quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

lobão e a mansão! e a reputação? isso não importa...

Por Estadão Conteúdo, via Portal no Ar
 
A mansão em que vive o senador Edison Lobão (PMDB-MA), vasculhada nesta terça-feira, 15, pela Polícia Federal, está em nome de um dos filhos dele. Imponente, a casa de dois andares, recentemente erguida no Lago Sul, um dos pontos mais nobres de Brasília, acaba de ficar pronta.
Conforme profissionais que trabalharam na obra, a residência conta com recursos tecnológicos como sistema de automação, que permite controlar equipamentos a distância, como sistema de som, ar condicionado, elevador e adega climatizada. Imóvel do mesmo padrão, segundo corretoras de Brasília, custaria cerca de R$ 7 milhões.
Lobão acaba de se mudar para o local, que não foi alvo de mandado de busca. Os policiais estiveram em outro endereço do senador, que, no entanto, optou por autorizar a entrada dos agentes em seu novo lar. Consta como dono da casa o empresário Luciano Lobão, filho do congressista, e a nora dele, Vanessa Fassheber Lobão.
Documentos de cartório mostram que o terreno de 776 m2 custou R$ 700 mil em 2011. Corretores que atuam no Lago Sul, contudo, afirmam que um lote nessa localização, com a mesma metragem, valia naquele ano, quando o mercado imobiliário de Brasília estava aquecido, entre R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões. A construção da casa é estimada por esses especialistas em R$ 5 milhões. O investimento total seria, portanto, de cerca de R$ 7 milhões – sem contar com os itens de decoração.
Em 2010, quando se candidatou e venceu as eleições para o Senado Lobão informou à Justiça Eleitoral ter R$ 5 milhões em bens, entre eles outra casa no Lago Sul, declarada por R$ 637 mil.
Os policiais passaram ao menos três horas no novo casarão nesta terça. Lobão e a mulher, a ex-deputada Nice Lobão, acompanharam as buscas com o advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Pouco falaram durante a ação.
Os agentes saíram levando o celular do senador e um malote com documentos. “A casa é coisa de milionário. Está meio vazia, porque ele (o senador) ainda está se mudando”, disse uma das testemunhas das buscas.
Lobão foi citado por delatores do esquema de corrupção e pagamento de propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou em delação premiada, em agosto de 2014, que o senador pediu a ele R$ 1 milhão em 2008. O dinheiro seria para favorecer o consórcio da UTC engenharia nas obras da usina de Angra 3.
Na época, o peemedebista era Ministro de Minas e Energia, cargo que ocupou até dezembro do ano passado. As declarações constam da petição encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O ex-diretor financeiro da UTC Walmir Pinheiro, considerado o braço-direito do dono da empresa, Ricardo Pessoa, confirmou que o senador acertou suborno de R$ 1 milhão. Aos investigadores da Operação Lava Jato, ele deu detalhes do pagamento.
As entregas de dinheiro, explicou, eram feitas a uma pessoa apresentada por Lobão e parte era levada de carro de São Paulo a Brasília para não despertar desconfiança das autoridades nos aeroportos.
O peemedebista nega envolvimento em irregularidades
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro afirmou que seu cliente não é o dono da mansão. Ele explicou que o senador e a esposa se mudaram para o local há “cinco ou seis dias” para morar de favor com a neta por alguns meses. Segundo o advogado, o imóvel no terreno de quase 800 m2 foi construído por Luciano para a filha de 18 anos.
O peemedebista estaria no local apenas provisoriamente, enquanto a casa em que viveu por 40 anos, também no Lago Sul, é reformada. “O filho dele (Luciano) é um cara bem de vida. O Lobão mora na mesma casa há 40 anos. A casa precisou passar por reformas e ele se mudou”, disse Kakay.
--------------------------------------------------------------------------------
Os eleitores do Maranhão sofrem da "síndrome de Estocolmo"? Ou, simplesmente, não sabem votar?
Bem, penso que a miséria e falta de oportunidades influenciam as péssimas escolhas eleitorais realizadas por tantas pessoas, em praticamente todos os recantos do Brasil, mas não é somente isso.
1) Reputação ilibada, moralidade, honestidade e tantos outros atributos morais e éticos não são valorizados pelos eleitores, ou, ao menos, não são determinantes para a seleção do candidato. Como parte significativa do eleitorado não considera isso relevante para definição do voto, tem-se as condições ideais para a epidemia de políticos corruptos;
2) A miséria, a escassez de oportunidades e a baixa aversão aos corruptos se traduz na mercantilização do voto. Sabe-se que o político é corrupto, mas se estiver disposto (e eles sempre estão) a pagar pelo voto, aceita-se isso como compensação "justa";
3) As Instituições são fracas, por isso "permeáveis" a influência econômica e "fastiosas" para aplicação de penalizações mais severas. Num ambiente corrupto, mais suscetível à corrupção. Num ambiente em que não se valoriza a reputação, para que endurecer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário