quinta-feira, 19 de maio de 2022

Por uma dinâmica do desenvolvimento latino-americano

Raúl Prebisch

TRANSFORMAÇÕES ESTRUTURAIS PARA ABRIR CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO 

Os males que afligem a economia latino-americana não correspondem a fatores circunstanciais ou transitórios. São a expressão da crise da ordem de coisas existente e da precária aptidão do sistema econômico — por falhas estruturais que não soubemos ou não pudemos corrigir — para atingir e manter um ritmo de desenvolvimento que corresponda ao crescimento da população e a suas exigências de melhorias rápidas. É fato que o crescimento demográfico é extraordinário. 

No início do século XX, havia na América Latina 63 milhões de habitantes, que cresciam à razão de 1,8% ao ano. Atualmente, somos 220 milhões e nos estamos multiplicando a uma taxa anual de 2,9%, que parece tender a se elevar ainda mais. 

Com base em dados conjecturais, seria possível estimar que aproximadamente metade da população atual tem uma exígua renda média pessoal de 120 dólares por ano. E esse vasto conjunto social representa apenas cerca de um quinto do consumo pessoal total da América Latina, com os mais altos índices de subalimentação, roupas precárias e moradia ainda pior, bem como de enfermidades e analfabetismo, e ainda com as mais elevadas taxas de reprodução. É nesse ponto que é preciso concentrar primordialmente o esforço de desenvolvimento. A ideia, ainda não extinta, de que este funciona espontaneamente, sem um esforço racional e deliberado para ser conseguido, provou ser uma ilusão, tanto na América Latina quanto no resto da periferia mundial.  

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