domingo, 31 de março de 2013

ERROS EM PECÉM DEVERIAM SERVIR de alerta para que não se repitam em aeroporto de são gonçalo


Mesmo com diagnóstico dado em 2010 por entidades do setor, o Ceará importa mão de obra até hoje.

O documento "A Indústria e o Brasil - Uma agenda para crescer mais e melhor" elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2010 com foco até 2014 já apontava a formação profissional adequada às novas tecnologias como uma das premissas básicas para construção de uma indústria do futuro, competitiva mundialmente, com potencial para aquecer e ampliar a economia brasileira.

Complexo do Pecém oferece 70% das vagas de empregos industriais do Ceará Foto: Rodrigo Carvalho


Dependente, em grande parte, do desempenho da atividade industrial, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro possui 14% de participação do valor gerado pelo setor manufatureiro.

Cipp oferece mais vagas

No Ceará, a importância do setor industrial para a economia local não é menor, principalmente com o reforço da implantação de projetos estruturantes no Estado, concentrados prioritariamente no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) - região que concentra 70% do total de vagas oferecidas no âmbito da educação profissional no Estado, conforme mapeamento encomendado em 2012 pelo governo do Estado ao Sistema Fiec, por meio do Senai.

O levantamento revela também que é no CIPP onde estão 80% das vagas de cursos de formação inicial e continuada (FIC) - estágio mais básico da educação profissional, anterior às formações de Ensino Médio e Técnico (EMT) e de Ensino Superior e Pós-graduação (ESP), porém, não menos importante.

Importação de pessoal

Mas por que ainda persiste o hiato entre a oferta e a demanda por mão de obra qualificada no Estado, especialmente na Região do CIPP, onde algumas vezes empresas acabam recorrendo à importação de profissionais de outros estados brasileiros e até de outros países?

Gestores e alunos de escolas profissionais localizadas no entorno do CIPP revelam o drama da mobilidade urbana pela inexistência de linhas regulares de transporte público em cidades e distritos da região. Outro grave desafio, segundo educadores, é a deficiência na preparação do ensino básico.

Em contrapartida o Ceará conta com o esforço compartilhado de instituições que atuam no campo da educação profissional sob a coordenação do governo do Estado para o alinhamento de ações visando a complementaridade de esforços.

"O governador tem orientado a Secitece e diversos órgãos que atuam na formação profissional no Ceará para buscar a eficiência na oferta de cursos de qualificação de recursos humanos para o Estado. Com base nisso foi desenvolvido um planejamento estratégico para educação profissional, visando indicar as maiores carências no âmbito no nível técnico e tecnológico", explica o secretário adjunto da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará (Secitece), Almir Bittencourt.

Equipamento chave para o Cipp ainda segue em obras

Paralelamente a esse trabalho conjunto entre os órgãos de ensino profissionalizando do Estado, o secretário adjunto da Secitece, Almir Bittencourt, lembra a implantação do Centro de Treinamento Técnico do Ceará (CTTC). Em fase de construção, no entroncamento das rodovias CE 085 (Estruturante) e CE 422, no Município de Caucaia, o centro de formação a ser implantado pelo governo do Estado terá a missão de promover a capacitação e a formação de mão de obra básica e continuada para atender as demandas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

Em dezembro do ano passado, quando o Diário do Nordeste visitou o CTTC, as obras já se encontravam com 75% do todo concluído Foto: Alcides Freire


"Para suprir a falta de mão de obra técnica e tecnológica o governo decidiu implantar o CTTC, que está em fase final de construção e vai abrigar uma estrutura reunindo laboratórios, salas de aula e auditório para formar a mão de obra demandada na região do CIPP", garantiu.

Demanda recorrente

Conforme Bittencourt, o problema da defasagem de mão de obra qualificada no CIPP está relacionado a falta de eletricistas, soldadores, mecânicos, técnicos em tubulações, caldeireiros, eletrotécnicos.

Em dezembro do ano passado o CTTC já contava com 75% das obras concluídas e sua previsão de inauguração era maio de 2013. Antes, porém, em outubro de 2011, quando as obras estavam 60% concluídas, o governador Cid Gomes chegou a anunciar o equipamento para 1º de maio de 2012.

Atrasos

Sobre a demora na entrega do equipamento, Almir Bittencourt justifica. "Estamos com 90% das obras do CTTC já concluídas. Houve um atraso de quase um ano para a liberação dos recursos. Então falta alguns detalhes da construção civil, dos equipamentos, além de obras complementares de uma usina de reciclagem para a qual já foi feita a licitação. Estamos na fase final", volta a garantir o secretário adjunto, segundo quem a obra será concluída em junho deste ano.

O funcionamento do equipamento ainda não tem prazo definido, segundo a Secitece, mas de acordo com o secretário Bittencourt, a operacionalização também será compartilhada. "Dentro do CTTC vamos promover a racionalização dos recursos disponíveis de forma complementar, onde o Senai virá somar com o Centec, sem que ninguém se sobreponha a atividade do outro. Tudo isso decorre do planejamento estratégico concebido em 2012", frisa. (AC)

Investimento para o CTTC é da ordem de R$ 33 mi

Com investimentos da ordem de mais de R$ 33 milhões, somando R$ 21.751.858,32 para a construção da obra e mais R$ 11.696.439,80 para a compra de equipamentos, o CTTC será um centro de excelência, segundo o titular da Secitece, René Barreira. "O CTTC será um centro de excelência, irradiador do conhecimento, voltado para a capacitação tecnológica da população observando, sobretudo, a vocação da região", explica o secretário, que espera diminuir o processo de êxodo de profissionais qualificados com a implantação do equipamento.

Do total de recursos estimados, R$ 14.700,00 são oriundos de emendas parlamentares pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI. O restante do investimento é de responsabilidade do Governo do Estado.

Equipamentos

O Centro terá uma área de 9,1 mil metros quadrados e uma área projetada total de 16 mil m², contemplando as áreas administrativas e de ensino, cozinha semi-industrial, três laboratórios - Petroquímica, Eletromecânica, Construção Civil, e um auditório para 275 pessoas. Com capacidade de qualificar 12 mil pessoas por ano, em cursos de formação inicial e continuada nas áreas de Construção Civil, Eletromecânica e Petroquímica, o CTTC oferecerá também serviços técnicos especializados nas áreas de metalurgia, siderurgia, química, petroquímica e áreas afins.(AC)

Polo de Ensino

80% das vagas de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) estão sendo ofertados por instituições localizadas dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém

ÂNGELA CAVALCANTEREPÓRTER DIÁRIO DO NORDESTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário