domingo, 3 de agosto de 2014

pau dos ferros: rompimento?

Li que o ex-prefeito, Leonardo Rêgo, estaria bem perto de romper com o atual, Fabrício Torquato, como uma condição indispensável para sobreviver politicamente.

Permitam-me discordar.

Leonardo foi prefeito durante oito anos e quando foi disputar a reeleição fez questão de contar com o apoio de Maria Rêgo e Fabrício.

A aproximação política e pessoal ocorreu em 2006 quando os dois grupos apoiaram a candidatura de Garibaldi.

O desdobramento foi a celebração da aliança para 2008, inclusive resultando na expulsão do grupo de Maria/Fabrício do PMDB.

O grupo expulso do PMDB por apoiar Leonardo foi perfeitamente acomodado no DEM. A sintonia era tanta que Leonardo já tinha decidido que entregaria a pasta da saúde para Fabrício e a estratégia era conhecida: viabilizá-lo como possível candidato a sua sucessão. O que ocorreu, como todos sabem.

Durante quatro anos (2009-2012) a dupla Leonardo/Fabrício foi reconhecida como afinadíssima. Era comum Leonardo dizer que Fabrício agia exatamente como ele, que tinham as mesmas características administrativas e não era incomum se referir a Fabrício como "meu irmão". Quem duvidar é só ouvir os comícios da campanha de 2012.

Não creio que esta aliança esteja ameaçada por interesses pessoais. Não creio que Leonardo pretenda brigar com Fabrício como estratégia de "sobrevivência política". Leonardo sempre soube que seu sucessor, escolhido com bastante antecedência, teria direito a buscar a reeleição.

Creio que Leonardo dispõe de capital eleitoral suficiente para sobreviver sem a prefeitura de Pau dos Ferros e continuar contando com o apoio de seu ungindo ainda em 2008. Aliás, não é custo lembrar que a parceria administrativa Leonardo/Fabrício foi tão bem sucedida que resultou numa vitória histórica em 2012, quando os eleitores de Pau dos Ferros deram uma maioria de 1.807 votos a Fabrício.

Não faz sentindo perder o apoio certo de Fabrício a candidatura de Getúlio Rêgo. Não faz sentindo "rachar" um grupo que submeteu os adversários políticos a uma das mais humilhantes derrotas da história. Não creio que "os irmãos" tenham mudado tanto em tão pouco tempo. Não creio que o povo receba com naturalidade uma ruptura rotulada como "uma necessidade de sobrevivência política".

Leiam:
"Não tenho dúvidas que Fabrício vai fazer uma gestão brilhante, porém, é preciso ter apoio na Câmara, por isso, escolham um dos nomes da coligação e vote com a certeza que você vai está ajudando Fabrício ainda mais" (Leonardo em discurso na Rua Hemetério Fernandes)

"Todo o Estado reconhece que Pau dos Ferros tem uma administração responsável e séria. Por isso, não adianta querer enganar o povo, pois todos já conhecem o estilo transparente da nossa gestão, e que vai continuar através de Fabrício”, assegurou Leonardo.(Leonardo em discurso no bairro Manoel Deodato)


Assim, não creio que seja possível uma ruptura entre os dois por causa de interesses meramente pessoais, pois acreditei e continuo acreditando no que Leonardo Rêgo sempre disse sobre Fabrício Torquato.

Para algo assim ocorrer é preciso muito mais. Tem que ter uma ótima explicação.

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