sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

PMDISTA considera Henrique "...um ministro de b..."

"O Henrique (Eduardo Alves, ministro do Turismo) está trabalhando para quem?", perguntou um deputado do PMDB na fila do almoço, nesta tarde, de apoio à candidatura de Hugo Motta para o comando da bancada. O parlamentar que vinha logo atrás não demorou a responder: "para o Picciani. O Walter Alves, único voto que o Henrique tem, é Picciani". "Me desculpem, mas é um ministro de b... mesmo", desabafou o primeiro. "Ele e o ministério da Agricultura (comandado por Kátia Abreu)".
O almoço em questão aconteceu na casa do ex-deputado Glycon Terra, um espaçoso sobrado com piscina e ampla área externa para churrasco no Lago Sul, em Brasília. Cerca de 25 deputados passaram por ali para discutir a eleição para a liderança da bancada, que deve ocorrer logo mais e que contrapõe o Palácio do Planalto (que apoia Leonardo Picciani) e Eduardo Cunha (cabo eleitoral de Motta).
O principal tema das rodas de conversa foi a entrevista ao jornal "O Globo" do presidente da Assembleia do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, pai de Leonardo e presidente estadual do PMDB. Para os presentes, as declarações "do velho" - como o presidente da Alerj foi tratado - foram de ruptura com o governo Luiz Fernando Pezão. E os apoiadores de Motta tiraram proveito do racha. "Eu vou ligar para o Pezão e me solidarizar com ele", anunciou Manoel Junior (PB). Ao final do almoço, sentado numa mesa na área externa, Motta foi perguntado se telefonara para Pezão. "Não, achei que não era o caso", disse Motta. "O Rio de Janeiro que se entenda com o Rio de Janeiro", emendou Edinho Bez (SC).
O encontro foi mais uma confraternização do que planejamento de estratégia. O próprio número de participantes indica que havia poucas adesões para além do núcleo duro que, há semanas, tem trabalhado intensamente para Motta. Os deputados que querem apear Picciani garantem, no entanto, que Motta tem votos para vencer e que quem não compareceu ao almoço quis evitar retaliação do Planalto.
As poucas instruções foram passadas pelo deputado Baleia Rossi. Basicamente, não aceitar cédulas com qualquer tipo de marca, para impedir que Picciani e seus aliados possam rastrear os votos contrários.
REVISTA ÉPOCA

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