A LEI SECA E A POLÍTICA SECA

Leiam os trechos publicados pelo Novo Jornal:

"O Capitão Styvenson Valentim pode ser afastado das operações da Lei Seca enquanto seu processo de responsabilidade for analisado. O caso se refere aos polêmicos áudios divulgados nas redes sociais, onde o policial militar critica a atuação da Polícia Civil do RN.

Na tarde de hoje o Comando Geral da Polícia Militar do RN enviou a Secretaria de Segurança o pedido de devolução de Stvyvenson para a PM. O oficial está emprestado para o Detran RN, onde coordena as operações da Lei Seca.

A solicitação deve ser analisada pela secretaria e pelo Governador nos próximos dias. Ainda não há previsão de quando deve ser emitida a resposta do órgão ao pedido."

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O comandante da operação "Lei Seca" deu declarações polêmicas sobre o trabalho desenvolvido pelos delegados da Polícia Civil do RN. Já reconheceu que foi longe demais e pediu desculpas.

Bem...

A categoria atingida pelas declarações do capitão tem todo direito de não aceitar o pedido de desculpas e, mesmo se aceitar, tem que ocorrer a devida apuração para verificar se a conduta do militar foi incompatível com suas atribuições.

Agora...

Nem os sapos do rio Potengi duvidam que tem muito mais coisas envolvidas no episódio. Refiro-me, especialmente, ao cenário político. O capitão implacável se tornou uma espécie de herói numa terra tão carente de bons exemplos e o protagonismo do agente público que cumpre bem o seu dever se tornou uma credencial para voos mais altos.

Valentim é nome forte na atual conjuntura política. Em Natal tem potencial para tumultuar a eleição que se avizinha e a postura de independência do militar pode contrastar com os objetivos dos tradicionais mandatários políticos do Estado.

A solicitação do comando da PM jamais seria feita sem consulta prévia ao gabinete, posto que não faz o menor sentido colocar o governador na saia justa de decidir se coloca (ou não) o 'herói' na geladeira por ter falado demais.

O capitão irá para o vinagre? É provável, nem tanto pelo que declarou, mas pelo que representa.

O RN não é para amadores!