Alternativas para o
desenvolvimento brasileiro
Novos horizontes para a
mudança estrutural com igualdade
Marcos Vinicius Chiliatto Leite
Organizador
Prefácio
Alternativas para o desenvolvimento brasileiro
Maria da Conceição Tavares
O desenvolvimento brasileiro sempre foi um processo notoriamente desigual, tanto em termos
regionais quanto sociais, contrariando as propostas da CEPAL ao longo de sete décadas.
Assim ocorreu com o processo de industrialização, que se manteve brutalmente restringido, bem
como as reformas sociais, que nunca avançaram o suficiente para diminuir a heterogeneidade estrutural.
A coexistência de setores modernos com tecnologias de alta produtividade e de setores
atrasados torna o subdesenvolvimento brasileiro uma formação histórica específica, articulando a
nossa situação periférica com o desenvolvimento dos países centrais.
As mudanças estruturais requeridas por um processo de desenvolvimento mais homogêneo não
podem ser produzidas pela “livre” atuação dos mercados e requerem uma presença permanente e
central do Estado. Esta é indispensável para superar a condição periférica do nosso subdesenvolvimento.
Sair da condição periférica e consolidar o nosso desenvolvimento significa uma mudança
estrutural no sentido de construir ações políticas que tornem o tecido produtivo mais diversificado,
mais complexo e com mais atividades intensivas em conhecimento.
Ainda que cada país deva “inventar” o seu próprio caminho para superar o subdesenvolvimento,
a experiência histórica mostra que foi por meio da ação do Estado que as economias, hoje consideradas
desenvolvidas, lograram um processo de crescimento nos últimos 150 anos.
Entre a década de 1980 e o início do século XXI, em um mundo em contínua liberalização,
o crescimento do poder das finanças internacionais atinge fortemente a América Latina, dado o
elevado endividamento externo ocorrido na década de 1970. A crise da dívida externa de 1981 atingiu
fortemente os países da região expondo a sua condição vulnerável à financeirização que reflete o
poder crescente das finanças internacionais, tanto nos países centrais quanto na periferia.
No capitalismo de fins do século XX consolidou-se a financeirização como dominante do
processo de acumulação de capital. Os diferentes capítulos que compõe este estudo partem destas
principais contribuições do pensamento cepalino, construído nesses setenta anos desde sua
criação e oferecem uma visão integrada do desenvolvimento nas suas diversas articulações políticas:
macroeconômicas, industrial, social e ambiental e discutem este novo marco conceitual sobre
o tema “desenvolvimento” com igualdade.
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