sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

SIS 2016: Mais da metade dos jovens ocupados trabalham de 40 a 44 horas semanais

Entre 2005 e 2015, aumentou de 59,3% para 70,9% a proporção dos jovens de 15 a 17 anos que somente estudavam, diminuindo a proporção dos que estudavam e trabalhavam na semana de referência, de 22,3% para 14,1%.
No mesmo período, observou-se uma melhora nas condições de trabalho para o grupo de 15 a 29 anos, com quedas no percentual dos que não tinham rendimento (de 11,6% para 6,1%) e aumento na proporção dos que recebiam mais de 1 a 2 salários mínimos (de 32,6% para 43,8%). Além disso, 13,7% dos jovens deixaram de trabalhar mais de 44 horas semanais e passaram a trabalhar de 40 a 44 horas, totalizando 50,9% dos jovens ocupados nessa faixa.
Em 2015, 27,4% dos jovens de 18 a 24 anos não trabalhavam nem estudavam
Cerca de um em cada quatro (22,5%) jovens de 15 a 29 anos não frequentava escola nem trabalhava na semana de referência em 2015, os chamados “nem-nem”, sendo que essa proporção cresceu 2,8 pontos percentuais frente a 2005 (19,7%). O grupo de 18 a 24 anos apresentou o maior percentual de “nem-nem” em 2015, com 27,4%.
Mesmo com o crescimento no percentual de homens que não estudavam nem trabalhavam, de 11,1% em 2005 para 15,4% em 2015, o percentual de mulheres nessa condição ainda é muito superior (29,8%). Isso pode estar relacionado às barreiras para a entrada de mulheres no mercado de trabalho e dedicação aos afazeres domésticos, visto que o percentual de mulheres jovens que não estudavam, nem trabalhavam, nem procuraram trabalho na semana de referência (inativas) é de 21,1%, enquanto o das que não estudavam, nem trabalhavam, mas procuraram trabalho (desocupadas) é de 8,7%, e que 91,6% de todas as mulheres “nem-nem” cuidavam de afazeres domésticos, dedicando-lhes em média 26,3 horas semanais.
Já o percentual de homens jovens não estudantes inativos é quase o mesmo que o de não-estudantes desocupados (7,6% e 7,8%, respectivamente) e 47,4% de todos os homens “nem-nem” cuidavam de afazeres domésticos por, em média, 10,9 horas semanais.
Famílias e arranjos: 63,7% das pessoas que moram sozinhas têm mais de 50 anos
Do total de 71,2 milhões de arranjos residentes em domicílio particular, 14,6% eram do tipo unipessoal, 0,3% eram multipessoais sem parentesco, e as famílias correspondiam a 85,1%. O arranjo corresponde a uma pessoa ou grupo de pessoas, ligadas ou não por laços de parentesco, que morem em um domicílio particular.
Entre 2005 e 2015, observa-se uma tendência de aumento da proporção de arranjos unipessoais, de 10,4% para 14,6%, relacionada ao envelhecimento populacional, uma vez que a proporção de arranjos unipessoais formados por pessoas de 50 anos ou mais passou de 57,3% para 63,7%.
Nos arranjos multipessoais com parentesco, o núcleo familiar mais comum era formado por casal com filhos, mas tem-se notado queda de participação, que passou de 50,1% a 42,3% do total dos arranjos, de 2005 a 2015. O arranjo casal sem filho aumentou de 15,2% para 20,0%, e o arranjo formado por mulher sem cônjuge com filhos passou de 18,2% para 16,3%.
Observa-se, ainda, no período 2005-2015, aumento da proporção de mulheres como pessoa de referência da família, de 30,6% para 40,5%. Nos arranjos formados por casal com filhos, essa proporção passou de 6,8% para 22,5% e, nos arranjos de casal sem filhos, passou de 8,4% para 22,0%.
Jovens de 25 a 34 anos que moram com os pais são mais escolarizados
A proporção de pessoas de 25 a 34 anos de idade que estavam na condição de filho no arranjo familiar passou de 21,7%, em 2005, para 25,3%, em 2015. Em 2015, o nível da ocupação das pessoas nessa faixa etária que viviam com os pais (71,7%) foi semelhante ao daquelas que não viviam (75,1%), o que sugere que a permanência na casa dos pais não esteja diretamente associada com a falta de trabalho.
No entanto, as pessoas que viviam com os pais eram mais escolarizadas, uma vez que 35,1% tinham ensino superior incompleto ou nível mais elevado; a média de anos de estudo foi de 10,7 anos; e 13,2% no grupo ainda estudavam. Para aqueles que não residiam com os pais os indicadores apresentaram valores mais baixos: 20,7% tinham ensino superior incompleto ou nível mais elevado; a média de anos de estudos era de 9,8 anos; e somente 7,2% ainda estudavam.
Educação: taxa de escolarização dos jovens de 15 a 17 anos cresce apenas 3,4 pontos percentuais em uma década
A taxa de escolarização das crianças de 0 a 3 anos subiu de 13,0%, em 2005, para 25,6% em 2015. Na faixa etária de 4 e 5 anos, o indicador foi de 62,8% para 84,3% no mesmo período. Para as pessoas de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização se aproximou da universalização na década de 1990, atingindo 98,6% em 2015. Por outro lado, o acesso à escola dos jovens de 15 a 17 anos de idade avançou lentamente entre 2005 e 2015 e cresceu somente 3,4 pontos percentuais, passando de 81,6% em 2005 para 85,0% em 2015.
Atraso escolar na faixa de 15 a 17 anos caiu entre 2005 e 2015, mas ainda afeta 40,7% dos estudantes com menores rendimentos
De 2005 para 2015, houve redução de 36,9% para 26,4% na taxa de distorção idade-série (proporção de estudantes no ensino regular com idade dois anos ou mais acima da esperada para a série que frequentavam, em relação ao total de estudantes) para os estudantes de 15 a 17 anos.
A proporção de estudantes nessa faixa etária que frequentavam a rede pública com distorção idade-série era 3,6 vezes maior do que na rede particular. Além disso, os 20% com os menores rendimentos mensais domiciliares per capita (1º quinto) possuíam uma taxa de distorção idade-série de 40,7%, cinco vezes maior do que os pertencentes aos 20% com os maiores rendimentos (5º quinto).
O efeito do atraso escolar também pode ser observado entre os jovens de 15 a 17 anos que estavam fora da escola. No Brasil, em 2015, 15,0% (1,6 milhão) dos adolescentes dessa faixa etária não estudavam. Entre os jovens que haviam evadido a escola precocemente sem terminar o ensino médio (1,3 milhões de jovens), 61,4% abandonaram a escola sem concluir o ensino fundamental.
Apesar do aumento, percentual de estudantes pretos e pardos no ensino superior continua bem abaixo do de brancos
A frequência escolar líquida (proporção de pessoas que frequentam escola no nível de ensino adequado à sua faixa etária, excluindo as que já completaram esse nível) no ensino superior cresceu de 11,4% em 2005 para 18,4% em 2015, quase metade dos 33% pretendidos pela Meta 12 do Plano Nacional de Educação até 2024.
O percentual de pretos ou pardos de 18 a 24 anos que cursavam o ensino superior, em 2015, era de 12,8%. Essa taxa teve um crescimento significativo em relação a 2005 (7,3 p.p), mas ainda ficou abaixo do percentual alcançado pelos jovens estudantes brancos em 2005 (17,8%) e 2015 (26,5%).
Um dos fatores responsáveis por agravar essa desigualdade é o atraso escolar, que afeta mais os estudantes pretos ou pardos em comparação aos brancos. Em 2015, 53,2% dos estudantes pretos ou pardos nessa faixa etária cursavam níveis de ensino anteriores ao ensino superior, como o fundamental e o médio, enquanto apenas 29,1% dos estudantes brancos estavam nessa mesma situação.
IBGE

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