de crédito já passaram os 400% ao ano;

- em 2014 a dívida das famílias brasileiras aumentou 14%.

Os dados e informações elencados acima foram retirados, quase todos, da matéria “O sonho da riqueza está mais distante” da Revista Exame (Edição 1101, de 11/11/2015).

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