quinta-feira, 28 de agosto de 2014

mossoró: prefeito terceiriza serviços de saúde e ninguém ainda 'berrou' contra a privatização...

Para solucionar o problema da falta de médicos nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), a Prefeitura de Mossoró vai terceirizar os serviços médicos nesses locais. Em coletiva de imprensa realizada ontem (27) na UPA do bairro Santo Antônio, o prefeito Francisco José Júnior (PSD) disse que tal medida deve pôr fim à carência de profissionais naquela unidade e na do bairro Alto de São Manoel.

Ele disse se basear no bem-sucedido modelo da UPA do bairro Belo Horizonte, onde a terceirização teria garantido a presença de médicos nos plantões.

“As pessoas vão (à UPA do BH) e não esperam 15 minutos para serem atendidas. É um atendimento de primeiro mundo. Fizemos uma terceirização dos serviços médicos do Belo Horizonte e esse mesmo modelo eu quero levar para a UPA do Santo Antônio e a do Alto de São Manoel”, afirmou o prefeito.

Francisco José Júnior disse que, para contratar as empresas que ficarão responsáveis pelos serviços nas duas unidades, há um processo de licitação em curso, cuja conclusão está prevista para setembro, “no mais tardar”. “Nós teremos, durante 24 horas, quatro médicos nas três UPAs de Mossoró.”

Enquanto esses trâmites não são concluídos, a Secretaria Municipal de Saúde teria acordado com a empresa responsável pelos profissionais do BH para disponibilizar dois médicos para as UPAs do Santo Antônio e do Alto de S. Manoel. Isso teria resolvido os problemas de lacunas nos plantões desde terça-feira.

SUPOSTO BOICOTE
Ainda conforme Francisco José Júnior, um resultado prévio da auditoria na Saúde iniciada no início de sua gestão mostrou médicos recebendo por plantões não trabalhados. Tal “irregularidade” teria sido cortada. Como consequência, muitos profissionais teriam deixado de atender.

Declarou o prefeito: “Não vou afirmar nada aqui, até porque nós estamos apurando, se essa falta se deu pela falta de não querer mais trabalhar, pelo valor do plantão, que o médico estava acostumado a receber um valor e recebeu outro, ou se foi por boicote. Porque, na medida em que o profissional entra na escala do hospital, ele tem obrigação de dar o seu plantão. E nós estamos pagando religiosamente em dia, então não justifica a falta de profissional.”

CONTRATOS PRECÁRIOS
Na auditoria, também teria sido verificada a presença de diversos contratos precários, como são chamados os serviços públicos prestados por profissionais não concursados. Estes deverão ser encerrados. Quanto aos médicos dos quadros do Município que quiserem continuar a trabalhar nas UPAs, revezarão os plantões com os contratados terceirizados, contratados pela licitação. 

“O Município paga por plantão dado, então isso aí não será nenhum problema”, disse Francisco José Júnior. A Prefeitura estaria ainda pensando em realizar concursos para contratar profissionais efetivos para outros serviços, como técnicos de enfermagem.


Jornal de Fato

Os defensores do SUS ainda estão em silêncio? O discurso é claro: 'o atendimento só presta quando é feito pelo setor privado'. Aí vira 'coisa de primeiro mundo'.

Ninguém ainda apontou o 'desmonte', a 'precarização' e o 'quanto pior melhor' para poder transferir tudo para o 'controle do  capital privado'... Deve ser por que esses bordões, essas palavras de ordem só servem para os gestores 'conservadores' da direita, quando partem de um 'companheiro' é coisa de iluminação divina...

Isso é tão visível e ridículo que nem me estimula a escrever muito. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário