terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mercado de massas avança no Nordeste


Por Fernando Dias


Nos últimos meses o estado de Pernambuco informou a implantação de duas novas fábricas relacionadas ao setor de massas, sendo um grande moinho a ser operado pela M. Dias Branco (R$ 140 milhões) em Recife e, mais recentemente, uma fábrica da Nissin-Ajinomoto (R$ R$ 46 milhões) em Glória do Goitá. Estes investimentos estão dentro de um grupo maior de indústrias da área de alimentos e bebidas que apenas em Pernambuco já somam mais de R$ 600 milhões de investimentos anunciados.


O que está por trás disto é o crescimento do mercado nordestino, e também da Região Norte, por alimentos em geral e industriais em particular. Visto que estas regiões ainda apresentam os piores indicadores de renda do país destarte o crescimento observado nos últimos anos, o que se observa é o incremento das cestas de consumo básico e, com isto, forte expansão na demanda de produtos que são usuais em outras Regiões.


O caso das massas é emblemático, particularmente no caso das preparadas e mesmo do tão conhecido macarrão. Tomando por referência Pesquisa de Orçamento Familiar para os anos de 2002 e 2008, e fazendo uma extrapolação para 2011, temos que para o primeiro caso hipótese mais razoável é que o produto entrou efetivamente para a cesta de consumo a partir de 2002.




A forte expansão nas massas preparadas se deve basicamente ao aumento no consumo domiciliar per capita de 0,026 kg em 2002 para 0,193 kg em 2008 no Norte, e de 0,025 kg para 0,162 kg no Nordeste, indicando claramente que o produto se integrou recentemente a cesta de consumo. No caso do macarrão resultado sugere que o produto está se comportando como bem inferior, pois onde a renda é maior o consumo per capita está caindo. Isto se verifica principalmente no Sudeste e, em verdade, mesmo para o Brasil o consumo per capita de macarrão cai entre as duas POF´s.

Ocorre que quando se considera o crescimento populacional o resultado se inverte para o Brasil e o consumo total aumenta, embora no Sudeste o efeito não seja revertido e nesta Região o consumo total cai.





Um ponto importante no caso dos dois produtos é que o crescimento absoluto da demanda por macarrão no Nordeste e no Norte são os maiores do país, e não por acaso esta Região vem sendo preferida para novos investimentos na área. Não se trata de mercado potencial, o mercado já existe e a demanda precisa ser atendida.

Já para o caso das massas preparadas industrialmente o mercado no Note e Nordeste representa o maior potencial do país, com taxas de crescimento muito mais elevadas que o Sul/Sudeste e com um grande contingente populacional ainda fora da faixa de consumo, mas cuja renda aumenta consistentemente ano a ano. Ao que tudo indica não só tem feijão, arroz e carne de sol na mesa do Nordestino.

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