O presente artigo dedica-se ao exame de algumas das principais interpretações
de inspiração marxista acerca da Grande Recessão que se apresentam publicadas sob a
forma de livros. Do amplo conjunto de publicações sobre o tema, as seguintes obras foram
analisadas: The Great Financial Crisis, de John Bellamy Foster e Fred Magdoff
(2009); The Enigma of Capital, de David Harvey (2011), publicada originalmente em
2010; The Crisis of Neoliberalism, de Gérard Duménil e Dominique Lévy (2011); e The
Failure of Capitalist Production, de Andrew Kliman (2012). Argumenta-se que o debate
marxista em torno das causas últimas da Grande Recessão pode ser sistematizado a partir
da seguinte clivagem: 1) de um lado, os autores que atribuem a turbulência à forma polí-
tica/econômica/institucional específica assumida pelo sistema capitalista ao longo das últimas
décadas; 2) de outro, aqueles que interpretam a crise recente como uma manifesta-
ção própria da dinâmica capitalista em geral – e não do modo particular que esta
supostamente apresenta. Enquanto Foster e Magdoff (2009), Harvey (2011) e Duménil e
Lévy (2011) compõem o primeiro grupo, Kliman (2012) pode ser visto como representante
da segunda vertente.
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