terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Meta para a inflação de 2011


O ministro Mantega disse que a meta será considerada cumprida se o IPCA for de até 6,5%, dado o critério aceito de arrendondamento, pelo qual a inflação teria sido de 6,5%.

Na minha opinião, o critério de arredondamento não se aplica nesse caso. Qualquer número acima de 6,5% significará que a meta não terá sido cumprida. O problema é que o BC teria que enviar uma carta ao ministro, fornecendo suas justificativas. Nada de mais. Acontece que o governo resolveu levar o assunto mais a sério do que deveria. Garantiu, juntamente com o BC, que eram amplas as chances de cumprimento da meta.

O mundo não cairia se ela não fosse cumprida, mas a Fazenda fez o que pôde manipulando o índice de inflação. Adiou, para 2012, a entrada em vigor do aumento do IPI sobre cigarros, baixou a CIDE sobre a gasolina para evitar o aumento dos seus preços e deixou para o próximo ano o reajuste de tarifas de telefones.

Na verdade, saber se cumpriu ou não a meta por conta de alguns décimos a mais não é o mais relevante. O importante é saber que temos uma inflação muito alta para os padrões que têm prevalecido no mundo dos anos 1990 para cá. A meta de 4,5% é uma das mais altas. Nos mercados emergentes, o mais comum é 3%.

Os governos do PT mantiveram essa meta por nove anos consecutivos. E tudo indica que a inflação ficará descolada do centro da meta durante todo o governo Dilma. A justificativa para essa tolerância com inflação, totalmente furada, é a de que isso permitiria trabalhar com uma taxa de juros mais baixa.

No fundo, temos um governo mais tolerante à inflação, que elegeu o crescimento como meta. Há quem diga que isso é certo, que uma taxa de inflação de 6% a 7% é funcional, que é preciso crescer e criar empregos, e por aí afora. Esse filme é conhecido e seu desfecho costuma ser desastroso. 

O país ainda vai pagar um preço alto por essa tolerância.

Maílson da Nóbrega

Inflação fecha primeiro ano de Dilma em cima do limite da meta: 6,5%

Índice de Preços ao Consumidor Amplo sobre frente a 2010 e é o mais alto desde 2004, mas fica dentro do teto proposto pelo governo pelo oitavo ano seguido. 'Vilões', alimentos repetem maior peso na inflação mas são únicos a desacelerar. Depois de queda de braço com 'mercado' em 2011, presidente do Banco Central comemora IPCA 'em linha com cenário antecipado pelo BC'.

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