quarta-feira, 10 de junho de 2015

indagação de deputado potiguar: Onde está a força do nosso Estado?

Ontem escrevi que o RN saiu (ou nunca entrou?) do radar do Governo Federal. Hoje, alguns meios de comunicação, como a Tribuna do Norte e o Portal Nominuto, repercutiram a ausência do estado nos investimentos anunciados. Também alguns políticos "cobraram explicações" para a exclusão do RN.

Antes de prosseguir, faz-se necessário constatar que é elogiável buscar uma "agenda positiva" para o país. Ampliar os investimentos é necessário, contudo o impacto do que foi anunciado será bem modesto. De 2015 a 2018 foram anunciados projetos de, aproximadamente, R$ 70 bilhões, ou R$ 17,5 bilhões (média anual). O efeito econômico direto será modesto e mais importante será a "funcionalidade" do programa de privatizações. Se for bem sucedido e pró mercado melhorará o ambiente econômico e o efeito será potencializado. Caso não atenda as expectativas do mercado se constituirá em mais uma pá de cal.

Volto ao tema: o RN não existe.

Li na TN "'O novo plano do governo federal deixa um gosto amargo para o Rio Grande do Norte', resumiu o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales, que estava em Brasília para o anúncio das medidas."

O presidente da FIERN considera que a região Nordeste deveria receber mais investimentos. Dos quatro aeroportos que serão privatizados, dois são da região (Fortaleza e Salvador). Os portos de Pernambuco (Suape), Bahia (Aratu) e Maranhão (Itaqui) foram contemplados. Além disso, tem-se investimentos programados em rodovias (destaque para Pernambuco) e ferrovia. 

O presidente menciona a "força política" que o estado tem: dois senadores (Garibaldi e Fátima), um ministro (Henrique Alves) e o governador (Robinson) integrantes da base de apoio ao governo federal e que teríamos "bons projetos" e que, portanto, seria possível reverter a exclusão.

Ensinou o senador Blairo Maggi (PR - Mato Grosso), cujo estado foi contemplado com oito obras: os políticos que estão reclamando por que ficaram de fora deveriam ter buscado a equipe de elaboradores do pacote para informar os projetos importantes para seus estados.

Já escrevi no blog que o governador do Ceará se empenhou diretamente para incluir o Aeroporto de Fortaleza. Foi falar com Dilma e conseguir a inclusão.

O senador Humberto Costa (PT) comemorou as obras conquistadas para Pernambuco.

O jornalista Diógenes Dantas, do Portal Nominuto, escreveu: "O Rio Grande do Norte já teve um presidente da Câmara dos Deputados, outro do Senado, presidente nacional de partido político, uma senadora do PT, um governador que tem estreita ligação com o ministro das Cidades, tem um ministro do Turismo, sem falar noutros valorosos representantes da política local e nacional, mas não consegue avançar nos projetos de infraestrutura que vão viabilizar um salto do ponto de vista econômico, como assistimos em Estados como a Paraíba, Pernambuco e Ceará."

Ou seja, temos políticos com "expressão e força", mas sem visão estratégica. Usam a "força" em benefício próprio ou, quando muito, nas circunstâncias em que podem carimbar os benefícios como conquistas pessoais.

Quando alguém puder dizer: "isso veio porque EU pedir a Dilma" ou "isso veio porque EU consegui com Dilma"... Aí, talvez, sobre alguma coisa para o RN.

ECOS DA ALRN
"'Quase todo o país será beneficiado por esse pacote e o Rio Grande do Norte ficou fora, o que mostra que o Governo Federal desprezou o nosso Estado. Os nossos senadores e deputados precisam se indignar e exigir a inclusão do RN nesse pacote de investimentos', afirmou o deputado Kelps." E mais: "'Diante da situação atual, a medida é adequada, mas o que não podemos aceitar é que o Rio Grande do Norte seja descartado. Onde está a força do nosso Estado?', questionou Kelps, que atribuiu a falta de planejamento como um dos motivos da exclusão do RN no pacote anunciado."

O deputado José Dias também tratou do pacote de privatizações, mas não atribuiu muita importância ao fato do RN ter ficado de fora, pois considera que o governo federal não tem credibilidade para ir além do anúncio dos investimentos.

O tempo se encarregará de responder ao deputado José Dias, reconhecendo-se que, do pacote de privatizações anunciado em 2012 pelo governo federal, boa parte não saiu do papel.

Já a pergunta feita pelo deputado Kelps e que eu destaquei, tem-se uma resposta óbvia...

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