terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Construção Civil de Mossoró: mais de 1.500 trabalhadores demitidos


Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que desde julho de 2012 o ramo da construção civil vem registrando retrocesso em termos de empregabilidade. Em Mossoró, a situação não tem sido diferente, como destaca o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Mossoró (Sintracom). Segundo o Sindicato, cerca de 1.500 trabalhadores perderam seus empregos entre 2012 e 2013.
Em Mossoró, a crise no setor da construção civil teve um agravante com a suspensão de alvarás no cone do Aeroporto Dix-sept Rosado, em 2012. No ano passado, o mercado começou a se recuperar, mas mesmo com todos os esforços para driblar a crise, a perda de alguns postos de trabalho no setor foi inevitável.
O presidente do Sintracom, Ivonildo Monteiro, explicou que grande parte das demissões diz respeito às empresas que prestam serviço à Petrobras. "Essas empresas não podem cumprir o que acordaram com os trabalhadores, e acabam por optar pelas demissões", explica o sindicalista.
Ele destaca ainda que a diminuição de contratações também tem sido registrada, e deve-se em grande parte pela falta de qualificação dos operários. "Para se ter uma ideia, atualmente possuímos 6 mil profissionais atuando no município, destes 2 mil são de outras regiões", diz.
No âmbito nacional, a queda do emprego na indústria da construção foi mais forte em janeiro do que em dezembro. O índice de número de empregados do setor atingiu 45,8 pontos no mês passado, frente a 46,1 pontos em dezembro de 2012, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última sexta-feira, 21 de fevereiro.
Expectativa é que mercado comece a reagir a partir de março
A expectativa é que a partir de março haja um crescimento no número de empregos voltados para a construção civil, principalmente no setor privado.
"Em Mossoró, 70% dos profissionais que estão atuando trabalham em construções de empresas privadas, apenas 30% são direcionados para obras públicas. Após o Carnaval, as coisas tendem a melhorar, além disso, houve mudança de governo, a Copa se aproxima, desta forma aumentam as chances de crescimento da frente de serviço", afirma Ivonildo Monteiro.
O presidente do Sintracom enfatiza que para acelerar essa recuperação é fundamental o município contar com pessoas qualificadas. "É importante investir em qualificação profissional, principalmente em algumas áreas, como revestimento de fachadas e trabalhadores que precisam lidar com altura".
Mesmo havendo a retração na oferta de emprego e aumento no número de demissões na indústria da construção, a CNI ressalta que as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses são positivas, embora o otimismo seja menor do que em fevereiro de 2012.
O ano de 2013 começou com retração no emprego formal do Rio Grande do Norte e também do segmento de comércio e serviços, líder absoluto na geração de novas vagas no ano passado.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, em janeiro, o setor de comércio fechou 362 postos e o de serviços outros 345, contabilizando 707 vagas a menos no segmento como um todo.
No Estado, o ano começou com 3.265 empregos com carteira assinada a menos.
"O número de janeiro foi provocado sobretudo pela baixa atividade nos setores turístico e de imóveis, dois dos principais motores do segmento de serviços.
o caso do turismo, nós passamos o ano de 2012 inteiro alertando que a falta de investimentos públicos no setor estava retraindo a atividade, com reflexos diretos no comércio e na economia como um todo", afirma o presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Fernandes de Queiroz.
Sobre o número do comércio em janeiro, ele afirma que se trata de uma acomodação natural. "Entre os meses de outubro e dezembro, há um volume de contratações temporárias. Uma parte destes contratados é naturalmente dispensada, gerando este corte de vagas no mês'', pontua Queiroz.
O presidente ressalta ainda que o número total de vagas fechadas em janeiro é pequeno no contexto dos empregos gerados pelo setor de comércio e serviços no Estado. "Hoje, o nosso segmento responde por cerca de 244 mil empregos formais. Os 707 postos fechados em janeiro representam 0,28% do total de vagas que temos abertas", diz ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário