sexta-feira, 12 de abril de 2013

rn: forte crescimento do comércio

O comércio do Rio Grande do Norte registrou o maior crescimento do Nordeste e o quinto maior do país no volume de vendas realizadas em fevereiro, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgada ontem.

Os dados mostram que as vendas no varejo ampliado – que incluem automóveis e materiais de construção – avançaram 6,1% na comparação com mesmo período de 2012. 

De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/RN), o percentual de 6,1% foi puxado sobretudo pelos setores de Supermercados e Hipermercados, Combustíveis e Lubrificantes, Materiais de Construção e Farmácias. Investimentos públicos teriam ajudado a impulsionar o desempenho positivo.

No caso do Varejo Restrito (que exclui os setores de Materiais de Construção e de Automóveis), o crescimento foi de 3,8%. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado diz que o número ficou acima das expectativas do empresariado e pode ser explicado por diversos fatores.

Investimentos

O primeiro deles, segundo Queiroz, é o fato de os Poderes Públicos terem começado o ano de 2013 retomando alguns investimentos, ainda de forma tímida, mas com impacto positivo no mercado. “Em 2012, vimos uma verdadeira estagnação. Estava tudo parado. Nem operação tapa-buraco estava havendo. Este ano, as prefeituras começaram a fazer pequenas intervenções e o governo do estado também. Isso faz circular dinheiro na economia. Em um estado pequeno como o nosso, este dinheiro novo faz toda a diferença. E os números de janeiro – quando registramos crescimento de quase 14% - e de fevereiro mostram isso”, diz o presidente da Fecomércio.

Marcelo Queiroz reforça que o crescimento do setor de Materiais de Construção (alta de 4,4% no mês) é mais um indicador forte do impacto desta retomada.

O empresário também chama a atenção para o crescimento do segmento de Automóveis (alta de 5,2% no mês). Havia uma expectativa do fim do IPI reduzido para o carros, a partir de primeiro de abril. Isto fez as concessionárias investirem pesado nas ofertas e nas promoções. Isto, naturalmente, leva as pessoas a comprarem. E, junto com o crescimento das vendas de automóveis, naturalmente crescem as vendas de combustíveis e lubrificantes”, diz.

No caso do setor de Farmácias, o presidente da Fecomércio – que é empresário do ramo – afirma que esta alta está ligada exatamente ao maior volume de dinheiro em circulação. “Também não podemos esquecer que o crescimento deste ano se dá sobre um percentual negativo (-1%) que  registramos em fevereiro de 2012. Ou seja, crescemos sobre o período de forte retração”, pontua Queiroz.

Para Marcelo Queiroz, é cedo para fazer qualquer estimativa de crescimento para 2013.

No país, inflação pesa e atrapalha o movimento

Rio (AE) – O comércio do RN seguiu em direção contrária ao país, onde a inflação que pesa no bolso de consumidores e preocupa economistas atrapalhou também o desempenho do comércio varejista. Os aumentos de preços verificados nos últimos meses estão por trás da queda de 0,4% nas vendas registrada na passagem de janeiro para fevereiro pelo IBGE. 

Em relação a fevereiro de 2012, o recuo de 0,2% no volume vendido foi o primeiro resultado negativo desde novembro de 2003. Houve encarecimento dos produtos comercializados nas três atividades que mais contribuíram para a queda.

Os alimentos mais caros prejudicaram as vendas dos supermercados, enquanto a volta gradual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) teve impacto no desempenho da atividade de móveis e eletrodomésticos. O terceiro setor atingido pelo aumento de preços foi o de combustíveis e lubrificantes, devido ao reajuste do diesel e da gasolina.

“A demanda está diminuindo porque o preço está subindo”, explicou Aleciana Gusmão, técnica da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. “É o efeito da inflação se sobrepondo ao efeito renda”, disse.

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