“O Índice Gini do Nordeste tinha caído muito. Agora, apresentou esse aumento”, diz Maria Lucia Vieira, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, creditando o movimento ao crescimento da renda no topo da pirâmide social.
Na média, o rendimento real mensal do trabalho cresceu mais no Nordeste do que no País como um todo, com alta de 8,1%, para R$ 1.044,00, mas ainda muito abaixo da média nacional. No entanto, a discrepância de ritmos entre base e topo da pirâmide social no avanço dos rendimentos foi ainda maior que no plano nacional: entre os nordestinos, o rendimento médio real dos 10% mais pobres ficou em R$ 107,00, alta de só 1,9%, enquanto para os 1% mais ricos foi de R$ 16.481,00, avanço de 20,7%. Quando se considera o Índice Gini do rendimento de todas as fontes (não só do trabalho), houve piora, além do Nordeste, na Região Sudeste. Norte e Centro-Oeste melhoraram, enquanto no Sul não houve alteração significativa. Por essa ótica do Gini, o indicador nacional caiu muito pouco, de 0,501 para 0,500.
Rio Grande do Norte
A pesquisa mostra que o Rio Grande do Norte perdeu o primeiro lugar no ranking nordestino do rendimento médio mensal real. De acordo com o IBGE, em 2011 esse rendimento médio no RN era de R$ 1.096. Em 2012, o Rio Grande do Norte evoluiu, mas foi ultrapassado por Sergipe, que ocupava o segundo lugar em 2011, e pelo Maranhão, que saiu do penúltimo para o segundo lugar.
No caso da desigualdade entre ricos e pobres, o índice Gini do RN está na faixa intermediária (0,504), o terceiro melhor da região. A pesquisa mostra ainda que a formalização do mercado de trabalho no Estado segue em trajetória ascendente. “Em 2012, aproximadamente 68% dos empregados tinham carteira assinada ou eram servidores estatutários”. O número de trabalhadores em atividades domésticas era de de 12%. No ano passado, 48% das pessoas ocupadas no RN contribuíam para a Previdência Social. “A taxa de contribuição [previdenciária] vem crescendo ao longo da década, sobretudo desde 2005 e é maior entre as mulheres. Aliás, pela primeira vez na série histórica do Pnad, o porcentual de mulheres ocupadas que contribuem para a Previdência é maior que as que não contribuem.”
De acordo com resumo da pesquisa, elaborado pelo escritório do IBGE em Natal, o analfabetismo no RN acompanhou a disparidade regional, registrando um percentual de 16% entre as pessoas com 15 anos ou mais. “Em números estimados, a população analfabeta é de 537 mil pessoas, com predomínio masculino (331 mil), idade de 30 anos ou mais (378 mil) e nas áreas urbanas (344 mil). A pesquisa estimou 76 mil crianças no ensino infantil e 420 mil no ensino fundamental.
TN
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