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A regra do PMDB potiguar, que proíbe aliança do partido do ministro Henrique Alves com o PSD do governador Robinson Faria, não vai valer para o município de Pau dos Ferros onde a chapa da situação será formada exatamente pelos dois partidos.
O prefeito Fabrício Torquato (PSD) disputará reeleição e terá como vice um nome indicado pelo PMDB.
Os dois partidos estiveram em palanques opostos na eleição passada, mas se unem para 2016.
E o movimento político já começou em Pau dos Ferros.
Na noite deste sábado, a chegada do ex-prefeito Nilton Figueiredo (PMDB) mais pareceu comício e carreata.
Ao lado do prefeito, o deputado Galeno Torquato (PSD), e chegando com Nilton, o deputado Gustavo Fernandes (PMDB).
Os deputados-primos, Galeno e Gustavo, que estiveram em palanques diferentes em 2014, unem forças para tentar derrotar o deputado Getúlio Rêgo (DEM), que apoiará a candidatura do filho ex-prefeito, Leonardo Rêgo (DEM).
Resta saber como ficará em Pau dos Ferros o presidente do PMDB, Henrique Alves, já que seu partido vai se compor com o prefeito do PSD, que na eleição passada deu a Robinson, maioria de quase 5 mil votos sobre Henrique.
BLOG THAISA
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A movimentação que ocorreu ontem em Pau dos Ferros, a pretexto de recepcionar o ex-prefeito Nilton Figueiredo após realização de procedimentos médicos em São Paulo, foi o pontapé inicial da disputa política entre Fabrício Torquato e Leonardo Rêgo.
A movimentação foi tão explícita ("pareceu comício e carreata") que não é descabida a possibilidade de uma representação junto a Justiça Eleitoral por parte do grupo da oposição.
Creio que esse risco foi devidamente calculado pelo grupo da situação. Ante a possibilidade de uma multa e a demonstração da união entre Fabrício e Nilton Figueiredo, optou-se pela segunda.
Arrisco-me a dizer que, olhando o momento atual, Fabrício não teria condição de ser um candidato competitivo sem o apoio de Nilton. Daí o benefício (colar em Nilton) ser superior ao risco (multa da Justiça Eleitoral por campanha extemporânea).
É claro que existem efeitos colaterais em tal situação de fragilização política, mas deixarei para tratar disso mais adiante.
Por enquanto, chamo atenção para o seguinte:
- o deputado Gustavo Fernandes (PMDB) não consolidou sua liderança em Pau dos Ferros e tem em Nilton Figueiredo a principal (talvez a única) referência para assegurar sua votação. É "Niltondependente";
- o deputado Gustavo Fernandes (PMDB) é, sabidamente, liderado de Henrique Alves e pouquíssimas pessoas acreditam que o deputado seja capaz de contrariar uma decisão de seu líder.
Diria que o deputado é uma folha de papel diante de duas lâminas afiadas de uma tesoura.
Existirá saída acaso Henrique decida manter a proibição de alianças entre o PMDB e o PSD?
Creio que Henrique poderá liberar Gustavo Fernandes, mas não creio que ocorra o mesmo com o PMDB. No aspecto operacional é indiferente se Nilton ficar ou não no PMDB, pois não será candidato a nada.
Sabe-se que o ex-prefeito indicará Bráulio (ou sua filha) para compor a chapa de Fabrício e não é descabido que ocorra a filiação ao PSD ou outro partido que não o PMDB.
A camisa vermelha de Bráulio sugere alguma coisa? As cores do PSD são amarelo (Fabrício) e vermelho (Bráulio) e o verde bacurau não deu o ar da graça no evento, nem Gustavo usou o "manto".
Ademais, parece-me que o grupo situacionista não largará a "bandeira vermelha" para Leonardo e isso pode ser uma estratégia para "arrancar" uma característica do candidato da oposição que sempre lembra que jamais mudou de lado.
O acirramento será tanto que não duvido que a disputa descambe até para o uso das cores.
Assim, acaso exista alguma dúvida sobre o que Henrique fará com o PMDB, tem-se que, brevemente, algum (alguma) herdeiro(a) de Nilton migrará para outro partido e tal movimentação se constituirá em pretexto para justificar tudo.
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