sábado, 16 de março de 2013

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGUNS INVESTIMENTOS ESTRUTURANTES PARA A REGIÃO DO ALTO OESTE: BR 226

O trecho da BR-226 com 69,470 quilômetros em solo potiguar vai do entroncamento da RN-074 até à divisa do Rio Grande do Norte com o Estado do Ceará e foi inicialmente orçada em R$ 67 milhões (custo total da obra).
Trecho: entroncamento RN-074/Pau dos Ferros/divisa RN/CE
Extensão: 69,470 km
Valor orçado: R$ 67 milhões

Dados disponíveis na Wikipédia:

A BR-226 é uma rodovia transversal brasileira que liga a cidade de Natal (RN), ao município de Wanderlândia (TO). Ao longo de todo o seu percurso, a BR-226 passa pelos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão e Tocantins. A extensão total da rodovia é de 1674,6 km.


A BR-226 passa dentre outras, pelas cidades de Natal, Currais Novos, Florânia, Pau dos Ferros, Pedra Branca, Crateús, Teresina, Timon, Grajaú, Porto Franco, Estreito, Aguiarnópolis e Wanderlândia.

A rodovia possui diversos trechos ainda não asfaltados ou não implantados.
No seu trecho entre Porto Franco (MA) e Wanderlândia (TO), a BR-226 integra o percurso da conhecida Rodovia Belém-Brasília, também chamada de Rodovia Transbrasiliana.

TRECHOS DE RELATÓRIO DO TCU SOBRE A OBRA

Trata-se de Relatório de Levantamento de Auditoria realizado, no período de 31/5 a 21/6/2004, na execução do Programa de Trabalho 26.782.0235.106C.0004 – Construção de Trechos Rodoviários na BR- 226 no Estado do Rio Grande do Norte – Construção do Trecho Km 358,9 – Km 438,9 –, constante do Orçamento do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT, com o objetivo de prestar informações ao Congresso Nacional, para subsidiar os trabalhos da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.

As obras permitem a interligação das regiões leste-oeste do estado, inclusive com o Ceará, beneficiando o escoamento das safras agrícolas da região. De acordo com a equipe de auditoria, encontra-se em elaboração pelo Departamento de Estradas de Rodagem – DER/RN, órgão executor das obras, estudo de reformulação do projeto básico, envolvendo:

a) revisão das obras de arte especiais, modificando a concepção de construção das futuras pontes, passando de concreto convencional para pré-moldado;

b) modificação do traçado da rodovia BR-226, em razão da antiguidade do projeto (1987), para que, ao cruzar a cidade de Pau dos Ferros/RN, passe por fora da sede do Município, tendo em vista o crescimento da área urbana.

Em face das modificações que ocorrerão no projeto básico, e levando em conta o extenso prazo de validade do contrato (cuja vigência iniciou-se em 1/2/1994), a equipe entende necessária a realização de determinação ao DER/RN para que reavalie os preços de todos os serviços a serem executados, readequando-os aos atualmente vigentes no mercado, para o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato nº 009/93, em cumprimento ao art. 57, § 1º, incisos I e III, e art. 65, inciso II, alínea d, da Lei nº 8.666/93.

A ÍNTEGRA DO RELATÓRIO AQUI

REINÍCIO DA OBRA

Alguns trechos importantes nas falas das autoridades na cerimônia de reinício das obras:
A obra contempla a construção de 31 quilômetros de estrada e conta com recursos da ordem de R$ 50 milhões. A empresa responsável pela execução da obra é a EIT - Empresa Industrial Técnica S/A.

"Essa obra estava carimbada 'no vermelho', pois estava paralisada desde setembro de 2009. Ela começou a ser feita em 1984", informou Élcio Monteze.

"O DER atuou ressuscitando esse contrato que estava praticamente morto. Essa obra chega em boa hora, gerando empregos e desenvolvimento. Já alcançamos a marca de 300 empregos diretos", disse Demétrio Torres.

A obra está (estava) prevista para ser concluída em junho de 2013.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:

Eis o retrato acabado da inoperância. A implantação da BR começou em 1984 e decorridos mais de 30 anos não se conseguiu materializar a construção de “impressionantes” 69,5 quilômetros no território potiguar.

Até o Relatório do TCU aponta “certa estranheza” pelo longo período de vigência do contrato e é claro também identificou inúmeras irregularidades.

O “legado” do governo anterior foi ter conseguido deixar a obra “carimbada no vermelho” e com um contrato quase “morto”, considerando-se as falas das autoridades do DNIT e DER na cerimônia que marcou o reinício das obras ainda em 2013.

É necessário perguntar por que tanta falta de vontade política para finalizar tal investimento?

Inúmeros governos se sucederam, inúmeros parlamentares da bancada federal passaram (exceto Henrique que é deputado desde antes da elaboração do projeto) e... nada.

Agora, com a “obra ressuscitada” se esperava que finalmente fosse concluída.

A previsão para conclusão, após a retomada era junho de 2013 e mais uma vez o cronograma foi desrespeitado.

Bem, não restam dúvidas de que as gestões responsáveis pela condução do projeto falharam, mas não se pode desconsiderar que foram raros os agentes políticos de nossa região que envidaram esforços para cobrar providências em relação a essa obra.

Os diversos segmentos representativos da sociedade também não se animaram para cobrar providências das autoridades responsáveis.

Ou seja, conformismo também contribuiu para tamanho descalabro e, infelizmente, a BR 226 (trecho potiguar) não é um caso isolado.

Não é a toa que o Alto Oeste Potiguar sempre figura nas estatísticas oficiais com indicadores até piores do que aqueles existentes em países da África Subsaariana. Faltam coesão social, projetos estruturantes e políticas regionais.
-----------------------------------------------------------------------------
Texto publicado em 16-03-2013.
Alterado em 20-05-2015

Leia também:



Nenhum comentário:

Postar um comentário