terça-feira, 15 de dezembro de 2015

energia eólica: expansão bloqueada pela falta de linhas de transmissão e baixo retorno dos investimentos

Durante a terceira edição do Fórum Estadual de Energia também foram discutidas as outras áreas de produção energética do Estado. As duas matrizes que despontaram nos últimos anos – eólica e solar – ainda enfrentam problemas com as linhas de transmissão. 

Os últimos quatro leilões realizados pelo Ministério de Minas e Energia não conseguiram arrematar interessados para a construção da infraestrutura. De acordo com representantes do setor, a baixa taxa de retorno dos editais, bem como as dificuldades com regularização fundiária e licenciamento ambiental comprometem o investimento.

Para o diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABBEolica), Sandro Yamamoto, houve uma mudança na metodologia dos leilões desde o ano passado. Agora, para arrematar lotes nos leilões de geração, o empreendedor precisa ter um ponto de transmissão já assegurado. Nos novos editais, a União não se compromete a fazer o ressarcimento dos geradores caso eles não finalizem o empreendimento e não tenham como escoar – como aconteceu com parques de Parazinho e João Câmara, em meados de 2012. 

“O problema de esvaziamento dos leilões é bem grave. Os investidores vêem com muito risco ganhar um leilão de transmissão na situação que o Brasil vive. O que os investidores temem é que a receita anual permitida (aluguel das linhas quando ficar pronta), fixada pelo governo federal não cubra os riscos do investimento”, analisa. Entre os riscos, segundo ele, estão os questionamentos ambientais e fundiários.

De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Flávio Azevedo, o governo já iniciou contato com o Ministério de Minas e Energia para tratar dos editais. Para ele, a infraestrutura de transmissão é uma necessidade urgente. O único linhão de 500 quilowatts (KW) que transporta a energia do estado potiguar, na região entre Campina Grande e Garanhuns, encontra-se congestionada. “Com a rede congestionada, a ONS está impedindo a instalação de qualquer tipo de produção no RN. Isso reduz a nossa capacidade”, pontuou. Hoje, o estado possui mais de 2 Gigawatts (GW) de capacidade de produção instalada, com mais 2 GW assegurados por empreendimentos em construção.

TRIBUNA DO NORTE
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