quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

RN: A conta chegou!

A situação fiscal deplorável do RN não é culpa apenas do macroambiente econômico hostil, mas fundamentalmente pelas escolhas e decisões tomadas no passado e no atual momento.

A ampliação significativa da arrecadação tributária e as facilidades para conseguir financiamentos e empréstimos mascararam os erros cometidos num passado recente. 

A abundância de recursos não permitiu que a sociedade “enxergasse” os equívocos cometidos por diversos governantes. 

O desperdício, a falta de gestão e até a corrupção ficaram encobertos, mas o tempo das “vacas magras” chegou e a conta salgada, sempre, é o povo que paga.

Os governantes agiram como a cigarra imprevidente que, no período da primavera, só queria saber de “tocar e cantar” enquanto as formigas trabalhavam para acumularem recursos e sobreviverem a dureza do inverno.

Na economia a crise sempre vem, assim como é certo que na sucessão das estações o inverno sempre chega e a cigarra imprevidente morre congelada.

Felizmente não iremos morrer congelados, mas temos que pagar a conta do festim das cigarras, digo, governantes. 

Para não alongar muito o texto cito apenas alguns exemplos do folguedo com o dinheiro público no RN:

- A ideia "brilhante" de sediar jogos da copa e construir um estádio incompatível com o estágio dos clubes locais. Antes da concepção já se sabia que seria um “elefante branco”, além de tantos outros verdadeiros desperdícios de recursos públicos;

- O crescimento exuberante dos gastos de custeio da máquina pública, cujo exemplo mais visível é a situação da Assembleia Legislativa que tem mais cargos comissionados e contratados do que a população de alguns municípios do estado. Outro exemplo: Na mensagem lida na Assembleia Legislativa no início de 2016 o governador afirmou que o censo de servidores e uma auditoria realizada na folha de pagamento tinham identificado distorções e privilégios de R$ 20 milhões (isso mesmo: R$ 20 milhões);

- A terceirização de serviços e o sucateamento gradativo de setores essenciais da máquina pública. Os governantes foram criando serviços, quase todos, dependentes de contratos de terceirização e fizeram tal prática se tornar rotina na administração;

- Locação de veículos e pessoal se tornou um sumidouro de recursos públicos;

- As isenções fiscais concedidas pelos diversos governos do RN também desempenham papel relevante para a deterioração do quadro fiscal do estado, embora se reconheça que, praticamente, todos os estados tenham utilizado tal expediente para atrair empresas (guerra fiscal). A questão aqui é o desconhecimento sobre o montante concedido e os efeitos positivos que tenham produzido. Receio que os custos (subsídios ao capital) tenham sido bem superiores aos benefícios.

- A corrupção que corre frouxa nas entranhas do estado. Soubemos de coisas absurdas: a ALRN pagou um defunto por longos 4 anos, existência de contas secretas no IDEMA, pagamentos sucessivos a servidores fantasmas, zero em transparência, aparelhamento e uso político das estruturas de Estado (IPEM, IDEMA, DETRAN...).

A conta chegou!

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