terça-feira, 1 de julho de 2014

são paulo: Vaivém de Serra e de Kassab favorece Suplicy


Uma coisa é preciso admitir: na formação das chapas majoritárias de São Paulo, José Serra e Gilberto Kassab fizeram o pior o melhor que puderam. Os dois amigos se mexeram tanto que acabaram virando adversários. Pior: tornaram-se candidatos favoritos a reeleger Eduardo Suplicy para mais oito anos no Senado.
Sentindo-se preterido, Serra desistira de candidatar-se a senador pelo PSDB. O partido já tinha inclusive registrado sua candidatura a deputado federal. Súbito, após reunir-se com o governador Geraldo Alckmin, na noite passada, Serra topou entrar na briga pelo Senado. Fez isso no limite do prazo, no último intervalo entre o tic e o tac.
Horas antes, Kassab tornara-se candidato do PSD ao Senado, na coligação encabeçada por Paulo Skaf, postulante do PMDB ao governo de São Paulo. Um repórter quis saber: e se o Serra for candidato a senador, o senhor vai manter sua candidatura?
Julgando-se um profundo conhecedor da alma de Serra, de quem fora vice na prefeitura de São Paulo, Kassab desqualificou a indagação: “Essa é uma pergunta inadequada, porque ele não é mais candidato. E porque, se ele fosse candidato, eu não seria, dada a minha relação com ele.”
Kassab descobriu da pior maneira o valor de uma velha máxima: em política, quando a esperteza é muito grande, engole o dono. O esperto subira ao palco dizendo-se candidato a governador. Simultaneamente, afirmava que seria “uma honra” integrar a chapa do desafeto Alckmin na vaga de vice-governador.
Refugado por Alckmin, Kassab empinou a pseudo-candidatura do correligionário Henrique Meirelles ao cargo de governador. Nova lorota. No meio do vice-versa, munido de uma certeza própria dos personagens incertos, o morubixaba do PSD achegou-se ao PMDB na expectativa de virar vice de Skaf. Deu chabu.
Skaf já havia prometido o posto de segundo da coligação ao advogado José Roberto Batochio, do PDT. E Kassab, convencido de que não teria de medir forças com Serra, agarrou-se à candidatura de senador. Deu chabu de novo. E talvez já não haja condições para um novo reposicionamento em cena.
Em 2014, está em jogo apenas uma cadeira de senador por Estado. Em São Paulo, a disputa deve ser renhida. Considerando-se a impopularidade que amealhou como prefeito, Kassab tem poucas chances de vencer. Mas pode ajudar Serra a perder, já que os dois disputam o mesmo eleitorado antipetista.
As pesquisas encomendadas pelo PT indicam que Suplicy não é mais o portento eleitoral que já foi no passado. O petismo chegou a pensar em negar-lhe a legenda. Mas ninguém imaginava que Serra e Kassab iriam à disputa como cabos eleitorais do velho Suplicy.
blog do Josias

Nenhum comentário:

Postar um comentário