Se se considerar como data norteadora da adoção de políticas regionais no Brasil – de maneira
explícita e coordenada dentro do governo federal – o início dos anos 1950, já se trilha um
percurso que se mantém ao longo de seis décadas. Não é pouco tempo para um país em que
políticas públicas vão e vêm ao sabor de conjunturas econômicas e políticas.
É verdade que a região Nordeste havia se constituído em motivo de preocupação de
políticas federais desde pelo menos a primeira década do século XX, com a criação da Inspetoria
Federal de Obras contra as Secas (Ifocs), em 1909. Entretanto, somente na década de 1950,
tomou impulso um esforço concatenado de reflexão, planejamento e criação institucional,
ainda no governo Getúlio Vargas, com a criação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB),
em 1952, e depois, em 1956, no governo Juscelino Kubitschek, tendo à frente o economista Celso
Furtado, com a criação do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN).
Resultou dessa experiência a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene),
em 1959, e posteriormente a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
(Sudam) e da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), respectivamente.
Deu o tom ao funcionamento dessas superintendências regionais o objetivo de
realizar processo de industrialização nas chamadas periferias nacionais, com vistas a fazer,
principalmente, as regiões Nordeste e Norte alcançarem níveis mais elevados de produto
por habitante, por meio da atração e da implantação de setores industriais novos nos tecidos
produtivos regionais preexistentes.
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