terça-feira, 2 de setembro de 2014

o blá-blá-blá nas eleições...

Tá cada vez mais chato...

A chatice relacionada aos supostos defeitos e virtudes dos candidatos beira o insuportável.

Tem uns donos da verdade que apontam os defeitos dos outros como se fossem verdadeiras vestais. Acusam como se estivessem escorados em provas irrefutáveis e verdades absolutas: "fulano" é amigo de sonegador (sonegação é um crime, logo, o acusador pode formular uma denúncia ao Fisco ou outra autoridade competente e livrar o país de tão maléficas criaturas), "sicrana" é "sapatão" (e se for? Apontar as preferências sexuais dos indivíduos como sendo limitadores de caráter ou de capacidade já denuncia a "qualificação" do bravateiro), "beltrano é cachaceiro e drogado" (consumir bebida alcoólica não é crime no Brasil e alguns ex-presidentes se notabilizaram por gostarem da birita. Existem aqueles que abominam o consumo de álcool e têm todo direito de escolherem candidatos que não consomem bebida alcoólica. Já o consumo de outros tipos de drogas, como cocaína, pode configurar um crime grave, então, quem tem tanta certeza que candidato A ou B faz uso de entorpecentes da pesada, basta comunicar o fato a Polícia).

"Não voto em tal candidato por que é neoliberal". Ser taxado de 'neoliberal' é quase um desaforo para aqueles que acreditam que o Estado deve ser preponderante. De outro lado, aqueles que não acreditam no Estatismo afirmam que as diversas gradações de planificação econômica se apresentaram como as experiências mas nefastas da história.

Assim, assumindo-se socialista deveria votar nos candidatos que não vislumbram possibilidades de 'reforma' do capitalismo ou será, no máximo, um socialista vira-casaca como diria Lênin.

Os candidatos que defendem abertamente a 'superação' do capitalismo, são: Rui Costa Pimenta (PCO), José Maria (PSTU) e Luciana Genro (Psol).

Os demais, são 'reformistas'. Apenas se afastam modestamente para uma variante 'mais mercado' ou 'mais estado', mas permanecendo o invólucro capitalista, tem-se, considerando o tipo de argumentação que tanto gostam, como inegável que os capitalistas ganharão sempre.

Um estado mastodôntico serve tão somente aos amigos do "Rei", apenas isso, tendo em vista que o próprio estado é, ao final e ao cabo, o "garante" do modo de produção capitalista.

Ou seja, o déficit público trilionário que o Brasil apresenta não serve para financiar o "Bolsa Família", mas o "rentismo" e quanto mais o estado parasitário se apropriar de recursos da sociedade maiores serão os benefícios para os mais ricos.

Aumente a carga tributária em mais 10% e os ricos continuarão a ser ricos e os serviços públicos não serão "padrão Fifa", pois mais recursos apenas servirão para ampliar os mecanismos de apropriação privada de recursos públicos.

Simples. 

Modificar a "aparência" não muda a "essência" e a vida seguirá muito parecida para os beneficiários do Bolsa Família e os defensores de "reformas" que, apesar dos discursos, continuarão apaixonados pelo 'vil metal' e usufruindo de tudo aquilo que o dinheiro pode comprar (carros cada vez mais modernos, celulares e computadores de última geração, vinhos, viagens, etc.).

Os banqueiros nunca lucraram tanto e vão continuar, pois é assim que funciona o sistema: dinheiro atrai mais dinheiro e o estado serve a este propósito.

Tem um texto (Acerca do Infantilismo "de Esquerda" e do Espírito Pequeno-Burguês) que Lênin vocifera: "Lançar frases sonoras é uma propriedade dos intelectuais pequeno-burgueses desclassificados."

Marina, Dilma e Aécio têm diferenças programáticas irrelevantes frente ao essencial (defendem a manutenção do status quo). Rui Costa, José Maria e Luciana Genro promoveriam uma 'revolução'.

Conclusão: como são muito parecidos (na "essência"), tem-se que discutir: o cabelo, a orientação sexual, a cor da pele, a religião, o time de futebol... Profundo, não?

É chato, mas é melhor que seja assim. Afinal: "A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." (Winston Churchill)

E o capitalismo? Deixo o "neoliberal" (eheheh) Belluzzo explicar: "A pulsão de vida do capitalismo é sua pulsão de morte: a acumulação."

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