Humor: PARECE QUE FOI ONTEM...
Agamenon Mendes Pedreira escreve direto da Eco
92, vinte anos atrás!
A cidade do Rio de Janeiro tem uma vocação ecológica desde o tempo em que a
mata era virgem e o vento era fresco. Por isso todos cariocas honestos (a
última vezes que contaram eram 17, por sinal todos meus leitores) além dos
motoristas de taxi, é claro, estão felizes com a ECO-92 este Woodstock
ecológico onde os turistas ficam nus depois de serem assaltados.
A Cidade Maravilhosa se transformou numa imensa Santa Teresa. Meninos de rua
vendem sanduíches naturais nos sinais de transito, por todas as esquinas
baianas quituteiras preparam deliciosos acarajés de soja e , até mesmo nos
morros favelados , os traficantes estão vendendo papelotes de ricota, malhados
por sinal.
Eu, Agamenon Mendes Pedreira, é que não iria ficar fora uma bocada dessas.
Transferi meu Dodge 73 enferrujado onde mantenho residência fixa,
tradicionalmente estacionado na porta de O Globo, para o Fórum Global no Aterro
do Flamengo . E neste meio ambiente de pura ecologia natural montei um stand
onde vendo artigos de interesse preservativo tais como camisinhas recicladas,
piranhas empalhadas e cobras amestradas.
Eneas, o meu cunhado esquisitão, que esta sempre se virando (no mau sentido, é
claro) pediu para um marinheiro grego do Greenpeace armar a sua barraca. Em
seguida Eneas deu inicio a uma performance onde exibia de forma chocante os
estragos no Buraco do Ozônio. Eneas foi imediatamente preso por violento
atentado ecológico ao pudor.
Já Isaura, minha patroa e fiel companheira, embicou na direção do Planeta Fêmea
onde mocréias, jaburus, turus, urutaus e dragões de todo mundo tentam
desesperadamente se salvar da extinção, já que não conseguem arrumar nenhum
macho para o acasalamento.
Para dar o exemplo , o presidente Antonio Carlos de Mello, o Collor, plantou
uma bananeira em plena abertura da Rio-92, diante de platéia boquiaberta de
líderes mundiais, que para evitar um incidente diplomático, acompanharam o
gesto ecológico do presidente ficando de cabeça para baixo e com os pés para
cima.
Mas foi na Aldeia Kari-Oca que as coisas pegaram fogo, também pudera, lá era
tudo de palha. Neste local sagrado, índios de todas as raças se reúnem para
trocar espelhos, colares, e bijuterias por ações de empresas estatais
brasileiras e outras quinquilharias que não valem nada.
Aproveito este último parágrafo para protestar contra este jornal que,
contrariando as leis da Natureza, tenta , num gesto anti-ecológico, extinguir a
minha coluna contratando este Paulo Francis(SIC) só porque ele aparece na
televisão é mais engraçado do que eu.
Agamenon Mendes Pedreira é o presidente do Movimento
Ecológico.
Salvem o Planeta Diário.
por Nani
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