domingo, 24 de maio de 2015

ex-vereador sugere ao governador acabar com a UERN

Leiam a matéria publicada pelo Jornal de Hoje:

Ex-vereador de Natal alerta: “Ou o governo acaba com a UERN ou ela acaba com o RN”

Ex-vereador Renato Dantas alerta o governador Robinson Faria para o 'prejuízo' da UERN e sugere que os servidores sejam remanejados para outros órgãos da administração


O ex-vereador de Natal, Renato Dantas, publicou neste domingo em seu blog pessoal, uma reflexão no mínimo polêmica. “Ou o governo do RN acaba com a UERN ou ela acaba com o RN”. Ele defende a extinção da Universidade estadual, alegando prejuízos ao Governo na relação custo / benefício. 
Leia na íntegra o argumento do ‘Primo':
Muitas pessoas falam em crise e não sabem o quê vem acontecendo no RN.
Há 30 anos, inventaram de criar uma universidade estadual, financiada por um Estado pobre que não tem recursos para saúde, educação e segurança.
Esta universidade, hoje, gasta R$ 300 milhões por ano, dinheiro que poderia ser destinado para saúde, educação e saúde.
Todos sabem que ensino superior deve ser de responsabilidade do governo federal, os estados devem ficar com o ensino médio, ainda mais um estado pobre como o RN.
Fiquei sabendo que dos 76 formados de medicina na UERN, 34 foram atuar como médicos no Ceará e Paraíba..
Como pode um estado pobre pagar para formar médicos e outros cursos para prestarem serviços em outros estados?
Com a desoneração dos R$ 300 milhões da UERN, em quatro anos teríamos R$ 1.2 bilhão para investir em outras áreas.
Essa despesa com a UERN só faz aumentar todo ano.
O pior é que tem muitos servidores da UERN ganhando algo em torno de R$ 25 mil.
Os servidores ainda querem fazer greve nesta segunda-feira, é danado!
Se eu fosse governador, tentava federalizar a UERN, não conseguindo fechava e transferiria os servidores para áreas como educação de segundo grau, segurança e saúde.
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O JH trata como "alerta", "reflexão" e "argumento" o conteúdo defendido pelo "primo" e ex-vereador de Natal.
O que defende o "ex"? federalizar ou acabar com a UERN. De acordo com o "polemista" o investimento de 300 milhões na educação superior é um peso muito grande para o governo.
É mesmo? O orçamento aprovado para 2015 foi de R$ 12,3 bilhões. Isso mesmo leitores: DOZE BILHÕES E TREZENTOS MILHÕES DE REAIS.
2,5% do orçamento estadual é suficiente para a UERN manter uma estrutura que atende todas as regiões. 
A UERN oferece cursos de graduação e pós-graduação para os jovens potiguares. A Instituição cumpre um papel social muito relevante e forma não apenas médicos, mas profissionais que atuam nas diversas áreas prioritárias apontadas pelo "ex": educação (professores para as redes estadual e municipais), saúde e segurança.
Aos detalhes:
"Há 30 anos, inventaram de criar uma universidade estadual, financiada por um Estado pobre que não tem recursos para saúde, educação e segurança."
Como já foi indicado os recursos orçados pelo governo para manutenção da UERN não representam 3% do orçamento aprovado para 2015. Para se ter ideia o desembolso anual do governo para cumprir os compromissos assumidos com a construção do Arena das Dunas é quase metade do que foi orçado para a UERN.
Mesmo quando se considera o que foi orçado para a educação em 2015, ou seja, 2,2 bilhões, observa-se que os investimentos em educação superior não atingem 15% do total.
A construção da UERN, inventada há 30 anos, teve (e tem) como propósito assegurar aos jovens potiguares, sobretudo aos mais carentes, a possibilidade de cursar o terceiro grau. O legado para a economia, serviço público, enfim, para a sociedade é considerável. E o legado do "Arena"? O estado é pobre para investir 2,5% do orçamento para a educação superior? E rico para desembolsar 1,2% para bancar um elefante branco?
"Esta universidade, hoje, gasta R$ 300 milhões por ano, dinheiro que poderia ser destinado para saúde, educação e saúde."
Parece que o ex não considera o investimento na UERN como investimento em educação. 
Então, repartindo-se os 300 milhões para "saúde, educação (exceto UERN) e segurança" os orçamento totais das áreas seriam: educação (passaria de R$ 2,2 bilhões para 2,3 bi), saúde (de R$ 1,2 bilhões para 1,3 bi) e segurança (de R$ 1 bilhão para 1,1 bi). Assim, o orçamento da educação (sem UERN) seria ampliado, aproximadamente, 4%, a saúde, aproximadamente, 8% e a segurança, 10%.
Os problemas seriam resolvidos?
"Todos sabem que ensino superior deve ser de responsabilidade do governo federal, os estados devem ficar com o ensino médio, ainda mais um estado pobre como o RN."
Será que o RN é o mais pobre dos estados brasileiros? Admitindo-se que o ensino médio fosse revolucionado e se tornasse muito melhor: o que fariam os alunos com ensino médio que não pudessem estudar longe de seus municípios? As federais existentes no RN absorveriam todos?
"Fiquei sabendo que dos 76 formados de medicina na UERN, 34 foram atuar como médicos no Ceará e Paraíba.."
"Como pode um estado pobre pagar para formar médicos e outros cursos para prestarem serviços em outros estados?"
Quantos médicos formados pela UECE e UEPB trabalham no RN? Como a educação básica é bancada pelo municípios, tem-se que os prefeitos devem acabar com as escolas, posto que, certamente, muitos que estudam em seus municípios irão embora. Que visão hein?
"Com a desoneração dos R$ 300 milhões da UERN, em quatro anos teríamos R$ 1.2 bilhão para investir em outras áreas."
Para o ex os recursos repassados para a UERN oneram os cofres públicos estaduais e teriam melhor destino em outras áreas. Os 2,5% da UERN promoveriam uma revolução, por exemplo, se fossem utilizados na construção de presídios? Talvez na contratação de médicos ou professores formados em outros estados ou nas federais do RN?
"Essa despesa com a UERN só faz aumentar todo ano."
Desmantelaria-se uma "invenção" que atende ao povo potiguar por menos de 3% do orçamento do governo?
"O pior é que tem muitos servidores da UERN ganhando algo em torno de R$ 25 mil."
"Os servidores ainda querem fazer greve nesta segunda-feira, é danado!"
"Se eu fosse governador, tentava federalizar a UERN, não conseguindo fechava e transferiria os servidores para áreas como educação de segundo grau, segurança e saúde."
Os salários na UERN são proporcionais ao tempo de serviço e a formação dos servidores. Atrair e manter bons quadros são fundamentais para consolidação e expansão dos cursos.
Fazer greve é a opção para o descumprimento do acordo celebrado ainda em 2014 com o governo. É verdade que políticos não são afeitos ao cumprimento de acordos...
O factóide do ex é uma tentativa para desviar o foco: o governo descumpriu o acordo. Infelizmente, após cinco meses, temos uma sensação de que mudamos para não sair do lugar...

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