quinta-feira, 17 de março de 2016

PREFEITO DO RIO NÃO GOSTA DE "ALMA" DE POBRE... SÓ DO VOTO!

Um dos grampos feitos pela Operação Lava Jato em celulares usados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva flagrou uma conversa entre o petista e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB). No diálogo, Lula recebe a solidariedade de Paes depois da Operação Aletheia, em que o agora ministro da Casa Civil foi conduzido coercitivamente a prestar depoimento à Polícia Federal, em São Paulo. O prefeito falou na necessidade de "dar um limite" à Polícia Federal e ao Ministério Público.

Citado na delação premiada de Delcídio do Amaral, o prefeito reclama que os depoimentos colhidos pela PF viraram "livro de memórias". Ao contrário dos outros grampos, em que o ex-presidente pouco dá espaço aos interlocutores ao telefone, Lula não parece tão animado na conversa com o prefeito do Rio, que se disse "um soldado" do petista.

Paes classifica a operação da PF como "um escândalo, uma vergonha" e ironiza que Lula "não perdeu a alma de pobre". "Agora, da próxima vez o senhor para com essa vida de pobre, essa alma de pobre comprando esses barcos de m..., esses vinhos vagabundos. Todo mundo que fala, eu falo o seguinte, ó: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele. Não é em Petrópolis, não é em Itaipava, é como se fosse em Maricá, é uma m... de lugar. Esse barquinho dele é em São Pedro da Aldeia, Araruama, não é Búzios, não é em Angra. É um cafona. O senhor não perdeu a sua alma de pobre. Isso que é a maior desgraça que eu tô vendo nesse processo todo".

Lula: Alô!

Eduardo Paes: Meu amigo!

Lula: Querido prefeito, tudo bem?

Eduardo Paes: "Cê" não precisa de solidariedade, mas tô ligando pra te dar um abraço. Dizer que tô contigo nesse absurdo aí que fizeram com o senhor na sexta-feira. É um escândalo. É uma vergonha.

Lula: Obrigado, querido.

Eduardo Paes: Tem que ter muita carcaça. Seu posicionamento foi excepcional. Tem que parar com essa palhaçada no Brasil. Tá demais mesmo. Passou de todos os limites, Presidente.

Lula: Todos os limites! Isso é verdade. Passou dos limites.

Eduardo Paes: Esse negócio do Delcídio então. Eu falo até pelo meu caso aqui que eu vi na suposta delação premiada dele. Esse negócio de acordo na CPI né.

Lula: O Delcídio foi uma vergonha!

Eduardo Paes: É livro de memória que o cara fica...Vira delação premiada é ficar fazendo livro de memória entendeu?

Lula: É isso.

Eduardo Paes: Ah, porque teve uma conversa. E assim, a conversa (ininteligível). Eu e o..... Como é o nome do relator, sei lá, a porra do deputado do PMDB, fica tentando convencer o ACM Neto que não tinha prova nenhuma contra o "seu" filho. Que tinha que tirar o nome do relatório senão não votava aquele negócio, entendeu? Como é que ia fazer um negócio sem prova nenhuma. Eu me lembro direitinho desse negócio. E o cara conta como se fosse um escândalo, entendeu? Uma coisa que eu mesmo já falei quinhentas vezes pra imprensa.

Lula: Um bando de filha da puta, Eduardo. Eu vou contar uma coisa pra vc.

Eduardo Paes: Foda.

Lula: Olha, deixa eu lhe falar uma coisa. Esses meninos da Polícia Federal e esses meninos do Ministério Público, eles se sentem enviado de Deus.

Eduardo Paes: É, mas eles são todos crentes. Os caras do Ministério Público são crentes né.

Lula: É uma coisa absurda. Uma hora nos vamos conversar um pouco porque eu acho que eu sou a chance que esse país tem de brigar com eles pra tentar colocá-lo no seu devido lugar. Ou seja, nós criamos instituições sérias, mas tem que ter limites, tem que ter regras.

Eduardo Paes: É. Não. Passou de todos os limites mesmo. A gente fica com medo de conversar com as pessoas agora.

Lula: Lógica porra!

Eduardo Paes: Eu tô cheio de obra aqui. Odebrecht da vida, OAS, de todas essas empreiteiras. Eu fico com medo. O cara pede pra eu receber, eu fico com medo de receber.

Lula: É lógico. Porque agora toda obra. Esses caras têm quinhentas obras nesse país. Todas elas estão criminalizadas. Ah, vai tomar no cú porra.

Eduardo Paes: É foda. Não. "Cê" vê, o próprio Delcídio. O cara era presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, eu fui conversar com ele lá um dia, aí ele vai fazer lá o negócio dele lá com o tal do Cerveró, com o filho do Cerveró, depois de conversar comigo. Daqui a pouco eu tô no meio daquela história. É um negócio de doido.

Lula: (risos) É isso, querido.

Eduardo Paes: Eu vou me trancar em casa porra. Eu não converso mais com ninguém.

Lula: É isso, querido.

Eduardo Paes: Mas óh, meu amigo, falando sério eu tô aqui do teu lado.

Lula: Obrigado.

Eduardo Paes: Conta comigo aqui. O senhor sabe da minha gratidão, da minha admiração.

Lula: Obrigado, querido.

Eduardo Paes: Aqui o senhor tem um soldado. Tô aqui administrando as minhas crises também. Segurando (ininteligível). Eu sempre tenho que falar uma coisa pro senhor: a minha vida começou com Lula e Cabral. Terminou com Dilma e Pezão. Puta que me pariu!

Lula: (Risos)

Eduardo Paes: O senhor não faz ideia de como eu tô sofrendo. É uma foda!

Lula: Mas você com todo o problema, querido, você ainda tá, é abençoado por Deus por causa dessa Olimpíadas, viu, Porque os outros...

Eduardo Paes: É verdade! Verdade.

Lula: Os outros prefeitos que eu converso "tão fudido"...

Eduardo Paes: Verdade. Verdade. Mas, presidente, se tiver Olimpíadas com Vossa Excelência e com Sergio Cabral é uma coisa. Segurar com aquele bom humor da Dilma e do Pezão sabe...

Lula: Não é fácil, querido.

Eduardo Paes: Sabe aquele personagem que tinha...

Lula: Mas o teu bom humor e a tua competência superam isso, querido.

Eduardo Paes: Foda. Mas "tamo junto" aí, Presidente.

Lula: Tá bom. Obrigado, querido.

Eduardo Paes: (Ininteligível) ... meu carinho aí, "tamo junto". Minha solidariedade, vamos em frente nessa história. Agora, da próxima vez o senhor me para com essa vida de pobre, com essa tua alma de pobre comprando "esses barco de merda", "sitiozinho vagabundo", puta que me pariu!

Lula: (Risadas)

Eduardo Paes: O senhor é uma alma de pobre. Eu, todo mundo que fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma merda de lugar porra!

Lula: (Risos)

Eduardo Paes: Esse barquinho dele é em São Pedro da Aldeia, Araruama. Não é em Búzios nem Angra porra!

Lula: (risos) Puta que o pariu!

Eduardo Paes: É um cafona. O senhor não perdeu essa sua alma de pobre. Isso que é a maior desgraça que eu tô vendo nesse processo todo porra. (risos)

Lula: É isso. É isso. Mas eu já sabia disso. Tá bom, querido. Obrigado, Eduardo.

Eduardo Paes: Qualquer coisa me liga aí, Presidente. Um forte abraço.

Lula: Muito obrigado, meu querido.

Eduardo Paes: Valeu. Tchau, tchau
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Esse sujeito é o "cara" do PMDB para disputar a presidência em 2018?

Vida de pobre, alma, lugar que frequenta? Tudo merda, segundo o 'prefeitim'...


Puta que o pariu!

Anotado.
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Atualizando:
Pedido de desculpas do prefeito
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), classificou suas declarações em diálogo gravado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato como comentários de extremo mau gosto, que geraram arrependimento e vergonha. Ele minimizou o trecho em que sugeriu um limite para a atuação dos investigadores e negou que tenha informações sobre a titularidade do sítio em Atibaia, usado pela família do ex-presidente.
“Quero dar esclarecimentos, satisfação e contextualizar aquela conversa. Eu tentei ser gentil com o ex-presidente que ajudou muito a cidade e meu governo, e que agora passa por um momento difícil”, disse.
Paes alegou que em uma ligação gentil, as pessoas falam gentilezas. “Eu sou carioca em excesso, o terror dos assessores, falo muito em on e em off. Foram brincadeiras de mau gosto com Pezão e Dilma”, afirmou. Ele também se desculpou com a população de Maricá, alvo de piadas na conversa interceptada pela PF.
Sobre o comentário de que seria preciso “dar um limite” ao MPF e à PF, o prefeito procurou contextualizar a conversa com os dias que seguiram ao depoimento prestado por Lula na Lava Jato. “Eu me referia à condução coercitiva. Considerei que houve certo exagero e está foi uma crítica de boa parte da população”, justificou.

A respeito do sítio, Paes declarou não saber de nada e acrescentou que cabe ao ex-presidente dar explicações. “Eu respondo pelos atos na vida política”, afirmou.
Estadão Conteúdo
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A ligação deixa a "alma" do prefeito "aparecer" sem as firulas da nota. 

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