quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Dinâmica econômica, urbanização e metropolização no Rio Grande do Norte (1940-2006)

Publicado em 16-01-2019

RESUMO

A tese tem como objeto de estudo a economia e a sociedade do estado do Rio Grande do Norte e analisa a dinâmica econômica e o processo de urbanização ocorridos nesta região no período de 1940 a 2006. 

Apesar da delimitação deste período, a análise tomou como ponto de partida o processo de ocupação do território potiguar, com o propósito de demonstrar as origens da estrutura econômica e das relações sociais de produção que foram aí erguidas. 

Procurou-se ressaltar que a evolução de seu processo de urbanização foi produto da ação de sujeitos sociais (capitalistas mercantis) com limitadas condições e interesses no desenvolvimento de forças produtivas mais modernas e avançadas, o que contribui para coibir a expansão do capital industrial e inibir uma urbanização mais diversificada. 

Com estes propósitos, a tese sustentada é que por fazer parte de uma região subdesenvolvida a supremacia das frações de capital mercantil sobre os demais agentes econômicos e sociais determinou e condicionou a estrutura e a dinâmica econômica e urbana do estado. Entretanto, cabe ressaltar que tanto a região Nordeste em geral, quanto o Rio Grande do Norte em particular, passaram por substanciais transformações no período que data de meados de 1940 aos anos mais recentes. 

Estas mudanças começaram a se manifestar com maior ímpeto a partir da década de 1960, quando a ação pública federal atuou mais fortemente na região Nordeste, através da SUDENE, incentivando o aprofundamento da presença do capital industrial, contrapondo-o ou associando-o ao capital mercantil. 

Sob o ponto de vista do processo de urbanização do estado, fatores externos à economia nacional e norte-riograndense (como a Segunda Guerra, por exemplo), exerceram forte influência sobre o mesmo. Apesar da importância da referida intervenção para o desenvolvimento regional e potiguar, os agentes mercantis e as oligarquias regionais mantiveram seus espaços de reprodução assegurados pelo pacto de dominação das elites nacionais, uma vez que a maior presença do capital industrial e estatal não criou obstáculos à reprodução do capital mercantil e à conservação do seu poder político. 

Ademais, o desenvolvimento capitalista industrial não foi suficiente para absorver em sua dinâmica a maioria da população potiguar, posto seu rápido crescimento vis-à-vis a insuficiente incorporação de força de trabalho nos setores mais dinâmicos da economia do estado. 

De resto, enfatizamos que no Nordeste em geral e no Rio Grande do Norte em particular o ritmo e a potência da penetração do capital industrial em suas estruturas e dinâmicas produtivas, urbanas e econômicas foram insuficientes possibilitando a manutenção do domínio - em importantes atividades econômicas - dos agentes mercantis no novo contexto socioeconômico e político produzido.

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