segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Uma nova Era Dourada? Somente para os super-ricos...

No começo do século 20, a rápida industrialização nos Estados Unidos deu origem a algumas das maiores fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e aço, obtendo um grande retorno, e passaram a ostentar sua riqueza. 
O período ficou conhecido como Era Dourada, a partir de uma expressão criada pelo escritor Mark Twain. A desigualdade nunca foi tão grande – até agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia de serviços financeiras, feito em parceria com a consultora PwC. A expansão do patrimônio dos mais ricos cresceu em 2016, e os 1.542 bilionários da lista têm US$ 6 trilhões, mais do que o dobro do PIB do Reino Unido.
Para os autores do documento, a primeira Era Dourada aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10 a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da Ásia e de negócios ligados à tecnologia. 
Os asiáticos superaram os americanos no número de bilionários: são 637 contra 563, mas os americanos ainda detêm uma riqueza maior. Nesses próximos 20 anos, espera-se que US$ 2,4 bilhões mudem de mãos, à medida que os nomes da lista, 39% deles com mais de 70 anos, envelheçam. Esse dinheiro vai para os herdeiros, claro, mas também para causas sociais. Mark Zuckerberg, do Facebook, tem uma fortuna estimada em US$ 74,2 bilhões e é conhecido tanto pelo seu estilo de vida de pouca ostentação quanto pelas causas que apóia.
Além da filantropia, os bilionários de hoje investem muito em artes e esportes. Os mecenas existem há muito tempo: na Renascença, mercadores e banqueiros financiaram artistas como Sandro Botticelli. A situação continua parecida, com 72 bilionários entre os 200 maiores colecionadores de arte do mundo. Novamente os asiáticos estão despontando como ávidos compradores de obras, e o número de museus privados têm crescido muito no continente, ao mesmo tempo em que instituições públicas, como o MoMA, de Nova York, recebem doações de diferentes nomes. 
Nos esportes, 109 bilionários são donos de ao menos 140 equipes esportivas do mundo inteiro. Nos Estados Unidos, eles controlam dois terços dos times da NBA e da NFL, e metade da liga de baseball. “O esporte é minha vida e meu mais querido hobby”, diz um dos bilionários, não identificado, no relatório. “Além disso, a publicidade que você consegue com a transmissão dos jogos é mundial. O negócio funciona de acordo com o mote ‘Você ganha no domingo e vende na segunda’. As pessoas sempre se identificam com os vencedores”, afirma ele. 
O chinês Jack Ma, dono da plataforma de comércio online Alibaba e de uma fortuna estimada em US$ 39,7 bilhões, é um fã de artes marciais e fechou um acordo de patrocínio de US$ 600 milhões para os próximos seis Jogos Olímpicos.
DESIGUALDADE
A concentração de riquezas apontada pelo relatório é uma das maiores preocupações dos bilionários. Existe uma percepção de que os donos das grandes fortunas acumulam muito dinheiro às custas de grande parte da população. Segundo Josef Stadler, principal autor do relatório e responsável pelos patrimônios extremamente altos na UBS, a noção é incorreta. Em entrevista ao The Guardian, ele afirmou que 98% do patrimônio desses bilionários acabam voltando à sociedade. O relatório ainda aponta que esses super-ricos empregam 27,7 milhões de pessoas.
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Comento: jamais um relatório de um banco admitiria a exploração dos pobres, mas é exatamente isso que se observa: poucos com muito e bilhões de miseráveis com quase nada. Para cada super-rico existem milhões de super-pobres.
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Mas a desigualdade existe, e a preocupação é real. Na primeira Era Dourada, a raiva da população contra os magnatas, chamados “barões ladrões”, fez com que o presidente Theodore Roosevelt desmantelasse trustes e aumentasse os impostos aos mais ricos. 
Hoje, o FMI defende uma taxação diferente para os donos de grandes fortunas. “Estamos em um ponto de inflexão”, disse Stadler ao jornal inglês. “Haverão similaridades na maneira como a sociedade vai reagir a essa nova era dourada? Ela vai acabar ou vai continuar?” Nada indica que a população esteja se revoltando.
Elite financeira

Relatório da UBS mapeia os maiores bilionários do planeta

1542 bilionários na lista:
637 na Ásia
563 nos Estados Unidos
342 na Europa
US$ 6 trilhões é a riqueza somada de todos eles

39% têm mais de 70 anos

72 bilionários

Estão entre os 200 maiores colecionadores de arte do mundo

109 bilionários

São donos de mais de 140 clubes esportivos

ISTOÉ
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